ABSTRACT
O artigo reflete sobre a diferença entre a experiência da fé e a crença articulando-as com elementos da teoria psicanalítica da recusa (Verleugnung). Acreditar nos deuses que prometem atender desejos acompanha, com grande freqüência, a recusa às experiências de dor, perda frustação e desamparo. Estas experiências ferem e desmentem as mais aspirações do narcisismo fálico: a pretensão a ser perfeito, absoluto, auto-suficiente, imoral e se possível, contar sempre com as figuras parentais da primeira infância. Por outro lado, deixar-se negar em sua ilusória, porém insaciável aspiração fálica, desmistificando-a, e despojar-se da pretensão a tudo possuir, controlar e saber, pode conduzir a uma aventura estranha, de engajamento em um projeto coletivo que considera a inserção no tempo e a exigência de trabalho
The paper is about the difference between faith and beliefs. Disavowal (Verleugnung) was considered, in psychoanalytic theory, as a relatively frequent defense in childhood in order to refuse experiences of pain, loss, frustration and helplessness. Such experiences hurt and destroy the most radical aspirations which spring from phallic narcisism: the desire to be perfect, absolute, selfsufficient, imortal and, if posssible, to have the good parents from early childhood available for ever. On the other side, allowing the narcisistic aspirations to be partially denied and transformed, (as for example, giving up, to a certain extent, the omnipotent desire of knowing and controlling everything) can take a subject into a strange adventure of engaging into a colective project of work