RÉSUMÉ
Introdução: A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) gere 41 hospitais universitários federais (HUFs), atualmente com 36 Núcleos de Avaliação de Tecnologias em Saúde (NATS). No contexto hospitalar, o NATS desenvolve produtos de avaliação de tecnologias em saúde (ATS) para subsidiar o gestor na tomada de decisões, sendo essencial para a sustentabilidade do Sistema Único de Saúde. A implantação efetiva dos NATS ainda é desafiadora, devido à insuficiência de diretrizes específicas para ATS hospitalar. Objetivo: Relatar atuação do Grupo de Trabalho em ATS (GT-ATS) da Ebserh na elaboração de guia para orientar a estruturação e fortalecimento dos NATS dos HUFs.Relato de Experiência: O GT-ATS foi instituído por portaria, composto por representantes de NATS dos HUFs e da administração central da Ebserh. Inicialmente, fez-se levantamento dos processos envolvendo os NATS, da prática de ATS na Ebserh e foi realizado diagnóstico situacional dos NATS. Em seguida, elaborou-se o guia a partir da expertise dos membros do GT-ATS e das melhores práticas e recomendações sobre ATS hospitalar, identificadas em revisão da literatura. O "Guia para organização e funcionamento dos NATS na Rede Ebserh" foi publicado em março de 2023 no portal eletrônico da Ebserh e inclui contextualização da ATS hospitalar no Brasil, objetivos e escopo de atuação dos NATS da Ebserh, orientações para organização e funcionamento dos núcleos e modelo de regulamento interno. Também foram elaborados modelos de nota técnica, declaração de conflito de interesses, formulário de solicitação e termo de compromisso de confidencialidade. Conclusão: O GT-ATS, por meio do Guia e dos documentos elaborados, contribuiu para institucionalização, harmonização e implementação dos processos de ATS nos hospitais da Ebserh, respeitando a heterogeneidade dos contextos e níveis de maturidade dos NATS. O trabalho colaborativo dentro do GT-ATS permitiu articulação de saberes interdisciplinares e práticas interinstitucionais, ampliando a dimensão, alcance e efetividade das ações de ATS.
Introduction: The Brazilian Hospital Services Company (Ebserh) manages 41 federal university hospitals (HUFs), currently with 36 Health Technology Assessment Centers (NATS). In the hospital context, NATS develop health technology assessment (HTA) products to help managers make decisions and are essential for the sustainability of the Unified Health System. The effective implementation of NATS is still a challenge, due to the lack of specific guidelines for hospital HTA. Objective: To report on the work of Ebserh's HTA Working Group (GT-ATS) in drawing up a guide for structuring and strengthening NATS HUFs. Experience Report: The GT-ATS was set up by ordinance, made up of representatives from NATS of HUFs and from Ebserh's central administration. Initially, a survey about the processes involving the NATS and the practice of HTA at Ebserh was carried out to make a situational diagnosis. The guide was then drawn up based on the expertise of the GT-ATS members and the best practices and recommendations on hospital HTA identified in literature review. The "Guide for the organization and operation of NATS in the Ebserh network" was published in March 2023 on Ebserh's electronic portal and includes a contextualization of hospital HTA in Brazil, the objectives and scope of action of Ebserh's NATS, guidelines for the organization and operation of the centers and a model of internal regulations. Templates have also been drawn up for technical note, declaration of conflict of interests, application form and confidentiality agreement. Conclusion: Through the Guide and the documents produced, the GT-ATS contributed to the institutionalization, harmonization and implementation of HTA processes in Ebserh hospitals, while respecting the heterogeneous contexts and maturity levels of the NATS. The collaborative work within the GT-ATS has allowed interdisciplinary knowledge and inter-institutional practices to be brought together, expanding the dimension, scope and effectiveness of HTA actions.
Sujet(s)
Évaluation de la technologie biomédicale , Système de Santé Unifié , Réseaux d'Information en Technologie et en Science , Promotion de la santé , Hôpitaux universitaires/organisation et administration , InstitutionnalisationRÉSUMÉ
Fundamento: As cardites reumáticas leve e subclínica se diferenciam basicamente pela ausculta de sopro regurgitativo mitral. A evolução destas formas não está bem estabelecida na literatura. Objetivo: Avaliar a evolução das cardites reumáticas leve e subclínica, considerando as valvites mitral e/ou aórtica (fase aguda) e a regressão, manutenção ou piora delas ao final do seguimento (fase crônica). Métodos: Estudo retrospectivo, longitudinal, incluindo pacientes com cardites reumáticas leve e subclínica. A evolução ecocardiográfica das valvites mitral e/ou aórtica foi comparada nos dois grupos, considerando a análise ao final do seguimento. Foram utilizados o teste qui quadrado e as curvas de sobrevida de Kaplan-Meier, com nível de significância p < 0,05. Resultados: Foram incluídos 125 pacientes, sendo 69 (55,2%) com cardite reumática subclínica e 56 (44,8%) com cardite reumática leve, com média de idade na fase aguda de 10,4 ± 2,6 anos e, ao final do estudo, de 19,9 ± 4,6 anos. O tempo de seguimento variou de 2 a 23 anos (média: 9,38 ± 4,3 anos). Na fase aguda, a regurgitação mitral leve/ moderada ou moderada foi mais frequente nos pacientes com cardite reumática leve (p = 0,001). A regurgitação aórtica leve ou leve/moderada também foi mais comum no grupo de cardite reumática leve (p = 0,045). Na fase crônica, observou-se que tanto a regurgitação mitral (p < 0,0001) quanto a regurgitação aórtica (p = 0,009) foram mais frequentes nos pacientes com cardite reumática leve, e a sobrevida livre de valvopatia residual foi maior no grupo de cardite reumática subclínica (p = 0,010). A regurgitação mitral residual foi maior no grupo de cardite reumática leve p < 0,0001), e a regurgitação aórtica residual foi semelhante nos dois grupos (p = 0,099). Conclusão: A resolução da regurgitação mitral foi maior nos pacientes com cardite reumática subclínica, e a involução da regurgitação aórtica foi menos frequente e semelhante nos dois grupos
Background: Mild rheumatic carditis (MRC) and subclinical rheumatic carditis (SRC) are basically differentiated through auscultation of mitral regurgitation murmur. The evolution of these forms is not well established in the literature. Objective: To evaluate the evolution of mild and subclinical rheumatic carditis, considering mitral and aortic regurgitation (acute phase) and regression, maintenance or worsening of these diseases at the end of follow-up (chronic phase). Methods: Retrospective, longitudinal study, including patients with mild and subclinical rheumatic carditis. The echocardiographic evolution of mitral and aortic regurgitation was compared in both groups, considering the analysis at the end of follow-up. The Chi-square test and Kaplan-Meier survival curves were used, with significance level established at p < 0.05. Results: A total of 125 patients were included, 69 (55.2%) with subclinical rheumatic carditis and 56 (44.8%) with mild rheumatic carditis, with a mean age in the acute phase of 10.4 ± 2.6 years and, at the end of study, 19.9 ± 4.6 years. The time of follow-up ranged from 2 to 23 years (mean: 9.38 ± 4.3 years). In the acute phase, mild/moderate or moderate mitral regurgitation was more frequent in patients with mild rheumatic carditis (p = 0.001). Mild or mild/moderate aortic regurgitation was also more common in the mild rheumatic carditis group (p = 0.045). In the chronic phase, we observed that both mitral (p < 0.0001) and aortic regurgitation (p = 0.009) were more frequent in patients with mild rheumatic carditis, and survival free of rheumatic heart disease was higher in the subclinical rheumatic carditis group (p = 0.010). Residual mitral regurgitation was higher in the mild rheumatic carditis group p < 0.0001), and residual aortic regurgitation was similar in both groups (p = 0.099). Conclusion: Mitral regurgitation resolution was higher in patients with subclinical rheumatic carditis, and the involution of aortic regurgitation was less frequent and similar in both groups
Sujet(s)
Humains , Mâle , Femelle , Enfant , Adolescent , Adulte , Adolescent , Valve aortique/malformations , Enfant , Échocardiographie-doppler/méthodes , Valve atrioventriculaire gauche/malformations , Rhumatisme cardiaque/complications , Rhumatisme cardiaque/épidémiologie , Maladie aigüe , Insuffisance aortique/diagnostic , Brésil/épidémiologie , Maladie chronique , Coeur/physiopathologie , Estimation de Kaplan-Meier , Insuffisance mitrale/diagnostic , Étude d'observation , Prévalence , Interprétation statistique de donnéesSujet(s)
Humains , Mâle , Prostatectomie , Incontinence urinaire , Prostate , Incontinence urinaire/chirurgieRÉSUMÉ
ABSTRACT This study aimed to retrospectively evaluate a cohort of patients with prostate cancer and persistent urinary incontinence after radical prostatectomy. From January 2004 to December 2015, eighty-six individuals were identified to have received an AUS implant, provided by a private nonprofit HMO operating in Belo Horizonte, Brazil. On total, there were 91 AUS implants, with a median interval between radical prostatectomy and AUS implant of 3.6 years (IQR 1.9 to 5.5). The rate of AUS cumulative survival, after a median follow-up of 4.1 years (IQR 1.7-7.2 years), was 44% (n=40). The median survival of AUS implants was 2.9 years (IQR 0.5-7.9 years). Thirty-seven AUS implants (40.7%) resulted in grade III surgical complications. There were 5 deaths at 2.1, 4.7, 5.7, 5.7 and 6.5 years of follow-up, but none due to causes directly associated to the AUS implant. Persistent severe incontinence was documented in 14 (15.3%) additional patients. From the 51 AUS implants which resulted in grade III surgical complications or persistent severe incontinence, 24 (47.1%) underwent surgical revisions. Explantation of the sphincter or its components was observed in 6 cases (25.0%). Mechanical failure, described as fluid loss and/or inability to recycle the AUS device, was observed in 4 devices (16.7%). In conclusion, although AUS implants are recommended as the gold-standard treatment of severe urinary incontinence after prostatectomy, the observed high rates of malfunction and grade III adverse events are a matter of concern warranting further assessment on the safety and efficacy of these devices.
Sujet(s)
Humains , Mâle , Sujet âgé , Sujet âgé de 80 ans ou plus , Prostatectomie/effets indésirables , Prostatectomie/méthodes , Tumeurs de la prostate/chirurgie , Incontinence urinaire/chirurgie , Incontinence urinaire/étiologie , Sphincter urinaire artificiel/économie , Complications postopératoires , Facteurs temps , Défaillance de prothèse , Reproductibilité des résultats , Études rétrospectives , Résultat thérapeutique , Implantation de prothèse/effets indésirables , Implantation de prothèse/méthodes , Adulte d'âge moyenRÉSUMÉ
As intervenções coronarianas percutâneas representam importante estratégia de revascularização do miocárdio. Na evolução dos procedimentos de intervenção percutânea sobre as coronárias, os stents farmacológicos ou recobertos com drogas surgiram como opção mais eficaz que os não-farmacológicos, por diminuírem, de forma significativa,os riscos de reestenose angiográfica. Mais recentemente, surgiram publicações apontando para um risco maior de trombose associada aos stents farmacológicos. Sendo a trombose um evento agudo que, do ponto de vista fisiopatológico, representa o substrato anatômico da síndrome coronariana aguda, inclusive do infarto agudo do miocárdio, os resultados destas publicações desencadearam dúvidas quanto à segurança dos stents recobertos com drogas. Os stents farmacológicos não oferecem ganho adicional, se comparados aos stents não farmacológicos, no tratamento da doença coronariana nas indicações primárias para uso dos mesmos (as chamadas indicações on label, estabelecidas pelo FDA, quando aprovou o uso destes dispositivos). Há consistência entre vários ensaios publicados apontando que o uso que extrapola estas indicações, e, que tem sido o mais comum, associa-se a riscos mais altos de morte e infarto. Os resultados com o uso de stents farmacológicos e não farmacológicos se equivalem, portanto deve ser utilizado aquele com melhor relação custo-benefício.