RÉSUMÉ
Resumo: A partir de uma perspectiva decolonial, o objetivo da pesquisa foi compreender os lugares do negro na Psicanálise atualmente. Para isto, foram realizadas 13 entrevistas semiestruturadas com psicólogas e psicanalistas negras com prática clínica. A partir de análise categorial-temática, identificamos quatro categorias: escolha da Psicanálise, articulações entre Psicanálise e relações raciais, descobrindo-se negra e a cor da Psicanálise e das (não) psicanalistas. Diante do reconhecimento das limitações da Psicanálise, foi a experiência vivida do negro o motor de deslocamento ontológico que viabilizou desobediências epistêmicas configuradas na articulação da Psicanálise com teorias sociais. Este resultado evidencia o entrelaçamento da colonialidade do saber e do ser na matriz colonial do poder e enfatiza a desobediência ontológica como via fundamental para práticas psis antirracistas.
Resumen: Desde una perspectiva decolonial, el objetivo de la investigación fue comprender los lugares de las personas negras en el Psicoanálisis hoy. Para ello, se realizaron 13 entrevistas semiestructuradas a psicólogas y psicoanalistas negras con práctica clínica. A partir de un análisis categorial-temático identificamos cuatro categorías: elección del Psicoanálisis, articulaciones entre Psicoanálisis y relaciones raciales, descubrirse negra y el color del Psicoanálisis y de las (no) psicoanalistas. Dado el reconocimiento de las limitaciones del Psicoanálisis, fue la experiencia vivida por las personas negras el motor del desplazamiento ontológico que permitió la desobediencia epistémica configurada en la articulación del Psicoanálisis con las teorías sociales. Este resultado resalta el entrelazamiento de la colonialidad del conocimiento y el estar en la matriz colonial de poder y enfatiza la desobediencia ontológica como un camino fundamental hacia las prácticas psi antirracistas.
Abstract: From a decolonial perspective, the aim of the research was to understand the places of black people in Psychoanalysis today. For this, 13 semi-structured interviews were carried out with black psychologists and psychoanalysts with clinical practice. From a categorical-thematic analysis, we identified four categories: choosing Psychoanalysis, articulating Psychoanalysis and racial relations, discovering oneself as black and the color of Psychoanalysis and of (non) psychoanalysts. Given the recognition of Psychoanalysis's constraints, it was the lived experience of black people that was the engine of ontological displacement that enabled epistemic disobedience configured in the articulation of Psychoanalysis with social theories. This result highlights the intertwining of the coloniality of knowledge and being in the colonial matrix of power, emphasizing ontological disobedience as a fundamental path to anti-racist psychological practices.
RÉSUMÉ
Resumo Este artigo é parte de uma pesquisa que buscou cartografar saberes e fazeres antirracistas em saúde mental por meio do acompanhamento das práticas de três coletivos de profissionais trabalhando na/com a rede de atenção psicossocial na cidade de São Paulo, o que possibilitou caracterizar suas estratégias de intervenção. Buscando contribuir para sua conceitualização, delineamos, por meio da revisão da literatura descolonial, três ideias-força que nos permitem dar corpo à descolonização da Reforma Psiquiátrica: o desnortear, que, em diálogo com Achille Mbembe e Frantz Fanon, nos convida à afirmação da loucura e da negritude - sem, no entanto, estabelecer fixações; o antimanicolonial, que se dá no fomento do exercício livre e contracultural de imaginar diásporas, em relação com as proposições de Édouard Glissant, Paul Gilroy e Lélia Gonzales quanto a uma (des)orientação atlântica na qual elementos da diáspora negra e da América Latina possam ressignificar negritude e desrazão; e o aquilombar, como práxis libertária que tem em sua gênese os quilombos como metáfora viva da radicalização das relações nas diferenças, a partir do quilombismo de Abdias do Nascimento, da quilombagem de Clóvis Moura, do (k)quilombo de Beatriz Nascimento e do devir quilomba de Mariléa de Almeida.
Abstract This article is part of a study aimed to map antiracist knowledge and practices in mental health by monitoring the practices of three collectives of professionals working in/with the psychosocial care network in the city of São Paulo, allowing us to characterize their intervention strategies. To contribute to the conceptualization of this article, through a review of the decolonial literature, three major ideas have been outlined that have allowed us to give substance to the decolonization of Psychiatric Reform: bewilderment, which, in dialogue with Achille Mbembe and Frantz Fanon, invites us to affirm madness and blackness without, however, establishing fixations; the antimanicolonial, which occurs in the promotion of the free and countercultural exercise of imagining diasporas, in light of that proposed by Édouard Glissant, Paul Gilroy, and Lélia Gonzales regarding an Atlantic (de)orientation in which elements of the black diaspora and Latin America can re-signify blackness and unreason; and aquilombar, as a liberatory praxis whose genesis lies in the quilombos as a living metaphor for the radicalisation of relationships in differences, based on Abdias do Nascimento's quilombismo, Clóvis Moura's quilombagem, Beatriz Nascimento's (k)quilombo, and Mariléa de Almeida's devir quilomba.
RÉSUMÉ
Abstract The present article is about a bet on conceptual tools that can break with the great heroic narratives of origins and authors. It is about delineating other psi and research practices that propose ruptures in the forms and acts established by the reigning social mandate, which asks psychologists to speak for others. The bet of the article is to affirm clinical gestures that refuse imposed models of thinking and to propose ways of research-working as makers-of-interiors-in-turn. It aims to refuse practices based on a "colonial matrix of power" that is expressed in precarious work relations and exploitation. It asks itself: what is the nature of our present? What are we becoming? What have we been doing in confronting the colonial matrix of power? Contrary to colonial frameworks and crossings, the article considers that necropolitical practices are intolerable, and it is based on the ethical-political and aesthetic principle of investing in other practices of research and thinking, which corroborate counter-colonial crossings.
Resumo O presente artigo trata de uma aposta em ferramentas conceituais que possam romper com as grandes narrativas heróicas de origens e autores. Debruça-se em delinear outras práticas psi e de pesquisa que proponham rupturas nas formas e atos estabelecidos pelo mandato social reinante, que solicita que psicólogas falem pelos outros. A aposta do artigo é afirmar gestos clínicos que recusem modelos impostos de pensamento e propor modos de pesquisar-trabalhar como fabricantes-de-interiores-em-revolta. Ambiciona recusar práticas pautadas em uma "matriz colonial de poder" que se expressa nas relações de trabalho precárias e de exploração. Interroga-se: qual a natureza do nosso presente? O que estamos nos tornando? O que temos feito no enfrentamento da matriz colonial de poder? Contrário aos marcos e atravessamentos coloniais, o artigo considera intoleráveis as práticas necropolíticas e se situa a partir do princípio ético-político e estético de investidas por outras práticas de pesquisa e de pensamento, que corroborem travessias-navegantes contra-coloniais.
Resumen Este artículo trata de una apuesta por herramientas conceptuales que puedan romper con las grandes narrativas heroicas de orígenes y autores. Se trata de delinear otras prácticas psi y de investigación que propongan rupturas en las formas y actos establecidos por el mandato social imperante, que pide a los psicólogos hablar por los otros. La apuesta del artículo es afirmar gestos clínicos que rechacen modelos de pensamiento impuestos y propongan formas de investigar-trabajar como fabricantes-de-interiores-en-vuelta. Pretende rechazar prácticas basadas en una "matriz colonial de poder" que se expresa en la precariedad de las relaciones laborales y la explotación. Se pregunta: ¿cuál es la naturaleza de nuestro presente? ¿En qué nos estamos convirtiendo? ¿Qué hemos hecho frente a la matriz colonial de poder? Frente a los marcos y cruces coloniales, el artículo considera que las prácticas necropolíticas son intolerables y se basa en el principio ético-político y estético de los ataques a otras prácticas de investigación y pensamiento, que corroboran los cruces contracoloniales.
RÉSUMÉ
Resumo As teorias e concepções dominantes sobre desenvolvimento humano e infância, produzidas a partir de uma ótica moderna-colonial, têm contribuído tanto para invisibilizar as diversas infâncias, quanto para dar sustentação à incessante medicalização no campo do cuidado infantil. Neste ensaio, propõe-se discutir as relações estruturais e invisíveis entre a colonialidade e patologização, problematizando alguns dos efeitos desse processo na prática cotidiana do cuidado à infância. No plano teórico-reflexivo, nutrido através do diálogo com autoras/es contemporâneas/os alinhadas/os com a inflexão decolonial, o texto endossa a crítica à teoria hegemônica de desenvolvimento infantil, fundada nas noções de evolução-progresso-hierarquia e, claramente, na universalização de seus fundamentos. O texto avança apontando evidências de que a reprodução de tais fundamentos tem sido determinante para o processo em curso de patologização da infância. No plano empírico, a análise de uma situação concreta envolvendo a colaboração entre creches e um dispositivo de saúde mental dirigido à infância revelou que a adoção de uma abordagem sensível e contextualizada frente aos "incômodos" produzidos pela criança pode contribuir para romper o ciclo de exclusão, invisibilidade e negatividade, vivenciado por muitas crianças e suas famílias. A experiência relatada demonstrou, ainda, que é possível produzir práticas descolonizadoras nos serviços de atenção às infâncias.
Abstract The dominant theories, and conceptions of human development and childhood, produced from a modern-colonial perspective, have contributed both to making different childhoods invisible and supporting the incessant medicalization in the field of childcare. In this essay, we propose to discuss the structural and invisible relationships between coloniality and pathologization, problematizing some of the effects of this process on the daily practice of childcare. On a theoretical-reflexive level, nurtured through dialogue with contemporary authors aligned with the decolonial inflection, the text endorses the critique of the hegemonic theory of child development, based on the notions of evolution-progress-hierarchy and, clearly, on the universalization of its foundations. The text goes on to point to evidence that the reproduction of these foundations has been a determining factor in the ongoing process of pathologizing childhood. On an empirical level, the analysis of a concrete situation involving collaboration between nurseries and a mental health service aimed at children revealed that adopting a sensitive and contextualized approach to the "discomfort" produced by children can help break the cycle of exclusion, invisibility, and negativity experienced by many children and their families. The experience also showed that it is possible to produce decolonizing practices in childcare services.
RÉSUMÉ
RESUMO Faz-se importante discutir a história da Educação de Surdos a partir de narrativas questionadoras da colonialidade de poder linguístico imposta a esses sujeitos. Como hipótese, tem-se que o ouvintismo impactou negativamente a historicidade do povo surdo, subjulgando seu processo educacional. Nesse viés, o presente estudo teve por objetivo investigar caminhos decoloniais para refletir a colonialidade de poder que afeta o povo surdo em sua forma de narrar sua história educacional e seu direito linguístico. Como viés metodológico, fez-se uso da abordagem qualitativa, norteada por investigação bibliográfica com revisão de literatura sobre a história da Educação de Surdos, partindo de uma práxis decolonial. Assim, ratificou-se a suspeita da imposição dos ouvintes, como maioria linguística, que domina, via colonialidade do poder linguístico, a história e o presente da educação do povo surdo, por meio da desvalorização de sua cultura, identidade e língua. Concluiu-se que há necessidade de busca ativa de processos decoloniais.
ABSTRACT It is important to discuss the history of Education for the Deaf based on questioning narratives of the coloniality of the linguistic power imposed on these subjects. As a hypothesis, it is assumed that listening has negatively impacted the historicity of the deaf people, subjugating their educational process. In this bias, the present study aimed to investigate decolonial ways to reflect the coloniality of power that affects the deaf people in their way of narrating their educational history and their linguistic right. As a methodological perspective, a qualitative approach was used, guided by bibliographical investigation with a literature review on the history of Education for the Deaf, starting from a decolonial praxis. Thus, it was ratified the suspicion of the imposition of listeners, as a linguistic majority, which dominates, via the coloniality of linguistic power, the history and present of the education of the deaf people, through the devaluation of their culture, identity and language. It was concluded that there is a need for an active search for decolonial processes.
RÉSUMÉ
A identidade é um tema de grande relevância política e social na atualidade, seja quando tratamos de movimentos minoritários que buscam reconhecimento e direitos, seja pelo crescimento de movimentos reacionários que se fundam em identidades que excluem a diferença e promovem comportamentos sociais hostis a sujeitos alterizados. No campo psicanalítico, por vezes, se trata a questão identitária como alheia às nossas discussões, utilizando-se o argumento de que trabalhamos com identificações em vez de identidades e encerrando-se, apressadamente, o debate. Com este artigo, pretendemos afirmar a importância do tema da identidade para a psicanálise e discutir, junto aos estudos decoloniais, maneiras de pensar a questão que levem em conta os seus aspectos problemáticos e, ao mesmo tempo, coloquem em evidência modos de relação com as identidades que se direcionam para a relacionalidade e para o enfrentamento dos mecanismos de dominação do mundo contemporâneo. Buscamos, para tanto, tocar nas especificidades dos processos identitários nos contextos marcados pelos efeitos da colonialidade do poder e investigar como as obras freudiana e lacaniana podem fornecer caminhos para pensar a identidade de acordo com o direcionamento proposto por este estudo.
Identity is a highly relevant political and social theme in contemporary times, whether we are discussing minority movements seeking recognition and rights, or the growth of reactionary movements that are founded on identities that exclude difference and promote social behaviors hostile to marginalized subjects. In the psychoanalytic field, the issue of identity is sometimes treated as irrelevant to our discussions, using the argument that we work with identifications instead of identities and hastily ending the debate. With this article, we intend to assert the importance of the theme of identity for psychoanalysis and discuss, together with decolonial studies, ways of thinking about the issue that take into account its problematic aspects while highlighting modes of relationship with identities that are directed towards relationality and confronting the mechanisms of domination in the contemporary world. To this end, we aim to touch on the specificities of identity processes in contexts marked by the effects of the coloniality of power and to investigate how the works of Freud and Lacan can provide pathways for thinking about identity in accordance with the direction proposed by this study.
La identidad es un tema de gran relevancia política y social en la actualidad, ya sea cuando tratamos de movimientos minoritarios que buscan reconocimiento y derechos, o por el crecimiento de movimientos reaccionarios que se basan en identidades que excluyen la diferencia y promueven comportamientos sociales hostiles hacia sujetos alterizados. En el campo psicoanalítico, a veces se trata la cuestión de la identidad como ajena a nuestras discusiones, utilizando el argumento de que trabajamos con identificaciones en lugar de identidades y cerrando el debate precipitadamente. Con este artículo, pretendemos afirmar la importancia del tema de la identidad para el psicoanálisis y discutir, junto con los estudios decoloniales, maneras de pensar la cuestión que tengan en cuenta sus aspectos problemáticos y, al mismo tiempo, pongan en evidencia modos de relación con las identidades que se dirigen hacia la relacionalidad y hacia el enfrentamiento de los mecanismos de dominación del mundo contemporáneo. Buscamos abordar las especificidades de los procesos identitarios en los contextos marcados por los efectos de la colonialidad del poder e investigar cómo las obras freudiana y lacaniana pueden proporcionar caminos para pensar la identidad de acuerdo con la orientación propuesta por este estudio.
Sujet(s)
Psychanalyse , Identification sociale , ColonialismeRÉSUMÉ
A proposta desse ensaio é retomar a incursão de Freud, a partir da Primeira Guerra Mundial, na fonte do sofrimento que vem das relações entre os humanos, indicando a novidade que significou o conceito de narcisismo das pequenas diferenças na apreensão dos movimentos coletivos que declaram uma inócua expressão de hostilidade ao outro, ou os que promulgam ações destrutivas e mortíferas contra o outro eleito como seu inimigo absoluto. Com o advento da pulsão de morte, Freud redimensiona o conceito de narcisismo das pequenas diferenças e introduz a ideia de que a satisfação das pulsões que atingem a mais cega fúria de destruição, está conectada a um gozo [Genuß] narcísico. Esse gozo, na leitura de Lacan, é um mal porque comporta um mal à alteridade. É com esse legado que nos propomos pensar a extensão da psicanálise ao discurso decolonial e outros discursos contra hegemônicos, através do diálogo interdisciplinar, na leitura das linguagens de ódio que enfrentamos em nossa época.
The purpose of this essay is to resume Freud's incursion, from the First World War, on the source of the suffering that comes from the relationships between humans, indicating the novelty that meant the concept of narcissism of small differences in the apprehension of collective movements that declare an innocuous expression of hostility to the other, or those who enact destructive and deadly actions against the other chosen as their absolute enemy. With the advent of the death drive, Freud re-dimensions the concept of narcissism of small differences and introduces the idea that the satisfaction of drives that reach the blindest fury of destruction is connected to a narcissistic jouissance [Genuß]. This jouissance, in Lacan's reading, is an evil because it entails an evil to alterity. It is with this legacy that we propose to think about the extension of psychoanalysis to the decolonial discourse and other counter-hegemonic discourses, through interdisciplinary dialogue, in the reading of the languages of hate that we face in our time.
El propósito de este ensayo es retomar la incursión de Freud, desde la Primera Guerra Mundial, sobre el origen del sufrimiento que proviene de las relaciones entre los humanos, señalando la novedad que significó el concepto de narcisismo de las pequeñas diferencias en la aprehensión de los movimientos colectivos que declaran una expresión inocua de hostilidad hacia el otro, o los que ejecutan acciones destructivas y mortíferas contra el otro elegido como su enemigo absoluto. Con el advenimiento de la pulsión de muerte, Freud redimensiona el concepto de narcisismo de las pequeñas diferencias e introduce la idea de que la satisfacción de las pulsiones que alcanzan la más ciega furia de destrucción está ligada a un goce narcisista [Genuß]. Este goce, en la lectura de Lacan, es un mal porque implica un mal a la alteridad.Es con este legado que nos proponemos pensar la extensión del psicoanálisis al discurso decolonial y otros discursos contrahegemónicos, a través del diálogo interdisciplinario, en la lectura de los lenguajes de odio que enfrentamos en nuestro tiempo.
Sujet(s)
Colonialisme , Plaisir , Racisme , Génocide , Haine , NarcissismeRÉSUMÉ
Resumo Refletimos sobre a saúde da mulher negra como parte integrante do enredo produzido pelo exercício do poder na colonialidade, e as forças que atuam no sentido da definição e imposição do lugar de subalterna, pois que informada pela noção objetificada e racializada de corpo. Mulheres negras estão substancialmente representadas nos piores indicadores de saúde. Propomos olhar o campo da saúde coletiva, em especial problematizando a dimensão do cuidado, enquanto tecnologia política, social e intersubjetiva, cujos encontros com o corpo estético-político da mulher negra são atravessados por experiências singulares de exclusão. Mas, para além do sofrimento, falamos também de agência e resistência, bem como da construção de uma agenda de luta a partir do protagonismo de negras/os.
Abstract We reflect on Black women's health as part of a narrative produced by the exercise of coloniality and the forces that contribute toward defining and imposing the place of a subaltern since the objectified and racialized body notion informs it. Black women are represented in the worst health indicators. We propose to look at collective health from the perspective of care as a political, social, and intersubjective technology, in whose encounters with the aesthetic-political body of Black women are traversed by unique exclusion experiences. Moving beyond suffering, we also address agency, resistance, and the construction of an agenda of struggle based on the Black people's leading roles.
RÉSUMÉ
Este trabalho apresenta uma análise decolonial de dois planos territoriais pensados, respectivamente, à Amazônia e o território de Barcarena. Tem como objetivo geral analisar a vocação colonial do território de Barcarena estabelecida no plano diretor municipal. Trata-se de relatório de pesquisa com enfoque na discussão sobre a colonialidade do poder e o processo de formação social da Amazônia brasileira, a partir de documentos internacionais e municipais, especificamente a Agenda de Projetos Prioritários de Integração do Conselho Sul-Americanos de Infraestrutura e Planejamento (2012-2022) e o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Barcarena (2016-2026). Os resultados denunciam a presença da colonialidade do poder nos instrumentos oficiais de planejamento territorial global e local que determinam a vocação local do território de Barcarena no processo de controle dos territórios da Amazônia.(AU)
This work presents a decolonial analysis of two territorial plans designed, respectively, for the Amazon and the territory of Barcarena. Its general objective is to analyze the colonial vocation of the territory of Barcarena established in the municipal master plan. It is a research report focusing on the discussion of the coloniality of power and the process of social formation in the Brazilian Amazon, based on international and municipal documents, specifically the Agenda of Priority Integration Projects of the South American Council for Infrastructure and Planning (2012-2022) and the Master Plan for Urban Development of Barcarena (2016-2026). The results denounce the presence of the coloniality of power in the official instruments of global and local territorial planning that determine the local vocation of the territory of Barcarena in the process of controlling the territories of the Amazon.(AU)
Este trabajo presenta un análisis decolonial de dos planes territoriales diseñados, respectivamente, para la Amazonía y el territorio de Barcarena. Su objetivo general es analizar la vocación colonial del territorio de Barcarena establecida en el plan director municipal. Se trata de un informe de investigación centrado en la discusión sobre la colonialidad del poder y el proceso de formación social en la Amazonía brasileña, a partir de documentos internacionales y municipales, específicamente la Agenda de Proyectos Prioritarios de Integración del Consejo Suramericano de Infraestructura y Planificación (2012). -2022) y el Plan Director de Desarrollo Urbano de Barcarena (2016-2026). Los resultados denuncian la presencia de la colonialidad del poder en los instrumentos oficiales de planificación territorial global y local que determinan la vocación local del territorio Barcarena en el proceso de control de los territorios amazónicos.(AU)
Sujet(s)
Rénovation urbaine , Colonialisme , Écosystème Amazonien , Gestion et Plannification de la TerreRÉSUMÉ
O desenvolvimento das desigualdades sociais, raciais e de gênero no Brasil tem suas origens no processo de colonização. Igualmente, a origem eurocêntrica, cientificista e colonial atravessa a Psicologia a partir da colonialidade. Utilizando fundamentos da Psicologia da Libertação e dos estudos decoloniais, tem-se como objetivo analisar a atuação com as comunidades em situação de pobreza como estratégia de decolonização da Psicologia brasileira. Resgatar a memória histórica, potencializar as ações de resistências coletivas interseccionais e enfrentar as desigualdades coloniais são estratégias apontadas para transformar de forma decolonial esse modo de fazer da Psicologia. O profissional deve questionar seus marcadores de privilégio e de opressão baseados em raça, classe, gênero e território. A atuação precisa utilizar metodologias participativas, potencializando as estratégias de resistências históricas das populações negras e indígenas e escolhendo as comunidades em situação de pobreza como campo de ação. (AU)
The development of social, racial and gender inequalities in Brazil has its origins in the colonization process. Likewise, the Eurocentric, scientistic and colonial origin crosses Psychology from coloniality. Using the foundations of Liberation Psychology and decolonial studies, the aim is to analyze the work with communities in poverty as a strategy to decolonize Brazilian Psychology. Rescuing the historical memory, potentiating the actions of collective resistance and facing colonial inequalities are strategies pointed out to transform in a decolonial way this way of doing Psychology. The professional must question his markers of privilege and oppression based on race,class, gender, and territory. The action needs to use participative methodologies, empowering the historical interseccional resistance strategies of the black and indigenous populations and choosing communities in poverty as a field of action. (AU)
El desarrollo de las desigualdades sociales, raciales y de género en Brasil tiene su origen en el proceso de colonización. Asimismo, los orígenes eurocéntricos, cientificistas y coloniales recorren la Psicología desde la colonialidad. Utilizando los fundamentos de la Psicología de la Liberación y de los estudios decoloniales, se pretende analizar el trabajo con comunidades en situación de pobreza como estrategiapara descolonizar la Psicología brasileña. Rescatar la memoria histórica, potenciar las acciones de resistencia colectiva interseccional y enfrentar las desigualdades coloniales son estrategias señaladas para transformar de manera decolonial esta forma dehacer Psicología. Los profesionales deben cuestionar sus marcadores de privilegio y opresión basados en la raza, la clase, el género y el territorio. La acción debe utilizar metodologías participativas, reforzando las estrategias históricas de resistenciade las poblaciones negras e indígenas y eligiendo a las comunidades en situación de pobreza como campo de acción. (AU)
Sujet(s)
Pauvreté/psychologie , Psychologie sociale/méthodes , Décolonisation/psychologie , Brésil , ColonialismeRÉSUMÉ
RESUMO O estudo parte do seguinte problema: a reconexão de pessoas com o seu órgão uterino facilita o autoconhecimento e desenvolvimento da espontaneidade-criatividade? Tal problema implica a necessidade de se compreender em que momento da história do Ocidente o útero passou a ser locus de doenças e preconceitos; e, a partir de uma análise sociopsicodramática, compreender os reflexos desta narrativa hegemônica na atualidade político-cultural brasileira. As dores históricas que bloqueiam a espontaneidade-criatividade são chamadas de conserva colonial. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e psicodramática, com estudos de casos que apresentam o sofrimento de consulentes firmados pela desconexão com seu órgão uterino. Utiliza-se um método específico, denominado uterodrama, que facilitou o desenvolvimento da espontaneidade-criatividade das consulentes1 a partir da reaproximação com seu útero.
ABSTRACT The study starts from the following issue question: does the reconnection between people and their uterine organ ease self-knowledge and the development of spontaneity-creativity? This problem requires the comprehension of what moment of Western history, the uterus became a locus of disease and prejudice; and, from a social-psychodramatic analysis, understanding the consequences of this hegemonic narrative in the Brazilian current political-cultural reality. For being historical sorrows that block our spontaneity-creativity, we name it of colonial conservatism. This is qualitative and psychodramatic research, with the study of cases presenting the suffering of consultants caused by the disconnection with their uterine organ. We used a specific approach, called uterodrama, which facilitated the development of consultants' spontaneity and creativity as they experienced the reapproximation with their uterus.
RESUMEN El estudio parte del siguiente tema: ¿La reconexión de las personas con su órgano uterino facilita el autoconocimiento y el desarrollo de la espontaneidad-creatividad? Tal tema requiere la necesidad de comprender en qué momento de la historia de Occidente el útero se ha convertido en locus de enfermedades y prejuicios; y, a partir de un análisis sociopsicodramático, comprender los reflejos de esta narrativa hegemónica en la actualidad político-cultural brasileña. Al seren dolores históricos que bloquean la espontaneidad-creatividad, se le denomina conserva colonial. Se trata de una investigación cualitativa y psicodramática, con estudios de casos que presentan el sufrimiento de consultores causados por la desconexión con su órgano uterino. Se utiliza una obra específica, llamada uterodrama, que ha facilitado el desarrollo de la espontaneidad-creatividad de las consultores en la reaproximación con su útero.
RÉSUMÉ
Resumo: Este artigo reflete acerca das contribuições do pensamento decolonial para o Serviço Social. Considera a colonialidade e a decolonialidade como ferramentas de análise e projeto ético e político, que oferecem alternativas de conhecimento e transformação social devido à diversidade epistêmica teórica, política e pedagógica. Propõe complexificar e questionar a lógica de produção de conhecimento moderna/ocidental, evidenciando categorias e conceitos úteis à prática e à produção científica da profissão.
Abstract: This article reflects on the contributions of decolonial thinking to social work. It considers coloniality and decoloniality as analysis tools and ethical and political projects that offer alternatives for knowledge and social transformation due to theoretical, political and pedagogical epistemic diversity. It proposes to make more complex and question the logic of modern/Western knowledge production, highlighting categories and concepts that are useful to the practice and scientific production of the profession.
RÉSUMÉ
Resumo Desafiadas a pensar como a branquitude se coloca como categoria de análise para a psicologia social, duas pesquisadoras brancas tomam como pergunta disparadora de pesquisa: De que forma a branquitude se constitui como modo de subjetivação? A fim deslocar quaisquer supostas neutralidade e universalidade, ainda presentes no campo da psicologia social, o objetivo do estudo foi o de produzir efeitos de visibilidade nos processos de subjetivação racistas contemporâneos. O percurso cartográfico foi movimentado pelo recurso à produção de narrativas poéticas, a partir de vivências desde um lugar racializado das pesquisadoras. Esta estratégia metodológica buscou problematizar a branquitude engendrada às tecnologias de subjetivação. Ao final, o estudo destaca a universalidade, a invisibilidade e os pactos narcísicos entre as dimensões do racismo, que sinalizam a urgência de refletirmos acerca destas posições para a invenção de práticas antirracistas a comporem o porvir da psicologia.
Resumen Desafiado a pensar sobre cómo la blanquitud es una categoría de análisis para la psicología social, un par de investigadoras blancas formulan la siguiente pregunta de investigación: ¿Cómo se constituye la blanquitud como modo de subjetivación? Para desplazar cualquier supuesta neutralidad y universalidad, aún presente en el campo de la psicología social, el objetivo del estudio fue producir efectos de visibilidad en los procesos de subjetivación racistas contemporáneos. El recorrido cartográfico fue impulsado por el uso de la producción de narrativas poéticas, basadas en las experiencias de los investigadores desde un lugar racializado. Esta estrategia metodológica buscó problematizar la blanquitud engendrada por las tecnologías de subjetivación. Al final, el estudio destaca la universalidad, la invisibilidad y los pactos narcisistas entre las dimensiones del racismo, que señalan la urgencia de reflexionar sobre estas posiciones para la invención de prácticas antirracistas que formen el futuro de la psicología.
Abstract Challenged to think about how whiteness is a category of analysis for social psychology, two white researchers take the following research question as the trigger: How whiteness is constituted as a mode of subjectivation? In order to displace any supposed neutrality and universality, still present in the field of social psychology, the aim of the study was to produce visibility effects in contemporary racist subjectivation processes. The cartographic journey was driven by the use of the production of poetic narratives, based on the researchers' experiences from a racialized place. This methodological strategy sought to problematize the whiteness engendered by subjectivation technologies. In the end, the study highlights the universality, invisibility, and narcissistic pacts between the dimensions of racism, which signal the urgency of reflecting on these positions for the invention of anti-racist practices to form the future of psychology.
RÉSUMÉ
Resumo O debate sobre os efeitos psicossociais do racismo ganha crescente presença no campo da Reforma Psiquiátrica Antimanicomial. Consideramos que a manicomialização no Brasil tem ancoragem na colonialidade, configurando o manicolonial: a vinculação do significante negro à loucura. Visando investigar movimentos críticos, acompanhamos, de 2019 a 2021, na perspectiva metodológica da pesquisa cartográfica, dois coletivos antirracistas na Rede de Atenção Psicossocial do Município de São Paulo - Kilombrasa e Café Preto. O material colhido, em uma participação-observante das atividades; entrevistas e rodas de conversa com os profissionais, foi trabalhado na forma de fragmentos narrativos. A prioridade da experiência relacional, como racialização - enegrecer - e como experiência diaspórica - desnortear -, produz efeitos antirracistas e um resgate da radicalidade ético-política libertária da Luta Antimanicomial. Todavia, dessa vez, radicalizada como antimanicolonialidade: ressignificação do louco e do negro em um vaivém no Atlântico negro, em um pensamento da travessia contrário ao pensamento fixo, característico da manicolonialidade.
Resumen El debate sobre los efectos psicosociales del racismo ha crecido en el campo de la Reforma Psiquiátrica Antimanicomial. Consideramos que la manicomialización en Brasil está anclada en la colonialidad, configurando el manicolonial: la vinculación del significante Negro a la locura. Con el objetivo de investigar movimientos críticos, acompañamos, de 2019 a 2021, en la perspectiva metodológica de la pesquisa cartográfica, dos colectivos antirracistas en la Red de Atención Psicosocial del Município de São Paulo - Kilombrasa y Café Preto. El material recogido, en participación-observante de las actividades; entrevistas y charlas con los profesionales, fue trabajado en forma de fragmentos narrativos. La prioridad de la experiencia relacional, como racialización (enegrecer) y como experiencia diaspórica (desnortar), produce efectos antirracistas y un rescate de la radicalidad ético-política libertária de la Lucha Antimanicomial. Sin embargo, de esta vez, radicalizada como antimanicolonialidad: resignificación del loco y del negro en un vaivém en el atlántico negro, en un pensamiento del cruce contrario al del pensamiento fijo, característico de la manicolonialidad.
Abstract The debate on the psychological consequences of racism is becoming more prominent in the field of Anti-Asylum Psychiatric Reform. We consider institutionalization in Brazil to be rooted in coloniality, defining manicolonial as a tie between the black signifier and madness. Aiming to investigate critical movements, from the methodological perspective of cartographic research, we followed two anti-racist collectives in the Psychosocial Care Network of the Municipality of São Paulo - Kilombrasa and Café Preto - between 2019 and 2021. The information gathered through observative participation of activities, interviews, and conversation circles with professionals was transformed into narrative fragments. The prioritization of relational experience as racialization - blackening - and diasporic experience - disorienting the north - produces anti-racist effects and a rescue of the liberatory ethical-political radicality of the Anti-Asylum Fight. This time, however, radicalized as antimanicoloniality: re-signification of the insane and the black in a black Atlantic passage, a crossing idea opposed to the fixed thought characteristic of manicoloniality.
RÉSUMÉ
Resumo Este artigo trata do tema da colonialidade e das Clínicas do Trabalho a partir de uma pesquisa realizada junto a professoras da rede pública de educação básica. Aborda-se a questão desde uma perspectiva da Clínica da Atividade, indicando a proposição de um conceito-ferramenta que chamamos de Estilizações Marginais, o qual indica um processo experimentado por pessoas negras em seu ofício em virtude da operação de estratégias da branquitude. Defende-se, neste estudo, a aposta em uma Clínica Antirracista do Trabalho.
Resumen Este artículo aborda el tema de la Colonialidad y las Clínicas del Trabajo a partir de una investigación realizada con profesores de la red pública de enseñanza básica. La cuestión es abordada desde la perspectiva de la Clínica de la Actividad, indicando la proposición de una herramienta-concepto que denominamos Estilizaciones Marginales, que indica un proceso vivido por las personas negras en su profesión debido a la operación de estrategias de blancura. Defendemos la apuesta por una Clínica del Trabajo Antirracista.
Abstract This article deals with the theme of coloniality and the Work Clinics from a research conducted with teachers of the public basic education system. The issue is approached from the perspective of the Activity Clinic, indicating the proposition of a concept-tool that we call Marginal Stylizations, which indicates a process experienced by black people in their craft due to the operation of whiteness strategies. With this study, we defend the bet on an Antiracist Work Clinic.
RÉSUMÉ
Resumo: A intenção deste ensaio é a de problematizar a inscrição do discurso psicanalítico, com Freud, no campo do mundo do pós-colonialismo, pela sustentação da categoria de identificação e a crítica correlata da categoria de identidade, assim como pela ênfase na reversibilidade dialética da oposição entre os registros da civilização e da barbárie.
Abstract: The purpose of this essay is to problematize the inscription of psychoanalytic discourse, with Freud, in the field of the post-colonial world by supporting the category of identification and the related criticism of the identity category. It also emphasizes the dialectical reversibility of the opposition between the registers of civilization and barbarism.
Sujet(s)
Civilisation , Colonialisme , Moi , ÉgypteRÉSUMÉ
RESUMO: O artigo em tela tem como finalidade articular a dialética inerente à constituição do eu a partir do encontro com o outro com as noções de ferida narcísica e sentimento oceânico. Em seguida, apresenta-se um caso-problema que interroga os limites da construção identitária dos sujeitos subalternizados, marcados pelo discurso colonial, o qual opera a partir de uma distribuição ontológica hierárquica promotora da divisão entre nós e eles, e cujo pressuposto é a noção de falta como atributo fundamental dos colonizados. Tal distribuição ontológica repousa, portanto, na pressuposição de uma hierarquia dos saberes e discursos que tanto reprime a produção de conhecimentos e dos sistemas de signo dos dominados quanto mitifica àquela dos dominadores. O caso em tela coloca em evidência o colonialismo interno em sua dupla determinação: do ser e do saber, e nos leva a problematizar os processos de identificação entre a autofagia e a antropofagia, bem como ao questionamento dos modos pelos quais é possível articular uma fala de resistência que não esteja comprometida pelo discurso e pelos poderes dominantes.
ABSTRACT: Stuttering in One's Own Language: Anti-identitarian Anthropophagy as a Disruption of Epistemic Domination. This article aimed to articulate the inherent dialectics of self-constitution through encounters with the other, employing the concepts of narcissistic wounds and oceanic feeling. Subsequently, a case problem is presented, which questions the limits of identity construction for subalternized subjects marked by the colonial discourse. The colonial discourse operates through a hierarchical ontological distribution, promoting a division between 'us' and 'them,' presupposing the fundamental attribute of lack for the colonized. This ontological distribution relies on the presupposition of a hierarchy of knowledge and discourses that both repress the production of knowledge and sign systems of the dominated and mythify those of the dominators. The case at hand highlights internal colonialism in its dual determination: being and knowledge, prompting scrutiny of identification processes between autophagy and anthropophagy. It also raises questions about how it is possible to articulate a resistant discourse that is not compromised by dominant powers.
Sujet(s)
Identification sociale , Cannibalisme , Colonialisme , Domination-subordinationRÉSUMÉ
RESUMO: O objeto central deste artigo, fundamentado na psicanálise, é a problemática da exclusão social. Trata-se de mostrar a importância desse saber em uma reflexão dedicada a situações de precariedade social. Um de seus eixos principais concerne à dimensão de pertencimento, própria ao laço social, tendo em vista, em particular, vividos subjetivos marcados por significativas falhas quanto a essa dimensão. A questão da colonialidade é um operador de relevo neste trabalho, visando ao aprofundamento da relação exclusão/pertencimento. A noção de desamparo e sua modalidade extrema, o desalento, têm grande relevância neste estudo, o qual se ancora na articulação entre subjetividade e universo sócio-cultural.
ABSTRACT: From social exclusion to discouragement: a "decolonial" look. The central object of this article, based on psychoanalysis, is the issue of social exclusion. It is about showing the importance of this knowledge in a reflection dedicated to situations of social precariousness. One of its main axes concerns the dimension of belonging, specific to the social bond, taking into account, in particular, subjective experiences marked by significant flaws in this dimension. The issue of coloniality is a relevant operator in this work, aiming to deepen the relationship of exclusion/belonging. The notion of helplessness and its extreme modality, discouragement, has great relevance in this study, which is anchored in the articulation between subjectivity and the socio-cultural universe.
Sujet(s)
Isolement social , Colonialisme , TristesseRÉSUMÉ
O presente estudo buscou refletir acerca do processo de mobilização étnica e política dos povos indígenas no Piauí, no intuito de conhecer as políticas públicas destinadas aos grupos indígenas no Estado; discutir o acesso de tais grupos aos serviços voltados à promoção dos direitos indígenas; e apresentar os avanços e impasses na operacionalização das políticas públicas propostas à população indígena piauiense. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, apoiada na produção de sentido no cotidiano, uma forma de fazer pesquisa em Psicologia Social. Participaram 20 lideranças, mediante os seguintes recursos metodológicos: observação no cotidiano; conversa no cotidiano; entrevista semiestruturada. Em suma, observa-se que por não corresponderem aos marcadores identitários reconhecidos pelos grupos dominantes da sociedade, os grupos indígenas do Piauí têm sido discriminados, oprimidos e marginalizados, sendo constantemente recolocados e vistos sob uma imagem colonial e estereotipada do que é ser indígena, que (re)produzem relações de colonialidade no âmbito das relações institucionais e sociais.
This study sought to reflect on the process of ethnic and political mobilization of indigenous peoples in Piauí, in order to know the public policies aimed at indigenous groups in the State; discuss the access of such groups to services aimed at promoting indigenous rights; and present the advances and impasses in the implementation of public policies proposed to the indigenous population of Piauí. This is a qualitative research, supported by the production of meaning in daily life, a way of doing research in Social Psychology. Twenty leaders participated, through the following methodological re sources: daily observation; conversation in daily life; semistructured interview. In short, it is observed that because they do not correspond to the identity markers recognized by the dominant groups of society, the indigenous groups of Piauí have been discriminated, oppressed, and marginalized, being constantly replaced and seen under a colonial and stereotyped image of what it is to be indigenous, that (re)produces relationships of coloniality within the institutional and social relations.
Este estudio buscó reflexionar sobre el proceso de movilización étnica y política de los pueblos indígenas en Piauí, con el fin de conocer las políticas públicas dirigidas a los grupos indígenas en el Estado; discutir el acceso de dichos grupos a los servicios destinados a promover los derechos indígenas; y presentar los avances y estanciamentos en la implementación de las políticas públicas propuestas a la población indígena de Piauí. Se trata de una investigación cualitativa, basada en la producción de sentido en la vida cotidiana, una forma de hacer investigación en Psicología Social. Participaron 20 líderes, a través de los siguientes recursos metodológicos: observación diaria; conversación en la vida cotidiana; entrevista semiestructurada. En suma, se observa que no corresponder a las marcas identitarias reconocidas por los grupos dominantes de la sociedad, los grupos indígenas de Piauí han sido discriminados, oprimidos y marginados, siendo constantemente reemplazados y vistos bajo una imagen colonial y estereotipada de lo que es ser indígena, que (re)produce relaciones de colonialidad en el ámbito de las relaciones institucionales y sociales.
RÉSUMÉ
RESUMEN Se identifica y analiza el tratamiento curricular dado a las Músicas Colombianas en el programa de Licenciatura en Música del Conservatorio del Tolima en la ciudad de Ibagué - Colombia, el cual tiene entre sus líneas de énfasis este tipo de música; la investigación se soporta en la teoria Modernidad -Colonialidad en diálogo con las categorias de currículo e interés. El método obedece a un estudio de caso con el cual se buscó identificar las Músicas Colombianas incluidas en el currículo, su forma de inclusion, así como los intereses curriculares con los cuales son tratadas. Los hallazgos arrojan que la inclusión de estas prácticas sonoras obedece al patrón de blancura, un tratamiento curricular técnico e instrumental, falta de discusión y cuestionamiento ideológico que propicie una emancipación, así como la existencia de formas de resistencia; en conjunto, estos elementos evidencian que la inclusión acritica y antidialógica propicia la perpetuación de la colonialidad en la educación musical.
ABSTRACT It identifies and analyzes the curricular treatment given to Colombian Music in the Bachelor of Music program of the Conservatory ofTolima in the city of Ibagué - Colombia, which has among its lines of emphasis this type of music; the research is based on the Modernity - Coloniality theory in dialogue with the categories of curriculum and interest. The method is based on a case study which sought to identify the Colombian music included in the curriculum, its form of inclusion, as well as the curricular interests with which it is treated. The findings show that the inclusion of these sound practices obeys the pattern of whiteness, a technical and instrumental curricular treatment, lack of discussion and ideological questioning that would favor emancipation, as well as the existence of forms of resistance; together, these elements show that uncritical and anti-dialogical inclusion favors the perpetuation of coloniality in music education.
RESUMO Este trabalho identifica e analisa o tratamento curricular dado à música colombiana no programa de Bacharelado em Música do Conservatório del Tolima na cidade de Ibagué - Colômbia, que tem entre suas linhas de ênfase este tipo de música; a pesquisa é baseada na teoria da Modernidade-Colonialidade em diálogo com as categorias de currículo e interesse. O método é baseado em um estudo de caso que procura identificar a música colombiana incluída no currículo, a forma como ela é incluída, bem como os interesses curriculares com os quais é tratada. As descobertas mostram que a inclusão destas práticas sãs obedece ao padrão de brancura, um tratamento curricular técnico e instrumental, uma falta de discussão e questionamento ideológico que favorece a emancipação, assim como a existência de formas de resistência; juntos, estes elementos mostram que a inclusão acritica e anti-diáloga favorece a perpetuação da colonialidade na educação musical.