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1.
Rev. mal-estar subj ; 6(2): 518-534, set. 2006.
Artigo em Português | LILACS | ID: lil-488693

RESUMO

Neste artigo, objetivamos a respeito de implicações das crenças e concepções em relação ao trabalho flexível na subjetividade humana. Mudanças na estruturação do trabalho, na contemporaneidade, foram conseqüências de modificações no sistema de valores, ou seja, nas crenças e concepções que pautaram a idéia da flexibilização do capital e dos processos de trabalho como mais propícios às reestruturações necessárias à manutenção do sistema econômico capitalista. Entretanto, o trabalho flexível engendrou uma série de concepções contraditórias e impeditivas de os sujeitos apresentarem um trabalho satisfatório e exitoso, colocando-os à mercê do desemprego e da culpabilização pela própria empregabilidade. Desse modo, o trabalho flexível tornou-se uma possibilidade constante de fracasso em uma época histórica em que o valor do sujeito passou a ser baseado nas idéias sobre sucesso-fracasso, aplicadas aos mais variados âmbitos da vida. A possibilidade de fracasso no trabalho instigou uma subjetividade marcada por um medo contínuo. Aspecto que se revelou como impeditivo da elaboração de um sentido complexo e analítico em relação ao contexto. Concomitantemente, a internalização dos valores hedônicos, próprios da contemporaneidade, estimulou os sujeitos a procurarem práticas lúdicas como meio de adquirirem satisfação pessoal, como compensação à insatisfação com as práticas do trabalho, distinguindo uma vivência dividida entre uma vida séria do trabalho e uma vida das festividades lúdicas. Como conseqüência, os sujeitos revelaram, como fuga do medo do fracasso, uma relativa indiferença em relação ao trabalho e uma busca onipotente dos prazeres e das sensações, através das atividades lúdicas. O sentido do trabalho passou a ser o de financiar o consumo hedônico, gerando sujeitos com tempos e espaços cindidos entre sujeito-trabalhador e sujeito-consumidor, ou seja, tempos-espaços de sofrimento e tempo-espaços de prazer.


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