RESUMO
Comportamentos externalizantes freqüentemente se desenvolvem em contextos de adversidade ambiental. O objetivo do estudo foi documentar essa associaçäo em crianças com desempenho escolar pobre. Participaram meninos e meninas, com idade entre sete e 11 anos, referidos para atendimento por dificuldades escolares. De um universo de 141 crianças, formaram-se dois grupos com base na pontuaçäo da Escala Comportamental Infantil: G1 (crianças sem problema de comportamento, n= 30) e G2 (crianças com problema de comportamento, n= 37). As mäes foram entrevistadas, obtendo-se informaçöes sobre recursos e adversidades do ambiente familiar. Os resultados indicaram que o ambiente familiar de G2 apresenta menos recursos e maior adversidade, incluindo problemas nas relaçöes interpessoais, falhas parentais quanto a supervisäo, monitoramento e suporte, indícios de menor investimento dos pais no desenvolvimento da criança, práticas punitivas e modelos adultos agressivos. As dificuldades escolares aumentam a vulnerabilidade da criança para inadaptaçäo psicossocial. Enfatiza-se a importância de incluir a família em intervençöes preventivas voltadas para essa clientela