RESUMO
INTRODUÇÃO: Apesar da elevada mortalidade dos pacientes em hemodiálise devido às doenças cardiovasculares, é incomum a realização de exames diagnósticos para doença arterial obstrutiva periférica e artérias pouco compressíveis. OBJETIVOS: Analisar a prevalência de doença arterial obstrutiva periférica e artérias pouco compressíveis em hemodialisados, comparando-os com o Grupo Controle. MÉTODOS: Tratou-se de um estudo transversal, com 78 hemodialisados e 88 pacientes que não faziam hemodiálise com, pelo menos, dois fatores de risco para doença arterial obstrutiva periférica (Grupo Controle). Para aferição da pressão arterial sistólica, utilizou-se Doppler vascular portátil e esfigmomanômetro. Esta foi aferida somente nos membros que não possuíam fístula arteriovenosa. O índice tornozelo-braço foi calculado utilizando cada artéria do membro inferior. Foram considerados normais os valores de 0,9 a 1,3. RESULTADOS: Diagnosticou-se doença arterial obstrutiva periférica e artérias pouco compressíveis em 26,9 e 30,8%, dos hemodialisados, e em 33 e 22,7%, do Grupo Controle. Nos hemodialisados, verificou-se o índice tornozelo-braço alterado em 75% dos sintomáticos (p=0,005), em 67,3% dos homens e 31% das mulheres (p<0,005), em 78,6% dos idosos, 34,8% dos adultos jovens (p<0,01) e em 76,9% dos diabéticos (p<0,005 versus não diabéticos). Esses pacientes apresentaram maior prevalência de doença arterial obstrutiva periférica grave do que o Grupo Controle (p<0,01). CONCLUSÕES: O índice tornozelo-braço anormal foi muito prevalente nos grupos estudados; entretanto, os hemodialisados apresentaram alterações mais graves quando comparados ao Grupo Controle. Diabetes melito, sexo masculino e idade avançada foram fatores de risco importantes para a alteração do índice tornozelo-braço nos hemodialisados. O índice tornozelo-braço foi um bom método de rastreio para alterações pesquisadas. Portanto, a utilização deste na rotina de manejo de pacientes em hemodiálise é sugerida.
INTRODUCTION: Despite the high mortality in hemodialysis patients due to cardiovascular diseases, it is unusual performing diagnostic tests for peripheral arterial disease and poorly compressible arteries. OBJECTIVES: To analyze the prevalence of peripheral arterial disease and poorly compressible arteries in hemodialysis patients, by comparing them to the Control Group. METHODS: It was a cross-sectional study with 78 hemodialysis patients and 88 non-hemodialysis patients with at least two risk factors for peripheral arterial disease (Control Group). To evaluate blood pressure, portable vascular Doppler and sphygmomanometer were used. The pressure was measured from the limb without arteriovenous fistula. The ankle-brachial index was calculated for each artery of the lower limb. It was considered normal ankle-brachial index from 0.9 to 1.3. RESULTS: We diagnosed peripheral arterial disease and poorly compressible arteries in 26.9 and 30.8% of hemodialysis patients and in 33 and 22.7% of the Control Group. In hemodialysis patients, we found abnormal ankle-brachial index in 75% of symptomatic patients (p=0.005), in 67.3% of men and 31% of women (p<0.005), in 78.6% of the elderly, 34.8% of young adults (p<0.01), and 76.9% of diabetics (p<0.005 versus nondiabetic). These patients had a higher prevalence of severe peripheral arterial disease than the Control Group. CONCLUSIONS: Abnormal ankle-brachial index was very prevalent in the groups studied; however, hemodialysis patients had more severe changes, when compared to the Control Group. Diabetes mellitus, male gender, and advanced age were important risk factors for abnormal ankle-brachial index in hemodialysis patients. The ankle-brachial index was a good method of screening for the studied changes; therefore, we suggest the routine use in the management of hemodialysis patients.
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Humanos , Masculino , Adulto Jovem , Pessoa de Meia-Idade , Diálise Renal/métodos , Doença Arterial Periférica/diagnóstico , Estudos Transversais/classificação , Índice Tornozelo-Braço/métodos , Fatores de RiscoRESUMO
Objetivo: Investigou-se associação entre baixa estatura (BE) e fatores de risco cardiovascular em mulheres de uma comunidade de baixa renda.Material e método: Estudo de delineamento transversal, para cálculo da amostra utilizou-se prevalência de obesidade abdominal de 20,5% (RCQ > 0,85) com margem de erro de 5% e IC95%. A amostra final foi de 160 mulheres, as quais foram categorizadas em quartis de estatura. Foram analisados parâmetros sociodemográficos, comportamentais, antropométricos e bioquímicos (colesterol total, HDL e LDL colesterol, triglicérides, ácido úrico, proteína C reativa ultra sensível (PCRus), fibrinogênio, glicemia, insulina, HOMA%B, HOMAIR).Resultados: As mulheres de BE apresentaram menor nível de escolaridade (p 0,01), maior prevalência de hipertensão (RP 11,0 IC 95% 1,47-61,8) e de sobrepeso/obesidade (RP 1,56 IC 0,70-1,41). Na análise multivariada ajustada para idade, IMC e RCQ, a BE associou-se inversa e significativa com PCRus, glicemia, insulinemia, resistência à insulina e com uma menor função das células beta pancreáticas. A prevalência de síndrome metabólica foi superior nas mulheres baixas quando comparadas às mulheres com estatura normal.Conclusões: Concluiu-se que as mulheres de BE apresentaram maior prevalência de fatores de risco cardiovascular quando comparado às mulheres situadas no quartil superior de estatura.
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Humanos , Feminino , Adulto , Estatura/etnologia , Estatura/fisiologia , Fatores de Risco , Gordura Abdominal/metabolismoAssuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Gravidez , Recém-Nascido , Pré-Escolar , Criança , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Hipertensão/diagnósticoRESUMO
Hipertensão arterial é altamente prevalente na população em diálise, bem como nos transplantados, o que influencia na qualidade e expectativa de vida destes indivíduos. Os eventos cardiovasculares são os principais responsáveis pela mortalidade. Comorbidades importantes relacionadas com o estado urêmico e/ou diálise incluem hipotensão, hipertensão, anemia, hipoalbuminemia, má nutrição, dislipidemia, resistência à insulina, hiperhomocisteinemia, toxinas urêmicas, distúrbios de cálcio e fósforo e osteodistrofia. Portanto, é importante detectar esses fatores de risco com intuito de reduzir a morbidade e mortalidade neste grupo de pacientes.
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Humanos , Adulto , Diálise/instrumentação , Hipertensão , Nefropatias , Transplante de Rim , Diálise Peritoneal , Diálise Peritoneal Ambulatorial ContínuaRESUMO
As manifestações clássicas de filariose ocasionadas por Wunchereria bancrofti são aquelas associadas com dano linfático; com hiperresponsividade ao parasito ou estado assintomático no qual microfilária é encontrada na circulação periférica. Tem havido vários relatos de ocorrência de anormalidades renais em pacientes com infecção filarial. Para determinar doença renal nesta patologia, estudamos indivíduos microfilarêmicos antes (AT), durante (DT) e após (PT) o tratamento com Dietilcarbamazina (DEC) (6mg/Kg/dia, dose única oral, durante 12 dias). Foram avaliados 96 microfilarêmicos assintomáticos, entre os quais 23 foram submetidos a investigação mais minuciosa. Os pacientes foram selecionados randomicamente, sendo 04 (l7,4(por cento)) mulheres e 19 (82,6(por cento)) homens, com 20ñ 8 (Xñ DP) anos. Todos os indivíduos foram avaliados clínica e laboratorialmente AT, no 5º. e 11º. dias de DEC, sob regime de internação. Eles também foram avaliados com 1,3,6,12,18 e 24 meses após tratamento. Avaliação diagnóstica: uroanálise; proteinúria de 24 h; microfilaremia; microfilarúria; creatinina; clearance de creatinina; uréia; microalbuminúria; "Retinol Binding Protein" (RBP); C3 e C4; eletroforese de proteínas séricas; hemograma e protoparasitológico. Raio-X simples de abdome e ultra-sonografia renal e de vias urinárias também foram realizados rm todos os pacientes e biópsia renal em 10 deles. Um grupo controle de 10 indivíduos, com 25 ñ 2 anos foi submetido aos mesmos procedimentos, exceto à biópsia renal. Todos os pacientes eram assintomáticos AT. A microfilaremia AT era 10,9 ñ 15,8 (X ñ DP) mf/20 µl mas todos os pacientes negativaram 6 meses depois. A microfilarúria foi positiva em 01 paciente. A função renal era normal em 100(por cento) dos pacientes, persistindo desta forma AT. Hematúria transitória foi observada em 01 paciente DT. O grupo controle mostrou função renal normal e proteinúria quantitativamente em níveis normais AT, DT e PT em todos os casos. Diferentemente, excreção de proteína foi 303,8 ñ 168,7* (X ñ DP) mg/24h AT; 335,9 ñ 300,8* no 5º.;280,4 ñ 195,1* no 11º. dia e 304,9 ñ 204,9*; 211,5 ñ 114,3*; 142,8 ñ 67,3; 325,3 ñ 165,7; 302,3 ñ 193,1*; 256,3 ñ 156,6* mg/24h no 1º., 12º., 18º. e 24º. meses de avaliação, respectivamente (p <0,05 vs grupo controle). Portanto, tratamento com DEC não modificou o perfil da proteinúria. RBP foi normal em ...au
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Filariose , Glomerulonefrite , Hematúria , RimAssuntos
Pré-Escolar , Criança , Humanos , Masculino , Feminino , Assistência Ambulatorial , Cálculos UrináriosRESUMO
Alteraçöes metabólicas têm sido diagnosticadas em significante proporçäo de pacientes com urolitíase. Entretanto, o tratamento racional, bem como o acompanhamento sistematizado desses pacientes, é questäo controversa. Analisamos a evoluçäo clínica e laboratorial de 129 pacientes adultos com urolitíase acompanhados por um período mínimo de seis meses e máximo de 36 meses, submetidos a terapêutica específica para o distúrbio metabólico de base. Apesar do número relativamente pequeno de observaçöes, os dados preliminares sugerem reduçäo importante na eliminaçäo de cálculos, episódios de hematúria e cólicas, bem como na freqüência de eventos cirúrgicos e endoscópicos. Sugere-se que trabalhos, prospectivos a longo prazo que envolvam o diagnóstico metabólico, tratamento racional do distúrbio detectado, bem como a sistematizaçäo do acompanhamento ambulatorial, säo necessários para melhor entendimento da história natural desta patologia
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Humanos , Masculino , Feminino , Assistência Ambulatorial , Cálculos Urinários/terapia , Cálculos Urinários/diagnósticoRESUMO
Mulheres durante a vida reprodutiva apresentam nível plasmático de ácido úrico (AcUr) cerca de 1mg/dl a menos que os homens. Com o avançar da idade, a uricemia aumenta gradualmente, atingindo níveis próximos aos dos homens. Observaçöes clínicas demonstram que a artrite gotosa é rara em mulheres antes da menopausa. Considerando os aspectos referidos e observando contingente expressivo de mulheres portadoras de calculose renal, cujo distúrbio metabólico é a hiperexcreçäo de ácido úrico (HEAcUr), avaliamos este distúrbio segundo o sexo e a faixa etária, estudando o comportamento do AcUr e a funçäo renal. Realizamos estudo em 217 pacientes portadores de litíase renal, sendo 123 mulheres (57%) e 94 homens (43%), acompanhados no Ambulatório de Litíase Renal da Disciplina de Nefrologia da Escola Paulista de Medicina. Dentre estes, 137 (63%) apresentavam HEAcUr, sendo 69 (50%) do sexo feminimo e 68 (50%) do masculino. A idade variou de 10 a 60 anos. Estudamos o manuseio renal de AcUr em pacientes que apresentam distúrbio do seu metabolismo quando comparados com indivíduos normais e nos grupos controles entre si, em ambos os sexos, conforme as diversas faixas etárias. Observamos maior percentagem de HEAcUr em mulheres na faixa de 21 a 40 anos, decrescendo com o avançar da idade. Houve proporcionalidade do incremento da uricosúria e a diminuiçäo da uricemia em mulheres do grupo controle nessa faixa etária. Essas constataçöes, aliadas à ausência de manifestaçöes artríticas nestes grupos, sugerem que o
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Criança , Adolescente , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Humanos , Masculino , Feminino , Ácido Úrico/metabolismo , Rim/metabolismo , MenopausaRESUMO
Para avaliar a participaçäo das paratiróides nos mecanismos fisiopatológicos de pacientes litiásicos hipercalciúricos, analisamos a excreçäo urinária de AMP cíclico (AMPc). Através de dosagens das calciúrias de 24 horas e da prova de sobrecarga oral de cálcio caracterizamos os pacientes em 3 grupos, ou seja: pacientes com hipercalciúria renal (HCaR); com hiperabsorçäo intestinal de cálcio (HAInt) e pacientes litiásicos sem alteraçäo do metabolismo do cálcio. A dosagem do AMPc total urinário nos pacientes com HCaR näo se mostrou aumentada (2,9 + ou - 0,2nmol/dl de filtrado glomerular, p >0,05), näo caracterizando, portanto, hiperparatiroidismo secundário. Esta observaçäo sugere que o paratormônio (PTH) näo participa no mecanismo fisiopatológico da HCaR, ou que a sensibilidade do método näo é suficiente para detectar discretas variaçös intra-ensaio. Portanto, o AMPc total urinário näo foi útil na discriminaçäo das hipercalciúrias. Entretanto, a calciúria de 24 horas e a prova de sobrecarga de cálcio se mostraram adequadas na diferenciaçäo dos estados hipercalciúricos, permitindo com isto abordagem terapêutica mais racional nos pacientes litiásicos com distúrbios metabólicos associados
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Adulto , Humanos , Cálcio/metabolismo , AMP Cíclico/urina , Cálculos Renais/fisiopatologia , Hormônio Paratireóideo/metabolismo , Glândulas Paratireoides/fisiopatologiaRESUMO
Vinte e cinco pacientes adultos de ambos os sexos, com diagnóstico clínico e laboratorial de infecçäo urinária aguda näo complicada, foram selecionados e tratados com cefaclor (Ceclor, Lilly) 250mg duas vezes por dia, durante 5 a 7 dias. Foram efetuados pelo menos duas culturas de urina para cada paciente e os agentes patogênicos isolados com maior freqüência foram E. coli (76%), Enterobacter aerogenes (12%), Klebsiella sp. (8%), Proteus mirabilis (4%) e Pseudomonas aeruginosa (4%). A tolerabilidade ao cefaclor foi excelente, näo foram observados efeitos colaterais de relevância que levassem à interrupçäo do tratamento, com exceçäo de uma paciente que apresentou prurido difuso. Obteve-se evoluçäo satisfatória para cura em 88% dos pacientes com desaparecimento do quadro clínico. Estes resultados obtidos suportam a conclusäo de que o cefaclor apresenta elevada tolerância e eficácia quando administrado na posologia acima mencionada