RESUMO
O objetivo deste trabalho é investigar a existência de sofrimento psíquico entre policiais civis, segundo diferenças de gênero. Analisa dados de pesquisa anterior sobre condições de trabalho, saúde e qualidade de vida desses profissionais, usando métodos quantitativo e qualitativo. No presente estudo são considerados e testados alguns dados do questionário aplicado à amostra estatisticamente representativa de 2.746 (80,8 por cento homens e 19,2 por cento mulheres) policiais civis da cidade do Rio de Janeiro, Brasil, segundo a variável gênero e inserção nos distintos estratos de organização da atividade policial (setores administrativo, técnico e operacional). Apresenta um breve panorama das características sócio-econômicas, das condições de trabalho, dos problemas de saúde e da qualidade de vida desses policiais, destacando as informações em que a variável gênero aparece como fator diferenciador. O Self-Reported Questionaire (SRQ-20) é o instrumento a partir do qual se investigou sofrimento psíquico. Os resultados não indicam diferença de sofrimento psíquico entre os gêneros, mas apontam para a existência de diferenças significativas em alguns itens da escala. As policiais, sobretudo as técnicas, apresentam maiores proporções em relação aos homens. Esses achados são corroborados por algumas pesquisas anteriores.
This study aimed to investigate potential psychological distress among members of the civilian police force, based on gender differences. It analyzes data from previous research on work, health conditions, and quality of life in the civilian police using both quantitative and qualitative methods. The study included and tested data from the questionnaire applied to a statistically representative sample of 2,746 civilian police (80.8 percent males and 19.2 percent females) from the city of Rio de Janeiro, Brazil, according to gender variables and position in the police force (administrative, technical, and operational law enforcement). The study presents an overview of social and economic characteristics, job conditions, health problems, and quality of life, highlighting the areas of information where gender appears as an important factor. The Self-Reported Questionnaire (SRQ-20) was used to investigate psychological distress comparing males and females. The results did not show gender differences in psychological distress, but did identify significant differences in some items in the scale. Female police, especially in technical positions, showed a higher proportion than males. The conclusions corroborate some previous research.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adulto , Estresse Psicológico/etiologia , Identidade de Gênero , Polícia/estatística & dados numéricos , Apoio Social , Condições de Trabalho , Doenças Profissionais/psicologia , Estudos Transversais , Fatores Socioeconômicos , Fatores de Risco , Psicometria , Inquéritos e QuestionáriosRESUMO
O artigo propõe a padronização da escala de auto-estima de Rosenberg (1956/1989) para adolescentes residentes de um bairro urbano do Rio de Janeiro (São Gonçalo), através do estudo de adaptação transcultural (Herdman, Fox-Rushby & Badia, 1998). A amostra foi composta por 266 adolescentes escolares das 7ª/8ª séries do Ensino Fundamental e 1º/2º anos do Ensino Médio da rede pública e particular do referido município. As seguintes equivalências foram avaliadas: conceitual e de itens, semântica (significado referencial e geral), de mensuração (confiabilidade teste-reteste, consistência interna, análise fatorial e validade de construto), operacional e funcional. Foram encontrados bons resultados para equivalência semântica, o alfa de Cronbach foi de 0.68, Kappa predominantemente moderado e regular, e a análise fatorial proposta é de duas estruturas fatoriais (baixa e alta auto-estima). Na validade de construto, a escala correlacionou-se significativa e positivamente com apoio social, e inversamente com vitimização de violência psicológica, violência ocorrida entre pais e entre os irmãos. Os resultados indicam a aplicabilidade da escala na população de referência, sugerindo a necessidade do desenvolvimento de outros trabalhos em amostras distintas.
The article proposes a cross-cultural adaptation (Herdman, Fox-Rushby & Badia, 1998) of "Rosenberg Self-Esteem Scale" for adolescents who live in an urban neighborhood of Rio de Janeiro (São Gonçalo). The sample was composed of 266 adolescents, students of the 7th/ 8th grade of Elementary School and of the 1st/2nd grade of High School, of public and private schools of São Gonçalo/RJ. The following equivalences were evaluated: conceptual and itens equivalences, semantic equivalence (referential and general meaning), measurement equivalence (test-retest reliability, internal consistency, factorial analysis and construct validity) and operational and functional equivalences. Good results were obtained for semantics equivalence, alpha of Cronbach was of 0.68, the Kappa was moderate and regular, and the factorial analysis proposed two structures of factors (low and high self-esteem). Construct validity showed significant positive correlation with social support and negative correlation with psychological abuse, violence between parents and brothers. The results indicate the applicability of the scale in a reference population, suggesting the necessity to develop others studies in distinct samples.
Assuntos
Humanos , Criança , Adolescente , Fatores Culturais , Psicometria , AutoimagemRESUMO
OBJETIVO: Apresentar estratégias e resultados da adaptação transcultural de uma escala de violência psicológica, para ser utilizada em amostras brasileiras. MÉTODOS: A escala de violência, originalmente no idioma inglês e traduzida para o português foi aplicada em 266 adolescentes escolares. A amostra incluiu estudantes das sétimas e oitavas séries do ensino fundamental e primeiro e segundo ano do ensino médio das redes pública e privada do município de São Gonçalo, Estado do Rio de Janeiro. Vários tipos de equivalências foram investigados, sendo a semântica avaliada quanto ao significado referencial e geral de cada item; a de mensuração foi apreciada por meio de propriedades psicométricas (confiabilidade teste-reteste, validade de constructo, consistência interna e análise fatorial. Para avaliar a confiabilidade foi utilizada a estatística do Kappa e o coeficiente de correlação intraclasse, e o coeficiente de Pearson para apreciação da validade de constructo. RESULTADOS: Os pontos de discussões teórico-conceituais foram considerados adequados no que se refere às equivalências conceitual e de itens. A equivalência semântica obteve percentual superior a 60 por cento na avaliação do significado referencial e geral dos itens. O alfa de Cronbach encontrado foi de 0,94; a concordância do índice de Kappa foi discreta, coeficiente de correlação intraclasse de 0,82 e a análise fatorial apresentou estrutura de fator com grau de explicação de 43,5 por cento da variância. Quanto à validade de constructo, a escala de violência psicológica apresentou correlação negativa significativa com auto-estima e apoio social, e correlação positiva com a violência cometida pelo pai e pela mãe. CONCLUSÕES: Os resultados obtidos indicam a aplicabilidade do instrumento na população adolescente brasileira.
Assuntos
Humanos , Criança , Adolescente , Reprodutibilidade dos Testes , Comparação Transcultural , Psicologia da Criança , Psicologia do Adolescente , Testes Psicológicos , Violência Doméstica/psicologiaRESUMO
Buscou-se levantar o conhecimento e a experiência de fonoaudiólogos da cidade do Rio de Janeiro sobre o problema da violência familiar contra a criança e o adolescente. Foi efetuado um survey via correio, com duplo envio de questionários, a uma amostra de profissionais registrados no Conselho Regional de Fonoaudiologia. Foram enviados 500 questionários sendo obtidas 224 respostas. Os resultados indicam que, dos 71 por cento dos entrevistados que trabalham em consultório ou clínica particular, 25,8 por cento já tiveram clientes infanto-juvenis que sofreram violência familiar. Apesar de somente 12,9 por cento dos fonoaudiólogos trabalharem em centro/posto de saúde, quase a metade desses profissionais já atendeu vítimas de violência familiar (48,3 por cento). Dos fonoaudiólogos que atenderam pelo menos um caso de violência, 88,9 por cento indicaram o Conselho Tutelar para encaminhamento dos casos, mas somente quatro fonoaudiólogos afirmaram ter efetuado a notificação. Os resultados sugerem que, além da falta de informação sobre o tema, a configuração do trabalho deste profissional, em que predomina a atuação em consultórios particulares, dificulta a realização da notificação, já que não contam com um apoio institucional no enfrentamento deste grave problema.
Assuntos
Criança , Adolescente , Maus-Tratos Infantis , Fonoaudiologia , Violência DomésticaRESUMO
A alta incidência de Doenças Sexulamente Transmissíveis (DST) e da Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS), no País, exige intervenções terapêuticas e preventivas de grande alcance. Objetiva-se delinear o perfil dos participantes frente às DST/AIDS. Aplicou-se análise estatística exploratória de dados em amostra aleatória de 1675 participantes do desfile das escolas de samba, no Rio de Janeiro, no carnaval de 2003. Foi aplicado questionário através de entrevista individual. Perfil amostral: sexo masculino (48 por cento), residente no Rio de Janeiro (73 por cento), natural do Rio de Janeiro (64 por cento) e grupo etário jovem-adulto (55 por cento). A maioria possui vida sexual ativa (80,2 por cento); sempre usam preservativos nas relações sexuais (52 por cento); têm parceira estável (72,6 por cento), mas relacionam-se com parceiros eventuais (56 por cento); têm conhecimento das medidas preventivas e atitude favorável à realização do teste para AIDS. Conclui-se que é preciso reforçar as informações preventivas das DST/AIDS para ampliar a adesão a práticas sexuais mais seguras.