O perfil epidemiológico da mortalidade materna em Porto Alegre: 10 anos de análise (1996 a 2005) / The epidemiological profile of maternal mortality in Porto Alegre: a ten years analysis (1996 a 2005)

A mortalidade materna é a morte de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o seu término, independente da duração ou localização da gravidez. Mesmo com os avanços tecnológicos, este ainda é um problema relevante em saúde pública.Os óbitos maternos são sub-declarados no mundo todo, mesmo em países com um bom sistema de registro. O Ministério da Saúde estabeleceu a criação dos Comitês de Mortalidade Materna como estratégia para aprimorar a investigação dos óbitos maternos. Em Porto Alegre, este comitê foi criado, legalmente, em 1994, e em 1996 houve a municipalização do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM). Ambos os fatos contribuíram para a qualificação dos registros de mortalidade.Este trabalho é um estudo descritivo que analisou os dados do Comitê Municipal de Mortalidade Materna e do SIM de Porto Alegre, em uma série histórica de 10 anos. Os resultados mostram que a mortalidade materna reduziu 78 por cento no período, e as causa diretas têm um pequeno predomínio sobre as indiretas. Entretanto, quando analisadas por agrupamentos de causas básicas, identifica-se como as principais causas as doenças clínicas, as doenças cardiovasculares, a SIDA, seguidas da doença hipertensiva da gestação e de outras diretas. Todas as causas diretas estão diminuindo e as cardiovasculares estão aumentando. O risco de óbito materno é maior nas mulheres acima dos 35 anos e, é menor, nas adolescentes. As causas externas têm importante magnitude na mortalidade materna, e, as mulheres de cor de pele preta não têm maior risco de óbito materno, comparado às de cor de pele branca.O perfil epidemiológico da mortalidade materna em Porto Alegre tem um padrão misto entre o perfil dos países desenvolvidos e os em desenvolvimento. Embora ainda predominem as causas diretas que, potencialmente, são evitáveis, as indiretas vêm aumentando e já são as principais causas básicas da mortalidade no município.

Patologia mamária infanto juvenil: tratamento cirúrgico / The juvenile breast pathology: surgical treatment

Apresentamos a experiência de 21 anos do Serviço de Mama da enfermaria 22 da Santa Casa (1967 a 1987). Consultaram 1358 pacientes, na faixa etária de 0 a 19 anos. Encontramos segundo a faixa etária, os seguintes diagnósticos cirúrgicos: 0 a 7 anos - 2 abscessos; 8 a 9 anos - 2 abscessos; 10 a 14 anos 29 abscessos, 8 fibroadenomas, 1 granuloma tipo corpo estranho, 1 caso de mastite crônica focal com fibrose; 15 a 19 anos - 232 abscessos, 94 fibroadenomas, 6 displasias fibrosas, 3 mamas extranumerárias, 3 adenomas, 2 cistos, 2 pólipos fibro-epiteliais. Na idade de 15 a 19 anos foram encontrados 176 fibroadenomas clínicos e foram operados 50 pacientes (40%). Na patologia infanto-juvenil temos conduta conservadora, de controle, devido a inexistência de patologia maligna nesta idade. Para os fibroadenomas preconizamos uma conduta individualizada para evitar cirurgias múltiplas em pacientes täo jovens

Mastite e abcesso, fatores predisponentes / Mastitis and abcess, predisponent factors

Apresentamos a experiência em patologia mamária inflamatória na fase infanto-juvenil, num período de 21 anos. De um total de 1358 pacientes na faixa etária de 0 a 19 anos encontramos 440 casos (32,4%) de mastite aguda. É patologia mais freqüente dessa idade. Destes casos 281 evoluiram para abscesso. De 0 a 9 anos - período infantil e pré-adolescência - tivemos 4 pacientes com abscessos e sem fatores desencadentes aparentes. De 10 a 14 anos - período de adolescência inicial - tivemos 47 casos de mastite e 23 formaram abscessos. O eczema areolar (23%) e o trama (21%) foram os fatores desencadeantes mais freqüentes. Em 48% dos casos näo há relato de fator desencadeante. Na idade de 15 a 19 anos - adolescência tardia - tivemos 389 pacientes com mastite e 254 evoluiram para abscessos. A incidência maior ocorreu no puerpério (32%). O eczema areolar foi o segundo fator em importância (16,4%). Depois, como fatores isolados, a gestaçäo, o traumatismo e a escabiose e outras afecçöes dermatológicas. Näo tivemos a anotaçäo de fatores em 134 pacientes (34,4½) dessa faixa etária