RESUMO
Este trabalho analisa o processo que levou a formação do coletivo antitabagista brasileiro sob a liderança médica na década de 1950, a partir da divulgação em periódicos como Brasil-Médico e Revista Brasileira de Medicina (RBM) de dados de pesquisas produzidas. na Inglaterra e EUA que ligavam o tabagismo ao câncer de pulmão. Entre os autores destes textos e editores dessas revistas, destaque coube aos tisiologistas/pneumologistas da Policlínica Geral do Rio de Janeiro, que estariam na linha de frente da propagação de um discurso contra o hábito no país, buscando principalmente apoio na própria comunidade médica. Isso foi favorecido pelo lugar ocupado pelos médicos do movimento na comunidade científica/profissional e na própria máquina estatal. Estratégias como a divulgação de artigos e a promoção de simpósios sobre o tema, além de campanhas realizadas para médicos pelo Jornal Brasileiro de Medicina (JBM), foram preponderantes para a expansão do coletivo, pois permitiu a integração de novos aliados na comunidade médica e em outras esferas, como a política e a imprensa
Foi por meio da atuação deste coletivo médico que se originou, através da Portaria 655/GM, o Grupo Assessor ao Ministério da Saúde para o Controle do Tabagismo no Brasil (GACT). Este grupo foi responsável pelo Programa Nacional de Combate ao Fumo em 1986, em um momento que o país passava por uma transição epidemiológica, na qual as doenças crônico-degenerativas começaram a se tornar objeto de políticas de saúde pública. O Programa também se constituiu como importante marco de institucionalização da luta contra o tabagismo no país. Assim, nosso estudo procurou perceber como a promoção da luta antitabagista, por meio da divulgação científica entre especializados e leigos, e a implementação de políticas de saúde pública governamentais, legitimou socialmente no Brasil a relação tabagismomales a saúde, sobretudo, o câncer de pulmão
Assuntos
Masculino , Feminino , Humanos , Gravidez , Criança , Adolescente , Adulto , Idoso , Tabagismo/história , Tabagismo/prevenção & controleRESUMO
Este trabalho analisa o processo que levou a formação do coletivo antitabagista brasileiro sob a liderança médica na década de 1950, a partir da divulgação em periódicos como Brasil-Médico e Revista Brasileira de Medicina (RBM) de dados de pesquisas produzidas. na Inglaterra e EUA que ligavam o tabagismo ao câncer de pulmão. Entre os autores destes textos e editores dessas revistas, destaque coube aos tisiologistas/pneumologistas da Policlínica Geral do Rio de Janeiro, que estariam na linha de frente da propagação de um discurso contra o hábito no país, buscando principalmente apoio na própria comunidade médica. Isso foi favorecido pelo lugar ocupado pelos médicos do movimento na comunidade científica/profissional e na própria máquina estatal. Estratégias como a divulgação de artigos e a promoção de simpósios sobre o tema, além de campanhas realizadas para médicos pelo Jornal Brasileiro de Medicina (JBM), foram preponderantes para a expansão do coletivo, pois permitiu a integração de novos aliados na comunidade médica e em outras esferas, como a política e a imprensa
Foi por meio da atuação deste coletivo médico que se originou, através da Portaria 655/GM, o Grupo Assessor ao Ministério da Saúde para o Controle do Tabagismo no Brasil (GACT). Este grupo foi responsável pelo Programa Nacional de Combate ao Fumo em 1986, em um momento que o país passava por uma transição epidemiológica, na qual as doenças crônico-degenerativas começaram a se tornar objeto de políticas de saúde pública. O Programa também se constituiu como importante marco de institucionalização da luta contra o tabagismo no país. Assim, nosso estudo procurou perceber como a promoção da luta antitabagista, por meio da divulgação científica entre especializados e leigos, e a implementação de políticas de saúde pública governamentais, legitimou socialmente no Brasil a relação tabagismomales a saúde, sobretudo, o câncer de pulmão