RESUMO
Neste artigo, tomamos a violência como objeto de nossa discussão, mas nos propomos a apresentá-la para além de sua fenomenologia cotidiana. Nossa intenção consiste em lançar um olhar sobre a violência, ou seja, pretendemos problematizar o Real que irrompe através das fissuras na teia social, tomando como principal referência a leitura psicanalítica realizada por Slavoj Zizek. Sua tese sobre a violência denuncia o engodo subjetivista de entendê-la apenas como uma expressão do embate entre agentes sociais e questiona o seu sentido naquilo que nela há de mais Real, isto é, naquilo que se inscreve no cerne de sua condição traumática e que se instala nas exigências da linguagem enquanto modo de articulação em torno do vazio. Nesse contexto, o verdadeiro ato político surge como uma aposta, um apelo violento ao impossível de se realizar e um abalo nas fantasias naturalizadas que se proliferam nos laços que o sujeito estabelece com o outro.
In this article, we take violence as the object of our discussion, but we propose to present it beyond its everyday phenomenology. Our intention is to take a look at violence, that is, we intend to problematize the Real that breaks through the fissures in the social web, taking as main reference the psychoanalytic reading performed by Slavoj Zizek. His thesis on violence denounces the subjectivist lure of understanding it only as an expression of the clash between social agents and questions its meaning in what is most real in it, that is, in what is inscribed at the heart of his traumatic condition and that is installed in the demands of language as a way of articulating around the void. In this context, the true political act appears as a bet, a violent appeal to the impossible to be realized and a shock in the naturalized fantasies that proliferate in the bonds that the subject establishes with the other.
En este trabajo tomamos la violencia como objeto de nuestra discusión, pero proponemos presentarla para más allá de su fenomenología cotidiana. Nuestra intención es echar una mirada sobre la violencia, es decir, pretendemos problematizar el Real que surge de las grietas en la tela social, tomando como principal referencia la lectura psicoanalítica realizada por Slavoj Zizek. Su tesis sobre la violencia denuncia el señuelo subjetivista de entenderla solo como una expresión del embate entre agentes sociales y cuestiona su sentido en aquello que en ella hay de más Real, es decir, en aquello que inscribe en el centro de su condición traumática y que se instala en las exigencias del lenguaje como modo de articulación al entorno del vacío. En este contexto, el verdadero acto político surge como una apuesta, un llamamiento violento al imposible de realizarse y un shock en las fantasías naturalizadas que se proliferan en los lazos que el sujeto establece con el otro.
Dans cet article, nous prenons la violence comme objet de notre discussion, mais nous nous proposons à la présenter au-delà de sa phénoménologie quotidienne. Notre intention consiste à lancer un regard sur la violence, c'est-à-dire, nous prétendons discuter le réel qui éclate à travers les fissures dans la toile sociale, en prenant comme principale référence la lecture psychanalytique réalisée par Slavoj Zizek. Sa thèse sur la violence dénonce le leurre subjectiviste de seulement comprendre la violence comme une expression de l'affrontement entre les agents sociaux. de plus, sa thèse pose des questions sur son sens chez ce qu'il a de plus Réel, c'est-à-dire, chez celà qui s'inscrit au coeur de sa condition traumatique et qui s'installe dans les exigences du langage comme mode d'articulation autour du vide. Dans ce contexte, le vrai acte politique apparaît comme un pari, un appel violent à l'impossible de se réaliser et un cahot dans les fantaisies naturalisées qui se sont proliférés dans les liens lesquels le sujet établit avec l'autre.
Assuntos
Violência/psicologia , PsicanáliseRESUMO
A partir da interpretação freudiana de um sonho, da definição freudiana de fetichismo e de alguns comentários de Slavoj Zizek e Wladimir Safatle sobre os mesmos, teceremos algumas considerações sobre: 1. O valor que a interpretação freudiana concede aos conteúdos latentes e à forma manifesta dos sonhos. 2. O estatuto faltoso do objeto do desejo. 3. A relação que a realização do desejo supõe entre desencontro e encontro e entre engano e verdade. 4. O problema do fetichismo.
From the Freudian interpretation of a dream, from the Freudian definition of fetishism and from some reviews of Slavoj Zizek and Wladimir Safatle about the same, we will make some considerations about: 1. The value that the Freudian interpretation accords to latent contents and to the actual shape of dreams. 2. The defaulting status of the object of desire. 3. The relationship that the accomplishment of desire implies between encounter and confrontation and between deception and truth. 4. The problem of fetishism.
Assuntos
Sonhos , Fetichismo Psiquiátrico , Teoria Freudiana , Inconsciente PsicológicoRESUMO
A partir do quadro teórico proposto por Foucault, diversos autores vêm analisando a mídia como instância de produção de subjetividades, sublinhando, sobretudo, seu caráter normativo e sua função disciplinar. Esse tipo de análise, entretanto, parece não dar conta de uma característica cada vez mais presente no discurso publicitário contemporâneo, que se afasta de um papel explicitamente prescritivo ou normativo em direção a um discurso "libertário" ou permissivo: trata-se não apenas de propor uma diversidade de estilos e modelos, mas de afirmar a ideia de liberdade e mesmo de subversão dos modelos. Sua estrutura é menos da ordem do seja assim e mais da ordem do "seja como quiser" - ou, em última instância, "seja você mesmo". Se do ponto de vista da normatização o que conta é a adequação a certos estereótipos, o ponto que nos interessa aqui é precisamente aquele em que a própria mídia assume o papel de contestação, de "subversão" ou de crítica aos estereótipos. Recorrendo à reflexão de Slavoj Zizek e a conceitos do próprio Foucault, o artigo procura investigar de que modo esse cenário inscreve o sujeito em uma nova modalidade de controle e por que esse discurso contestador e antinormativo se constitui como um modo de assujeitamento. O "seja você mesmo", que impera na mídia e no discurso publicitário, não indica uma liberdade senão na medida em que aponta um dever: o dever de instituir a si mesmo, de constituir-se como sujeito, de expressar sua "verdade"...
Based on the theoretical framework proposed by Foucault, several authors analyze the media as an instance of subjectivity production, stressing, in particular, its normative character and its dis-ciplinary function. This type of analysis, however, does not seem to account for a feature in-creasingly present in contemporary advertising - which moves away from an explicitly prescriptive or normative role towards a "libertarian" or permissive discourse: either proposing a diversity of styles or identities, either assuming itself a "subversive" or "antiestablishment" role. Its structure can no longer be summed by the maxim "be like that", as it operates more and more by the maxim "be as you like" - or, ultimately, "be yourself". If from the standardization point of view what counts is the suitability to certain stereotypes, the point that interests us here is precisely the one in which the media itself assumes a disruptive, "subversive" or stereotypes critic's role Using Slavoj iek reflections and some of Foucault's concepts, the article investigates how this scenario places the subject in a new control mode and how this anti-prescriptive rhetoric indicates a new kind of subjection. The "be yourself", that prevails in the media and in advertising discourse, indicates freedom in so far as it implies a duty: the individual must "have an identity", i.e., must constitute himself as a subject and express his "truth"...
Desde el marco teórico propuesto por Foucault, varios autores han estado analizando los medios de comunicación como instancia de producción de subjetividad, destacando, en particular, su carácter normativo y su función disciplinaria. Este tipo de análisis, sin embargo, no parece tener en cuenta una característica cada vez más presente en el discurso de la publicidad con-temporánea que aleja un papel explícitamente prescriptivo o normativo hacia un "libertario" de discurso o permisiva: no sólo se propone una diversidad de estilos y plantillas, pero para afirmar la idea de libertad e incluso de la subversión de los modelos. Su estructura es menos y pida más orden "como quiera"- o, en última instancia, "be yourself". Si la normalización el punto de vista lo que cuenta es si ciertos estereotipos, lo que nos interesa aquí es precisamente la que los medios de comunicación asume el rol de la contestación, la "subversión" o la crítica de los estereotipos. Mediante la reflexión de Slavoj iek y los conceptos de Foucault, el documento pretende investigar cómo este escenario es el tema en un nuevo modo de control y por qué este disruptivo y antinormativo discurso se constituye como una sumisión. El "be yourself", que prevalece en los medios de comunicación y en la publicidad de discurso, no indica una libertad sólo en la medida que apunta a un deber: el deber de establecer a sí mismo, queda sujeto a expreso su "verdad"...
À partir du cadre théorique proposé par Foucault, plusieurs auteurs ont analysé des médias en tant qu'instance de production de subjectivité, soulignant, en particulier, son caractère normatif et sa fonction disciplinaire. Ce type d'analyse, toutefois, ne semble pas représenter une caractéristique de plus en plus présente dans le discours publicitaire contemporain, qui s'éloigne d'un rôle explicitement prescriptif ou normatif vers un discours "libertaire" ou permissif: il ne s'agit pas seulement de proposer une diversité de styles et modèles, mais d'affirmer l'idée de liberté et même de subversion des modèles. La structure de ce genre de discours n´est pas de l'ordre d´une imposition, mais plutôt de l'ordre du "soyez comme vous voulez" - ou, en fin de compte, "soyez vous-même". Du point de vue de la normatisation, ce qui compte, c'est l´adéquation à certains stéréotypes, mais le point qui nous intéresse ici, c´est précisément celui où les médias eux-mêmes assument une rhétorique de "subversion" ou de critique des stéréotypes. En utilisant la réflexion de Slavoj Zizek et de Foucault, l´article se propose d´analyser ce scénario comme une nouvelle modalité de contrôle et un moyen d'assujettissement. Le "soyez vous-même" qui prévaut dans les médias et dans le discours publicitaire n'indique une liberté que dans la mesure où il détermine une l´injoction identitaire : le devoir de s´inventer soi même en tant que sujets et d´exprimer sa "vérité"...