Circulação de saberes psi e controle das condutas em currículos da educação física / Circulation of knowledge psi and behavior control in curriculum of physical education

RESUMO: Esta pesquisa examina como os currículos de Educação Física da rede municipal de Sorocaba são inseridos em uma rede de poderes e sustentados por determinados tipos de saberes. Analisamos três documentos curriculares, elaborados em 2008, 2010 e 2012, mediante o apoio do pensamento foucaultiano, especialmente das noções de enunciado e formação discursiva, e das contribuições dos estudos de currículo de orientação pós-crítica. A investigação se inicia pelo exame de enunciados referentes à tipologia de conteúdos de aprendizagem e, em seguida, aborda a organização curricular por competências e a gestão curricular. Por fim, indicamos como esses enunciados, de caráter nitidamente instrumental, constituem um campo de coexistências, alicerçados na formação discursiva da psicologia educacional.

ABSTRACT: This research examines the results of insertion of the curriculum of Physical Education in the Sorocaba municipal network into a network of powers and supported by certain types of knowledge. We have analyzed three curriculum documents, drafted in 2008, 2010 and 2012 through the support of Foucault's thought, especially the statement notions of discursive formation, and the contributions of curriculum studies of post-critical guidance. The research begins with the question analysis regarding the learning content typology and then addresses the curricular organization for skills and curriculum management. Finally, we indicate how these statements, of clearly instrumental character, compose a coexistences field, based on discursive formation of educational psychology.

Formação de cidadãos higienizados para a construção do progresso nacional: produção e circulação de livros escolares de higiene na primeira metade do século XX / Formation of sanitized citizens for the construction of national progress: production and circulation of school books of hygiene in the first half of the 20th Century

Entre o fim do século XIX e as primeiras décadas do século XX, assiste-se, em vários estados brasileiros, à emergência de uma multiplicidade de propostas de difusão de conhecimento e de práticas, fundamentados na racionalidade médico-higiênica, os quais se articulam em torno do propósito de otimizar as condições de saúde das populações. Envolvendo aspectos físicos, mentais e morais, essas condições de saúde eram consideradas a base para a constituição de indivíduos fortes, ordeiros e produtivos e, por essa via, para o progresso do país, traduzindo-se em ações governamentais e em iniciativas de profissionais de formação diversa, entre eles médicos, engenheiros e professores. Indagando-se sobre o lugar assumido pela escola no interior desse projeto de higienização social, neste capítulo examinam-se aspectos ligados à constituição de uma coleção de obras voltadas para a difusão dos preceitos higiênicos, produzidas na primeira metade do século XX. Procura-se refletir, nesse sentido, sobre os desafios do trabalho de levantamento e reunião das fontes e sobre o questionário por meio do qual se procurou compreender os achados de pesquisa, bem como as lacunas na documentação. Numa outra dimensão, empreende-se uma análise sobre as características assumidas pelos livros destinados às crianças e aos futuros professores, em suas articulações com as disciplinas escolares às quais essas obras deveriam dar suporte(AU)

A biologia necessária: formação de professoras e escola normal / The biology necessary: education of the teachers and the Normal school

Aborda a inclusão da disciplina Biologia Educacional nos currículos das escolas normais paulistas desde sua introdução, em 1933, até o início da década de 1970, quando a LDB 5692/71 alterou substancialmente a formação de professores. Inserido no campo da história das disciplinas escolares, o estudo, realizado por Luciana Viviani, atenta para duas importantes dimensões: o processo através do qual o conhecimento científico disponível à época foi selecionado e recriado para servir à formação de professores, dadas as contribuições do campo médico higienista e de elaborações eugenistas; e os objetivos sociais e culturais da disciplina, as finalidades e procedimentos didáticos que serviram ao projeto renovador de formação de professores, verificando como foram prodizidas determinadas necessidades tanto para o processo de escolarização dos docentes como para suas futuras práticas. A pesquisa é amplamente baseada em fontes primárias. Planos e programas de ensino, manuais didáticos da disciplina, depoimentos de professores e documentação arquivística localizada em algumas escolas paulistas oferecem pistas para Luciana Viviani, em arguta análise, afirmar o caráter criativo das produções do sistema escolar, levando em conta suas possibilidades de reelaborar conhecimentos acadêmicos e de formar não somente os indivíduos, mas também uma cultura escolar, produzindo padrões que se estendem a outras esferas da sociedade. O livro é um convite à reflexão sobre as formas como a escola se apropria dos saberes sociais e científicos e os transforma em disciplinas escolares. E, neste sentido, traz uma contribuição significativa não somente aos interessados pela história do ensino de Biologia, mas a todos que buscam compreender como se constitui historicamente e a relação entre escola e disseminação/produção de conhecimento.

A biologia necessária: formação de professoras e escola normal / The biology necessary: education of the teachers and the Normal school

Aborda a inclusão da disciplina Biologia Educacional nos currículos das escolas normais paulistas desde sua introdução, em 1933, até o início da década de 1970, quando a LDB 5692/71 alterou substancialmente a formação de professores. Inserido no campo da história das disciplinas escolares, o estudo, realizado por Luciana Viviani, atenta para duas importantes dimensões: o processo através do qual o conhecimento científico disponível à época foi selecionado e recriado para servir à formação de professores, dadas as contribuições do campo médico higienista e de elaborações eugenistas; e os objetivos sociais e culturais da disciplina, as finalidades e procedimentos didáticos que serviram ao projeto renovador de formação de professores, verificando como foram prodizidas determinadas necessidades tanto para o processo de escolarização dos docentes como para suas futuras práticas. A pesquisa é amplamente baseada em fontes primárias. Planos e programas de ensino, manuais didáticos da disciplina, depoimentos de professores e documentação arquivística localizada em algumas escolas paulistas oferecem pistas para Luciana Viviani, em arguta análise, afirmar o caráter criativo das produções do sistema escolar, levando em conta suas possibilidades de reelaborar conhecimentos acadêmicos e de formar não somente os indivíduos, mas também uma cultura escolar, produzindo padrões que se estendem a outras esferas da sociedade. O livro é um convite à reflexão sobre as formas como a escola se apropria dos saberes sociais e científicos e os transforma em disciplinas escolares. E, neste sentido, traz uma contribuição significativa não somente aos interessados pela história do ensino de Biologia, mas a todos que buscam compreender como se constitui historicamente e a relação entre escola e disseminação/produção de conhecimento. (AU)