ABSTRACT
Objective: To evaluate the profile and survival of patients diagnosed with Myasthenia Gravis, by reviewing medical records of neurological consultations at a referral service in the interior of Pará (Brazil), between 2005 and 2020. Methods: a historical, observational and retrospective cohort study. 36 participants were included. Survival analysis methods were used to identify prognostic factors for disease remission at the observation time of 36 months. The correlation between the variables and the death outcome was performed using the chi-square test. Results: Most patients were women (66.6%) and had the generalized form of the disease (86.1%). The most prevalent symptoms were: ophthalmoparesis (97.2%), fatigability (75%) and dysphagia (72.2%). Among the complications, 19.4% had myasthenic crisis. The dosage of antiacetylcholine receptor (AChR) antibody was positive in 58.3% and 69.4% underwent electroneuromyography, and 72% of them had electrodecrement. Most of the patients responded to the staggered standard treatment and achieved remission (83.3%), while 16.6% died. Survival analysis showed through Kaplan-Meier curves and Log-rank test that the variables related to poor control were male gender (p=0.01), thymus disease (p=0.02) and use of cyclosporine (p=0.02). The factors that influenced the death outcome were male gender, cyclosporine and thymectomy. Conclusion: The study showed that the evolution of people with Myasthenia Gravis over 15 years and the poor prognostic factors were equivalent to the international literature.
Objetivo: Avaliar o perfil e a sobrevida de pacientes com diagnóstico de Miastenia Gravis, por meio da revisão de prontuários de consultas neurológicas em um serviço de referência no interior do Pará (Brasil), entre 2005 e 2020. Métodos: estudo de coorte histórico, observacional e retrospectivo. 36 participantes foram incluídos. Métodos de análise de sobrevivência foram utilizados para identificar fatores prognósticos para remissão da doença no período de observação de 36 meses. A correlação entre as variáveis e o desfecho de óbito foi realizada por meio do teste qui-quadrado. Resultados: A maioria dos pacientes eram mulheres (66,6%) e apresentavam a forma generalizada da doença (86,1%). Os sintomas mais prevalentes foram: oftalmoparesia (97,2%), fadiga (75%) e disfagia (72,2%). Dentre as complicações, 19,4% tiveram crise miastênica. A dosagem do anticorpo anti-receptor de acetilcolina (AChR) foi positiva em 58,3% e 69,4% realizaram eletroneuromiografia, sendo que 72% deles apresentaram eletrodecremento. A maioria dos pacientes respondeu ao tratamento padrão escalonado e obteve remissão (83,3%), enquanto 16,6% morreram. A análise de sobrevivência mostrou através de curvas de Kaplan-Meier e teste Log-rank que as variáveis relacionadas ao mau controle foram sexo masculino (p=0,01), doença do timo (p=0,02) e uso de ciclosporina (p=0,02). Os fatores que influenciaram no desfecho óbito foram sexo masculino, ciclosporina e timectomia. Conclusão: O estudo mostrou que a evolução das pessoas com Miastenia Gravis ao longo de 15 anos e os fatores de mau prognóstico foram equivalentes à literatura internacional.
ABSTRACT
ABSTRACT BACKGROUND: Hepatic retransplantation is associated with higher morbidity and mortality when compared to primary transplantation. Given the scarcity of organs and the need for efficient allocation, evaluating parameters that can predict post-retransplant survival is crucial. AIMS: This study aimed to analyze prognostic scores and outcomes of hepatic retransplantation. METHODS: Data on primary transplants and retransplants carried out in the state of Paraná in 2019 and 2020 were analyzed. The two groups were compared based on 30-day survival and the main prognostic scores of the donor and recipient, namely Model for End-Stage Liver Disease (MELD), MELD-albumin (MELD-a), Donor MELD (D-MELD), Survival Outcomes Following Liver Transplantation (SOFT), Preallocation Score to Predict Survival Outcomes Following Liver Transplantation (P-SOFT), and Balance of Risk (BAR). RESULTS: A total of 425 primary transplants and 30 retransplants were included in the study. The main etiology of hepatopathy in primary transplantation was ethylism (n=140; 31.0%), and the main reasons for retransplantation were primary graft dysfunction (n=10; 33.3%) and hepatic artery thrombosis (n=8; 26.2%). The 30-day survival rate was higher in primary transplants than in retransplants (80.5% vs. 36.7%, p=0.001). Prognostic scores were higher in retransplants than in primary transplants: MELD 30.6 vs. 20.7 (p=0.001); MELD-a 31.5 vs. 23.5 (p=0.001); D-MELD 1234.4 vs. 834.0 (p=0.034); SOFT 22.3 vs. 8.2 (p=0.001); P-SOFT 22.2 vs. 7.8 (p=0.001); and BAR 15.6 vs. 8.3 (p=0.001). No difference was found in terms of Donor Risk Index (DRI). CONCLUSIONS: Retransplants exhibited lower survival rates at 30 days, as predicted by prognostic scores, but unrelated to the donor's condition.
RESUMO RACIONAL: O retransplante hepático está associado a maior morbimortalidade do que o transplante primário. Dada a escassez de órgãos e a necessidade de alocação eficiente, avaliar parâmetros que possam prever a sobrevida pós-retransmissão é crucial. OBJETIVOS: Analisar os resultados dos retransplantes hepáticos em relação aos principais escores prognósticos. MÉTODOS: Foram analisados os transplantes primários e os retransplantes realizados no Estado do Paraná nos anos de 2019 e 2020. Os dois grupos foram comparados em relação à sobrevida em 30 dias e aos principais escores prognósticos do doador e do receptor: Model for End-Stage Liver Disease (MELD), MELD-albumin (MELD-a), Donor MELD (D-MELD), Survival Outcomes Following Liver Transplantation (SOFT), Preallocation Score to Predict Survival Outcomes Following Liver Transplantation (P-SOFT) e Balance of Risk (BAR). RESULTADOS: Foram incluídos 425 transplantes primários e 30 retransplantes. A principal etiologia da hepatopatia no transplante primário dos pacientes retransplantados foi o etilismo (n=140; 31,0%), e os principais motivos para os retransplantes foram o não funcionamento primário do enxerto (n=10; 33,3%) e a trombose da artéria hepática (n=8; 26,2%). A sobrevida em 30 dias foi maior nos transplantes primários em relação aos retransplantes (80,5% vs 36,7%; p=0,001). Os escores prognósticos foram mais elevados nos retransplantes em relação aos transplantes primários: MELD 30,6 vs 20,7 (p=0,001); MELD-a 31,5 vs 23,5 (p=0,001); D-MELD 1234,4 vs 834,0 (p=0,034); SOFT 22,3 vs 8,2 (p=0,001); P-SOFT 22,2 vs 7,8 (p=0,001); e BAR 15,6 vs 8,3 (p=0,001). Não foi observada diferença em relação ao Índice de Risco do Doador. CONCLUSÕES: Os retransplantes apresentam menor sobrevida em 30 dias, prevista nos escores prognósticos, porém sem relação com a qualidade dos doadores.
ABSTRACT
Abstract Objective: To compare conventional transarterial chemoembolization (cTACE) and drug-eluting bead TACE (DEB-TACE) in terms of efficacy, survival, and adverse effects in patients with hepatocellular carcinoma who are not candidates for curative therapy. Materials and Methods: This was a retrospective study of patients with hepatocellular carcinoma who underwent cTACE or DEB-TACE for palliative treatment between January 2009 and December 2021. The Kaplan-Meier method was used for survival analysis. Values of p < 0.05 were considered statistically significant. Results: We evaluated 268 patients, of whom 70 underwent DEB-TACE and 198 underwent cTACE. There was no significant difference between the groups regarding sex, age, or etiology of cirrhosis. The proportion of patients achieving a complete response on imaging examinations was higher in the cTACE group (31.8% vs. 16.1%), whereas that of patients achieving a partial response was higher in the DEB-TACE group (33.9% vs.19.7%), and the differences were significant (p = 0.014). The mortality rate was similar between the groups. The survival rate in the DEB-TACE and cTACE groups, respectively, was 87.0% and 87.9% at one year, 35.1% and 32.9% at three years, and 20.5% and 18.1% at five years (p = 0.661). There was no significant difference between the DEB-TACE and cTACE groups in terms of the frequency of adverse events (7.1% vs. 17.8%; p = 0.052). The most common complication in both groups was post-embolization syndrome. Conclusion: Although a complete response was more common among the patients who underwent cTACE, there was no difference in survival between the groups and the frequency of adverse events was similar.
Resumo Objetivo: Comparar a eficácia, sobrevida e efeitos adversos entre cTACE e DEB-TACE em pacientes com carcinoma hepatocelular não candidatos a terapia curativa. Materiais e Métodos: Estudo retrospectivo de pacientes com carcinoma hepatocelular submetidos a cTACE ou DEB-TACE para tratamento paliativo entre janeiro de 2009 e dezembro de 2021. Foi utilizado o método Kaplan-Meier para análise de sobrevida. Valor de p < 0,05 foi considerado estatisticamente significante. Resultados: Foram avaliados 268 pacientes, dos quais 70 foram submetidos a DEB-TACE e 198 foram submetidos a cTACE. Não houve diferença em relação ao sexo, idade e etiologia da cirrose. O grupo cTACE apresentou maior porcentual de resposta completa em exames de imagem (31,8% vs. 16,1%) e o grupo DEB-TACE apresentou maior porcentual de resposta parcial (33,9% vs.19,7%), com valor de p = 0,014. A mortalidade foi semelhante. As taxas de sobrevivência para os grupos DEB-TACE e cTACE foram 87,0% e 87,9% em um ano, 35,1% e 32,9% em três anos e 20,5% e 18,1% em cinco anos, respectivamente (p = 0,661). Em relação à frequência de eventos adversos, não houve diferença significativa entre os grupos (7,1% na DEB-TACE vs. 17,8% na cTACE; p = 0,052). A complicação mais comum, em ambos os grupos, foi a síndrome pós-embolização. Conclusão: Embora tenha sido observada maior frequência de resposta completa em pacientes submetidos a cTACE, não houve diferença na sobrevida dos pacientes entre os grupos. A taxa de eventos adversos também foi semelhante.
ABSTRACT
ABSTRACT Objective: To estimate trends in mortality rate and average age of death, and identify sociodemographic factors associated with early death in patients with sickle cell disease (SCD). Methods: An ecological and cross-sectional study was conducted using data from the Mortality Information System. All deaths of patients residing in the state of São Paulo from 1996 to 2015 with at least one International Disease Code for SCD in any field of the death certificate were included. Simple linear regression was used to estimate trends. The Log-rank test and multiple Cox regression were used to identify factors associated with early death. Results: The age-standardized mortality rate per million inhabitants increased by 0.080 per year (R2=0.761; p<0.001). When the events were stratified by age at death, the increase was 0.108 per year for those occurring at age 20 years or older, (R2=0.789; p<0.001) and 0.023 per year for those occurring before age 20 years old (R2=0.188; p=0.056). The average age at death increased by 0.617 years (7.4 months) per year (R2=0.835; p<0.001). Sociodemographic factors associated with early death identified were male gender (hazard ratio — HR=1.30), white race (HR=1.16), death occurring in the hospital (HR=1.29), and living in the Greater São Paulo (HR=1.13). Conclusions: The mortality rate and the average age of death in patients with SCD have increased over the last two decades. Sociodemographic factors such as gender, race, place of occurrence, and residence were found to be associated with early death.
RESUMO Objetivo: Estimar as tendências da taxa de mortalidade e da idade média de morte e identificar os fatores sociodemográficos associados ao óbito precoce em pacientes com doença falciforme (DF). Métodos: Estudo ecológico e transversal realizado com dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade. Foram incluídos todos os eventos de óbitos de pacientes residentes no estado de São Paulo de 1996 a 2015, que continham pelo menos um Código Internacional de Doenças para DF, em qualquer campo do atestado de óbito. As tendências foram estimadas por meio da regressão linear simples. Para a identificação dos fatores associados ao óbito precoce, foram realizadas análises de sobrevida, por meio da regressão de Cox simples e múltipla. Resultados: A taxa de mortalidade, padronizada pela idade, por milhão de habitantes, aumentou 0,080 ao ano (R²=0,761; p<0,001). Quando os eventos foram estratificados por idade do óbito, naqueles que ocorreram com 20 anos ou mais, o aumento foi de 0,108 ao ano (R²=0,789; p<0,001) e, nos que ocorreram antes de 20 anos, foi de 0,023 ao ano (R²=0,188; p=0,056). A idade média ao morrer aumentou 0,617 ano por ano (R²=0,835; p<0,001). Os fatores associados ao óbito precoce identificados no modelo múltiplo foram: sexo masculino (hazard ratio — HR=1,30), raça branca (HR=1,16), morte dentro do hospital (HR=1,29) e moradia na Grande São Paulo (HR=1,13). Conclusões: Houve aumento da taxa de mortalidade e da idade média de óbito com DF nas duas últimas décadas estudadas. Os fatores sociodemográficos sexo, raça, local de ocorrência e município de residência estiveram associados com a faixa etária do óbito.
ABSTRACT
ABSTRACT Objective To analyze the survival of patients with Chagas disease, beneficiaries of social security and social assistance, in Brazil, from 1942 to 2016. Methods This is a retrospective cohort study with data from the Brazilian Ministry of Social Security. The event of interest was death, and the survival functions were estimated by the Kaplan-Meier and Cox regression methods. Results In the period "onset of the disease until death", women (HR=0.54; 95%CI 0.43-0.53) and receiving social security benefits (HR=0.13; 95%CI 0.11-0.23) were associated with longer survival. Lower survival was associated with the cardiac form of the disease (HR=2.64; 95%CI 2.23-3.12), living in a rural area (HR=1.23; 95%CI 1.14-1.21), and manifestation of the disease between the years 2000 and 2016 (HR=5.32; 95%CI 4.74-5.93). Likewise, in the period "work disability until death", women (HR=0.51; 95%CI 0.41-0.52) and receiving social security benefits (HR=0.24; 95%CI 0,14-0.45) were associated with longer survival, as well as the cardiac form of the disease (HR=1.95; 95%CI 1.83-2.13), living in a rural area (HR=1.31; 95%CI 1.21-1.54), and manifestation of the disease between 2000 and 2016 (HR=1.53; 95%CI 1.33-1.71) were associated with lower survival. Conclusion The main predictors of mortality and survival of patients with Chagas disease who receive social security and assistance benefits in Brazil were presented. These findings can guide the definition of priorities for follow-up actions by Primary Health Care, currently recommended for the longitudinal management of the disease.
RESUMO Objetivo Analisar a sobrevida de portadores da doença de Chagas, beneficiários da previdência e da assistência social no Brasil, 1942-2016. Métodos Estudo de coorte retrospectivo com dados do Ministério da Previdência Social. O evento de interesse foi o óbito, e as funções de sobrevida foram estimadas pelos métodos Kaplan-Meier e de regressão de Cox. Resultados No período "início da doença até o óbito", o sexo feminino (HR=0,54; IC95% 0,43-0,53) e recebimento de benefícios previdenciários (HR=0,13; IC95% 0,11-0,23) foram associados a maior sobrevida. A menor sobrevida esteve associada à forma cardíaca da doença (HR=2,64; IC95% 2,23-3,12), residência em zona rural (HR=1,23; IC95% 1,14-1,21) e manifestação da doença entre os anos de 2000 e 2016 (HR=5,32; IC95% 4,74-5,93). Da mesma forma, no período "incapacidade laboral até o óbito", o sexo feminino (HR=0,51; IC95% 0,41-0,52) e o recebimento de benefícios previdenciários (HR=0,24; IC95% 0,14-0,45) foram associados a maior sobrevida, assim como forma cardíaca da doença (HR=1,95; IC95% 1,83-2,13), residência em zona rural (HR=1,31; IC95% 1,21-1,54) e manifestação da doença entre os anos de 2000 e 2016 (HR=1,53; IC95% 1,33-1,71) associaram-se a menor sobrevida. Conclusão Os principais preditores de mortalidade e sobrevida de portadores de doença de Chagas que recebem benefícios previdenciários e assistenciais no Brasil foram apresentados. Estes achados podem nortear a definição de prioridades de ações de acompanhamento pela atenção primária à saúde, preconizada atualmente para o manejo longitudinal da doença.
ABSTRACT
ABSTRACT BACKGROUND: Despite the preference for multimodal treatment for gastric cancer, abandonment of chemotherapy treatment as well as the need for upfront surgery in obstructed patients brings negative impacts on the treatment. The difficulty of accessing treatment in specialized centers in the Brazilian Unified National Health System (SUS) scenario is an aggravating factor. AIMS: To identify advantages, prognostic factors, complications, and neoadjuvant and adjuvant therapies survival in gastric cancer treatment in SUS setting. METHODS: The retrospective study included 81 patients with gastric adenocarcinoma who underwent treatment according to INT0116 trial (adjuvant chemoradiotherapy), CLASSIC trial (adjuvant chemotherapy), FLOT4-AIO trial (perioperative chemotherapy), and surgery with curative intention (R0 resection and D2 lymphadenectomy) in a single cancer center between 2015 and 2020. Individuals with other histological types, gastric stump, esophageal cancer, other treatment protocols, and stage Ia or IV were excluded. RESULTS: Patients were grouped into FLOT4-AIO (26 patients), CLASSIC (25 patients), and INT0116 (30 patients). The average age was 61 years old. More than 60% of patients had pathological stage III. The treatment completion rate was 56%. The pathological complete response rate of the FLOT4-AIO group was 7.7%. Among the prognostic factors that impacted overall survival and disease-free survival were alcoholism, early postoperative complications, and anatomopathological status pN2 and pN3. The 3-year overall survival rate was 64.9%, with the CLASSIC subgroup having the best survival (79.8%). CONCLUSIONS: The treatment strategy for gastric cancer varies according to the need for initial surgery. The CLASSIC subgroup had better overall survival and disease-free survival. The INT0116 regimen also protected against mortality, but not with statistical significance. Although FLOT4-AIO is the preferred treatment, the difficulty in carrying out neoadjuvant treatment in SUS scenario had a negative impact on the results due to the criticality of food intake and worse treatment tolerance.
RESUMO RACIONAL: Apesar da preferência pelo tratamento multimodal para o câncer gástrico, o abandono do tratamento quimioterápico bem como a necessidade de cirurgia "upfront" em pacientes obstruídos traz impactos negativos para o tratamento. A dificuldade de acesso ao tratamento em centros especializados no Sistema Único de Saúde (SUS) é um agravante. OBJETIVOS: Identificar vantagens, fatores prognósticos, complicações e sobrevida de terapias neoadjuvantes e adjuvantes no tratamento do câncer gástrico no cenário do SUS. MÉTODOS: Estudo retrospectivo incluindo 81 pacientes com adenocarcinoma gástrico submetidos a tratamento segundo os protocolos INT0116 (quimiorradioterapia adjuvante), CLASSIC (quimioterapia adjuvante), FLOT4-AIO (quimioterapia perioperatória) e cirurgia com intuito curativo (ressecção R0 e linfadenectomia D2) em um único centro oncológico entre 2015 e 2020. Indivíduos com outros tipos histológicos, coto gástrico, câncer de esôfago, outros protocolos de tratamento e estádio Ia ou IV foram excluídos. RESULTADOS: Os pacientes foram distribuídos em: FLOT4-AIO (26 pacientes), CLASSIC (25 pacientes) e INT0116 (30 pacientes). A média de idade foi 61 anos. Mais de 60% dos pacientes apresentaram estádio III patológico. A taxa de completude do tratamento foi 56%. A taxa de resposta patológica completa do grupo FLOT4-AIO foi 7,7%. Dentre os fatores prognósticos que impactaram a sobrevida global e sobrevida livre de doença tivemos etilismo, complicações pós-operatórias precoces, status anatomopatológico pN2 e pN3. A taxa de sobrevida global em 3 anos foi 64,9% sendo o subgrupo CLASSIC com melhor sobrevida (79,8%). CONCLUSÕES: A estratégia de tratamento do câncer gástrico varia de acordo com a necessidade de cirurgia inicial. O subgrupo CLASSIC apresentou melhor sobrevida global e sobrevida livre de doença. O esquema INT0116 também protegeu contra a mortalidade, mas não com significância estatística. Apesar do FLOT4-AIO ser o tratamento de escolha, a dificuldade na realização da neoadjuvância no âmbito do SUS impactou negativamente nos resultados devido à criticidade da ingesta alimentar e à pior tolerância ao tratamento.
ABSTRACT
Resumo O objetivo do artigo foi analisar a sobrevida de cinco anos em pacientes com câncer de laringe tratados no Sistema Único de Saúde no Brasil e regiões entre janeiro de 2002 e junho de 2010. São escassas as informações relativas à magnitude e sobrevida do câncer de laringe no país, o que dificulta a adoção de estratégias específicas para seu controle. Foi realizado um estudo de coorte retrospectiva a partir da Base Nacional em Oncologia. Estimou-se a probabilidade de sobrevida para o câncer de laringe segundo faixa etária, sexo e regiões/estados brasileiros por meio do método de Kaplan-Meier. O teste de log-rank foi aplicado para avaliar as diferenças na sobrevida, considerando-se o nível de significância de 5%. A sobrevida no Brasil foi estimada em 50,8% (IC95%: 49,9-51,8), sendo menor em pacientes do sexo masculino (49,1%; IC95%: 48,10-50,16); com idade entre 50 e 60 anos (48,4%; IC95%: 46,7-50,0); e para moradores da região Norte (45,5%; IC95%: 39,5-51,3). A variação na sobrevida para o câncer de laringe em relação aos estados e às regiões do país aponta disparidades que podem estar relacionadas à desigualdade de acesso ao diagnóstico e/ou tratamento.
Abstract The scope of this article was to analyze the five-year survival rate among patients with laryngeal cancer treated in the Unified Health System in Brazil and its regions between January 2002 and June 2010. There is still scarce information in Brazil regarding the scale and survival rate of laryngeal cancer patients, which makes it difficult to adopt specific strategies for the control of the condition in the country. A retrospective cohort study based on the National Oncology Database was conducted, and the survival probability rate for laryngeal cancer according to age, sex and Brazilian regions/states was estimated using the Kaplan-Meier method. The log-rank test was used to assess the differences observed, considering a 5% significance level. Survival in Brazil was estimated at 50.8% (95%CI: 49.9%-51.8%), being lower among male patients (49.1%; 95%CI: 48.10%-50.16%); between 50 and 60 years of age (48.4%; 95%CI: 46.7%-50.0%); for residents of the Northern region (45.5%; 95%CI: 39.5%-51.3%). The regional variation in the survival rate for laryngeal cancer in Brazil reveals disparities between Brazilian regions/states that may be linked to inequality of access to diagnosis and/or treatment.
ABSTRACT
Resumo Fundamento O SHARPEN foi o primeiro escore desenvolvido especificamente para a predição de mortalidade hospitalar em pacientes com endocardite infecciosa (EI), independentemente da realização de cirurgia cardíaca. Objetivos Analisar a capacidade do escore SHARPEN na predição de mortalidade hospitalar e mortalidade após a alta e compará-la à do Índice de Comorbidade de Charlson (ICC). Métodos Estudo retrospectivo do tipo coorte incluindo internações por EI (segundo os critérios de Duke modificados) entre 2000 e 2016. A área sob a curva ROC (AUC-ROC) foi calculada para avaliar a capacidade preditiva. Curvas de Kaplan-Meier e regressão de Cox foram realizadas. Um valor de p < 0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Resultados Estudamos 179 internações hospitalares. A mortalidade hospitalar foi 22,3%; 68 (38,0%) foram submetidos à cirurgia cardíaca. Os escores SHARPEN e ICC (mediana e intervalo interquartil) foram, respectivamente, 9(7-11) e 3(2-6). O escore SHARPEN mostrou melhor predição de mortalidade hospitalar em comparação ao ICC nos pacientes não operados (AUC-ROC 0,77 vs. 0,62, p = 0,003); não foi observada diferença no grupo total (p=0,26) ou nos pacientes operados (p=0,41). Escore SHARPEN >10 na admissão foi associado a uma menor sobrevida hospitalar no grupo total (HR 3,87; p < 0,001), nos pacientes não operados (HR 3,46; p = 0,006) e de pacientes operados (HR 6,86; p < 0,001) patients. ICC > 3 na admissão foi associada a pior sobrevida hospitalar nos grupos total (HR 3,0; p = 0,002), de pacientes operados (HR 5,57; p = 0,005), mas não nos pacientes não operados (HR 2,13; p = 0,119). A sobrevida após a alta foi pior nos pacientes com SHARPEN > 10 (HR 3,11; p < 0,001) e ICC > 3 (HR 2,63; p < 0,001) na internação; contudo, não houve diferença na capacidade preditiva entre esses grupos. Conclusão O SHARPEN escore foi superior ao ICC na predição de mortalidade hospitalar nos pacientes não operados. Não houve diferença entre os escores quanto à mortalidade após a alta.
Abstract Background SHARPEN was the first dedicated score for in-hospital mortality prediction in infective endocarditis (IE) regardless of cardiac surgery. Objectives To analyze the ability of the SHARPEN score to predict in-hospital and post-discharge mortality and compare it with that of the Charlson comorbidity index (CCI). Methods Retrospective cohort study including definite IE (Duke modified criteria) admissions from 2000 to 2016. The area under the ROC curve (AUC-ROC) was calculated to assess predictive ability. Kaplan-Meier curves and Cox regression was performed. P-value < 0.05 was considered statistically significant. Results We studied 179 hospital admissions. In-hospital mortality was 22.3%; 68 (38.0%) had cardiac surgery. Median (interquartile range, IQR) SHARPEN and CCI scores were 9(7-11) and 3(2-6), respectively. SHARPEN had better in-hospital mortality prediction than CCI in non-operated patients (AUC-ROC 0.77 vs. 0.62, p = 0.003); there was no difference in overall (p = 0.26) and in operated patients (p = 0.41). SHARPEN > 10 at admission was associated with decreased in-hospital survival in the overall (HR 3.87; p < 0.001), in non-operated (HR 3.46; p = 0.006) and operated (HR 6.86; p < 0.001) patients. CCI > 3 at admission was associated with worse in-hospital survival in the overall (HR 3.0; p = 0.002), and in operated patients (HR 5.57; p = 0.005), but not in non-operated patients (HR 2.13; p = 0.119). Post-discharge survival was worse in patients with SHARPEN > 10 (HR 3.11; p < 0.001) and CCI > 3 (HR 2.63; p < 0.001) at admission; however, there was no difference in predictive ability between these groups. Conclusion SHARPEN was superior to CCI in predicting in-hospital mortality in non-operated patients. There was no difference between the scores regarding post-discharge mortality.
ABSTRACT
Abstract Objective: To evaluate the degree of tumor necrosis after transarterial chemoembolization (TACE), used as a bridging therapy in patients awaiting liver transplantation, and its effect on survival. Materials and Methods: This was a retrospective cohort study involving 118 patients submitted to TACE prior to liver transplantation, after which the degree of tumor necrosis in the explant and post-transplant survival were evaluated. Results: Total necrosis of the neoplastic nodule in the explant was observed in 76 patients (64.4%). Of the patients with total necrosis in the explanted liver, 77.8% had presented a complete response on imaging examinations. Drug-eluting bead TACE (DEB-TACE), despite showing a lower rate of complications than conventional TACE, provided a lower degree of total necrosis, although there was no statistical difference between the two. By the end of the study period, 26 of the patients had died. Survival was longer among the patients with total necrosis than among those with partial or no necrosis (HR = 2.24 [95% CI: 0.91-5.53]; p = 0.078). Conclusion: In patients undergoing TACE as a bridging therapy, total tumor necrosis appears to be associated with improved patient survival.
Resumo Objetivo: Avaliar os resultados da necrose tumoral após quimioembolização transarterial (TACE) como terapia ponte e seu reflexo na sobrevida dos pacientes. Materiais e Métodos: Estudo de coorte retrospectivo, com 118 pacientes que realizaram TACE, em que foram avaliados o grau de necrose tumoral no explante e a sobrevida pós-transplante. Resultados: Necrose total do nódulo neoplásico no explante foi observada em 76 pacientes (64,4%). Observou-se que 77,8% dos pacientes com necrose total no explante hepático tinham apresentado resposta completa nos exames de imagem. A DEB-TACE, apesar de ter demonstrado menor taxa de intercorrências, proporcionou menor grau de necrose total em relação à TACE convencional, a despeito de não haver diferença estatística. Ao final do seguimento do estudo, o número de óbitos foi de 26. A sobrevida foi maior nos pacientes que tiveram necrose total quando comparada com grau de necrose parcial ou ausência de necrose [HR = 2,24 (IC 95%: 0,91-5,53); p = 0,078]. Conclusão: Necrose completa do tumor nos pacientes submetidos a TACE como terapia ponte parece estar associada com melhora da sobrevida.
ABSTRACT
This study aimed to analyze the effect of sociodemographic characteristics on COVID-19 in-hospital mortality in Ecuador from March 1 to December 31, 2020. This retrospective longitudinal study was performed with data from publicly accessible registries of the Ecuadorian National Institute of Statistics and Censuses (INEC). Data underwent a competing risk analysis with estimates of the cumulative incidence function (CIF). The effect of covariates on CIFs was estimated using the Fine-Gray model and results were expressed as adjusted subdistribution hazard ratios (SHR). The analysis included 30,991 confirmed COVID-19 patients with a mean age of 56.57±18.53 years; 60.7% (n = 18,816) were men and 39.3% (n = 12,175) were women. Being of advanced age, especially older than or equal to 75 years (SHR = 17.97; 95%CI: 13.08-24.69), being a man (SHR = 1.29; 95%CI: 1.22-1.36), living in rural areas (SHR = 1.18; 95%CI: 1.10-1.26), and receiving care in a public health center (SHR = 1.64; 95%CI: 1.51-1.78) were factors that increased the incidence of death from COVID-19, while living at an elevation higher than 2,500 meters above sea level (SHR = 0.69; 95%CI: 0.66-0.73) decreased this incidence. Since the incidence of death for individuals living in rural areas and who received medical care from the public sector was higher, income and poverty are important factors in the final outcome of this disease.
Este estudio tuvo como objetivo analizar el efecto de las características sociodemográficas en la mortalidad intrahospitalaria de los pacientes con COVID-19 confirmado en Ecuador entre el 1 de marzo y el 31 de diciembre de 2020. Se trató de un estudio longitudinal retrospectivo realizado con datos extraídos de registros de acceso público reportados por el Instituto Nacional de Estadística y Censos (INEC) de Ecuador. Los datos se analizaron empleando un enfoque de riesgo competitivo, utilizando estimaciones de la función de incidencia acumulada (FIA). El efecto de las covariables sobre las FIA se estimó mediante el modelo de Fine-Gray, y los resultados se expresaron como cocientes de riesgos de subdistribución (CRS) ajustados. El análisis incluyó 30.991 casos confirmados de COVID-19 con una edad media de 56,57±18,53 años; el 60,7% (n = 18.816) eran hombres y el 39,3% (n = 12.175) mujeres. Los factores que aumentaron la incidencia de muerte por COVID-19 fueron una edad avanzada, con mayor riesgo para los mayores o iguales a 75 años (CRS = 17,97; IC95%: 13,08-24,69); ser hombre (CRS = 1,29; IC95%: 1,22-1,36); residir en zonas rurales (CRS = 1,18; IC95%: 1,10-1,26); y recibir atención en un centro sanitario público (CRS = 1,64; IC95%: 1,51-1,78); mientras que un factor que disminuyó la incidencia de muerte fue residir en altitudes superiores a los 2.500 metros sobre el nivel del mar (CRS = 0,69; IC95%: 0,66-0,73). La mayor incidencia de muerte entre los que residían en zonas rurales y los que recibían atención médica del sector público sugiere que los ingresos y la pobreza son factores importantes en el desenlace final de esta enfermedad.
O objetivo deste estudo foi analisar o efeito de características sociodemográficas sobre a mortalidade intra-hospitalar de pacientes com COVID-19 confirmada no Equador, entre 1º de março e 31 de dezembro de 2020. Este é um estudo longitudinal e retrospectivo desenvolvido com dados extraídos de registros de acesso público declarados pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos do Equador (INEC). Os dados foram analisados usando uma abordagem de risco concorrente com estimativas da função de incidência cumulativa (FIC). O efeito das covariáveis sobre as FICs foi estimado pelo modelo de Fine-Gray e os resultados expressos em índices de risco de subdistribuição (IRS) ajustados. A análise incluiu 30.991 casos confirmados da COVID-19 em pacientes com idade média de 56,57±18,53 anos; sendo 60,7% (n = 18.816) do sexo masculino e 39,3% (n = 12.175) do sexo feminino. Os fatores que aumentaram a incidência de óbitos por COVID-19 foram idade avançada, com maior risco para aqueles com 75 anos ou mais (IRS = 17,97; IC95%: 13,08-24,69); ser do sexo masculino (IRS = 1,29; IC95%: 1,22-1,36); residir em áreas rurais (IRS = 1,18; IC95%: 1,10-1,26); e receber atendimento em unidade pública de saúde (IRS = 1,64; IC95%: 1,51-1,78); ao passo que um fator que diminuiu a incidência de óbitos foi residir em altitudes superiores a 2.500 metros acima do nível do mar (IRS = 0,69; IC95%: 0,66-0,73). A maior incidência de óbitos naqueles que residiam em áreas rurais e que receberam atendimento médico do setor público sugere que a renda e a pobreza são fatores importantes no desfecho dessa doença.
ABSTRACT
Resumo Fundamento A relação entre terapia de reperfusão após a síndrome coronariana aguda (SCA) e mortalidade na atenção secundária não é bem conhecida. Objetivos Avaliar o impacto de três estratégias terapêuticas: (1) terapia medicamentosa exclusiva, (2) Angioplastia Transluminal percutânea coronaria (ATPC) e (3) revascularização do miocárdio (RM) na sobrevida em longo prazo de participantes da Estratégia de Registro de Insuficiência Coronariana Aguda (ERICO). Métodos Análises de sobrevida para mortalidade por todas as causas, mortalidade por doença cardiovascular (DCV) e mortalidade por doença arterial coronariana (DAC) foram realizadas de acordo com três estratégias terapêuticas (tratamento clínico exclusivo, ATPC ou RM). Modelos de regressão de Cox foram usados para estimar o hazard ratio (HR) com intervalo de confiança de 95% (IC95%) de 180 dias a quatro anos de acompanhamento após a SCA. Os modelos são apresentados como modelo sem ajuste ou ajustado quanto à idade, sexo e DAC prévia, tipo de SCA, tabagismo, hipertensão, dislipidemia, fração de ejeção do ventrículo esquerdo e de acordo com o número de artérias coronárias principais obstruídas (≥50%). Resultados Entre os 800 participantes, as piores taxas de sobrevida (mortalidade por todas as causas e DCV) foram detectadas entre os indivíduos que se submeteram a RM. Houve correlação entre RM e DAC [HR: 2,19 (IC95% 1,05-4,55)], mas o risco perdeu significância no modelo multivariado. A ATPC foi associada a uma menor probabilidade de eventos fatais durante os quatro anos de acompanhamento: mortalidade por todas as causas [HR, análise multivariada: 0,42 (IC95% 0,26-0,70)], por DCV [HR: 0,39 (95% CI: 0,20-0,73)] e DAC [HR, análise multivariada: 0,24 (IC95% 0,09-0,63)] em comparação aos submetidos ao tratamento clínico exclusivo. Conclusão No ERICO, a ATPC após a SCA foi associada a um melhor prognóstico, principalmente sobrevida por DAC.
Abstract Background Relationship between reperfusion therapy post-acute coronary syndrome (ACS) and mortality in secondary care is not well-known. Objectives To evaluate the impact of three therapeutic strategies: (1) exclusive medical therapy, (2) percutaneous coronary intervention (PCI) and (3) coronary artery bypass grafting (CABG) on long-term survival of participants in the Strategy of Registry of Acute Coronary Syndrome (ERICO) study. Methods Survival analyses for all-cause, cardiovascular (CVD) and coronary artery disease (CAD) mortality were performed according to three therapeutic strategies (exclusive medical therapy, PCI or CABG). Cox regression models were used to estimate the hazard ratio (HR) with respective 95% confidence interval (95%CI) from 180 days to four years of follow-up after ACS. Models are presented as crude, age-sex adjusted and further adjusted for previous CAD, ACS subtype, smoking, hypertension, dyslipidemia, left ventricular ejection fraction and according to the number of obstructed (≥ 50%) major coronary arteries. Results Among 800 participants, the lowest crude survival rates were detected among individuals who underwent CABG (all-cause and CVD). CABG was correlated to CAD (HR: 2.19 [95% CI: 1.05-4.55]). However, this risk lost significance in the full model. PCI was associated to lower probability of fatal events during four-year follow-up: all-cause [multivariate HR: 0.42 (95% CI: 0.26-0.70)], CVD [HR: 0.39 (95% CI: 0.20-0.73)] and CAD [multivariate HR: 0.24 (95% CI: 0.09-0.63)] compared to those submitted to exclusive medical therapy. Conclusion In the ERICO study, PCI after ACS was associated to better prognosis, particularly CAD survival.
ABSTRACT
Resumo: A restrição do crescimento intrauterino e a prematuridade determinam o baixo peso ao nascer, e a combinação das três condições resulta em diferentes fenótipos neonatais que interferem na sobrevivência infantil. Foram estimadas a prevalência, a sobrevivência e a mortalidade neonatal, segundo os fenótipos neonatais, na coorte de nascidos vivos de 2021 no Rio de Janeiro, Brasil. Foram excluídos nascidos vivos de gravidez múltipla, com anomalia congênita, e com inconsistências nas informações de peso e idade gestacional. Foi utilizada a curva Intergrowth para classificar adequação do peso, e estimadas a mortalidade (< 24 horas, 1-6 e 7-27 dias) e sobrevida (Kaplan-Meier). Dos 174.399 nascidos vivos, 6,8%, 5,5% e 9,5% eram, respectivamente, baixo peso ao nascer, pequeno para idade gestacional (PIG) e prematuros. Entre nascidos vivos com baixo peso ao nascer, 39,7% eram PIG e 70%, prematuros. Os fenótipos neonatais foram heterogêneos segundo características maternas, do parto, da gestação e do recém-nascido. A taxa de mortalidade por 1.000 nascidos vivos foi elevada para neonatos de baixo peso ao nascer prematuros, tanto PIG (78,1) quanto AIG (adequado para idade gestacional: 61,1), em todas as idades específicas. Houve reduções significantes da sobrevida quando comparados aos nascidos vivos não baixo peso ao nascer, AIG termo. As prevalências estimadas mostraram menores valores que as de outros estudos, em parte pelos critérios de exclusão adotados. Os fenótipos neonatais identificaram crianças mais vulneráveis e com maior risco de morte. A prematuridade contribuiu mais para a mortalidade que a condição de PIG; sua prevenção é necessária para reduzir a mortalidade neonatal no Estado do Rio de Janeiro.
Resumen: La restricción del crecimiento intrauterino y la prematuridad determinan el bajo peso al nacer, y la combinación de las tres condiciones da como resultado diferentes fenotipos neonatales que interfieren en la supervivencia infantil. Se estimó la prevalencia, supervivencia y mortalidad neonatal según los fenotipos neonatales, en la cohorte de nacidos vivos en 2021 en el Estado de Río de Janeiro, Brasil. Se excluyeron nacidos vivos de embarazo múltiple, con anomalía congénita y con inconsistencias en la información sobre el peso y edad gestacional. Se utilizó la curva Intergrowth para clasificar la adecuación de peso, y se estimó la mortalidad (< 24 horas, 1-6 y 7-27 días) y supervivencia (Kaplan-Meier). De los 174.399 nacidos vivos, 6,8%, 5,5% y 9,5% fueron, respectivamente, bajo peso al nacer, pequeños para la edad gestacional (PIG) y prematuros. Entre los bacidos vivos com bajo peso al nacer, el 39,7% eran PIG y el 70% prematuros. Los fenotipos neonatales fueron heterogéneos según las características maternas, del parto, del embarazo y del recién nacido. La tasa de mortalidad por 1.000 nacidos vivos fue alta para los neonatos bajo peso al nacer prematuros, tanto PIG (78,1) como AIG (apropiado para la edad gestacional: 61,1), en todas las edades específicas. Hubo reducciones significativas en la supervivencia en comparación con el término AIG bajo peso al nacer nos nacidos vivos. Las prevalencias estimadas mostraron valores inferiores a los de otros estudios, en parte debido a los criterios de exclusión adoptados. Los fenotipos neonatales identificó a los niños más vulnerables y con mayor riesgo de muerte. La prematuridad contribuyó más a la mortalidad que la condición PIG, y su prevención es necesaria para reducir la mortalidad neonatal en el Estado de Río de Janeiro.
Abstract: Intrauterine growth restriction and prematurity determine low birth weight. The combination of the three conditions results in different neonatal phenotypes that interfere with child survival. Neonatal prevalence, survival and mortality were estimated according to neonatal phenotypes in the cohort of live births in 2021 in the state of Rio de Janeiro, Brazil. In this study, live births of multiple pregnancies, with congenital anomalies and inconsistencies in the information of weight and gestational age were excluded. The Intergrowth curve was used to classify weight adequacy. Mortality (< 24 hours, 1-6 and 7-27 days) and survival (Kaplan-Meier) were estimated. In total, 6.8%, 5.5%, and 9.5% of the 174,399 live births were low birth weight, small for gestational age (SGA), and premature, respectively. Considering low birth weight live births, 39.7% were SGA and 70% were premature. The neonatal phenotypes were heterogeneous according to maternal, delivery, pregnancy, and newborn characteristics. The mortality rate per 1,000 live births was high for low birth weight premature newborns, both SGA (78.1) and AGA (adequate for gestational age: 61.1), at all specific ages. Reductions in the survival rate were observed when comparing non-low birth weight and AGA term live births. The estimated prevalence values were lower than those of other studies, partly due to the exclusion criteria adopted. The neonatal phenotypes identified children who were more vulnerable and at higher risk of death. Prematurity contributed more to mortality than SGA, and its prevention is necessary to reduce neonatal mortality in the state of Rio de Janeiro.
ABSTRACT
ABSTRACT Objective: To characterize associated factors and overall survival of women with metastatic breast cancer treated with trastuzumab after its incorporation into the SUS, and additionally to present the direct costs of this technology. Methods: This is a retrospective cohort, based on data from computerized medical records from one of the units of the National Cancer Institute (INCA), in Rio de Janeiro-RJ, Brazil. Women with HER-2 positive metastatic breast cancer undergoing trastuzumab treatment from September 2017 to August 2018 were included. Overall survival was estimated using the Kaplan-Meier method and compared between groups using the log-rank test. Results: 136 women were selected, whose median age at diagnosis was 51 years (range: 21-81 years). The median OS was 43.63 months (95%CI 33.92-53.34). It is observed that the median OS for the population already diagnosed with metastatic disease (stage IV) was significantly lower than for patients diagnosed in stages I-III (37.43 months vs. 48.6 months, p<0, 01). Women without previous use of trastuzumab had a higher median OS than patients pretreated with trastuzumab (45.16 months vs. 40.73 months, p<0.01). Conclusion: Trastuzumab improves survival in HER-2 positive metastatic breast cancer. Brain and multiple metastases are associated with a worse prognosis. It is essential to avoid advanced staging and perform surgical treatment, with emphasis on radical mastectomy. The SUS must adopt policies and strategies for early diagnosis and guarantee access to trastuzumab, considering its high cost.
RESUMO Objetivo: Caracterizar fatores associados e sobrevida global de mulheres com câncer de mama metastático tratadas com trastuzumabe, após sua incorporação ao Sistema Único de Saúde, e apresentar os custos diretos dessa tecnologia. Métodos: Trata-se de uma coorte retrospectiva, baseada em dados de prontuários do Instituto Nacional do Câncer, no Rio de Janeiro (RJ). Foram incluídas mulheres com câncer de mama metastático HER-2 positivo em tratamento com trastuzumabe no período de setembro de 2017 a agosto de 2018. A sobrevida global foi estimada pelo método Kaplan-Meier e comparada entre grupos pelo teste de log-rank. Resultados: Foram selecionadas 136 mulheres, cuja mediana da idade do diagnóstico foi de 51 anos (amplitude: 21-81 anos). A mediana da sobrevida global foi de 43,63 meses (IC95% 33,92-53,34). Observa-se que a mediana da sobrevida global para a população já diagnosticada com doença metastática (estádio IV) foi significativamente menor do que para as pacientes diagnosticadas nos estádios I-III (37,43 meses vs. 48,6 meses, p<0,01). Já mulheres sem uso prévio de trastuzumabe apresentaram uma mediana de sobrevida global maior do que as pacientes pré-tratadas com trastuzumabe (45,16 meses vs. 40,73 meses, p<0,01). Conclusão: O trastuzumabe aumentou a sobrevida no câncer de mama metastático HER-2 positivo. Metástases cerebrais e múltiplas mostraram-se associadas a um pior prognóstico. É fundamental evitar o estadiamento avançado e realizar tratamento cirúrgico, destacando-se a mastectomia radical. O Sistema Único de Saúde deve adotar políticas e estratégias para o diagnóstico precoce e garantir acesso ao trastuzumabe, considerando seu alto custo.
ABSTRACT
Objetivos: avaliar o impacto de variáveis clínicas e tumorais sobre a sobrevida global e a sobrevida livre da doença em pacientes com câncer colorretal atendidos em um hospital especializado em oncologia, em Curitiba, Paraná, Brasil. Métodos: estudo de coorte retrospectivo com análise do registro hospitalar de câncer e de prontuários de pacientes com câncer colorretal tratados entre 2015 e 2016, com acompanhamento até janeiro de 2022. A curva de Kaplan-Meier e o modelo de Cox, com apresentação do RR e IC95%, foram empregados nas análises. Resultados: foram incluídos no estudo 235 pacientes, dos quais 126 (53,6%) eram do sexo masculino, 204 (86,8%) tinham idade igual ou superior a 50 anos ao diagnóstico e 125 (53,2%) receberam inicialmente o diagnóstico de tumor de cólon. O risco de morte e de recorrência foram maiores em pacientes com estadiamento IV (RR = 2,77; IC95% = 1,57-3,85 e RR = 3,98; IC95% = 1,15-13,79), tumor no reto (RR = 2,04; IC95% = 1,24-3,38 e RR= 2,25; IC95% = 1,40-3,60) e metástase nos linfonodos regionais (RR = 2,26; IC95% = 1,27-4,03 e RR = 2,15; IC95% = 1,24-3,73). O risco de óbito foi elevado em idosos com Índice de Massa Corporal de baixo peso (RR = 3,5; IC95% = 0,9-75). Conclusões: no momento do diagnóstico, fatores tumorais como estadiamento avançado, tumor no reto e a presença de metástase são importantes preditores de mortalidade e recidiva do câncer colorretal, além disso, indicam o Índice de Massa Corporal como potencial variável de pior prognóstico na população idosa com câncer colorretal
Aims: to evaluate the impact of clinical and tumor variables on overall survival and disease-free survival in patients with colorectal cancer treated at a specialized oncology hospital in Curitiba, Paraná. Methods: a retrospective cohort study was carried out with analysis of the câncer hospital registry and medical records of patients with colorectal cancer treated between 2015 and 2016, with follow-up until January 2022. The Kaplan-Meier curve and the Cox model, with presentation of the Hazard Ratio (HR) and confidence interval 95% (95%CI), were used in the analyses. Results: 235 patients were included in the study, 126 (53.6%) males, 204 (86.8%) aged at diagnosis equal to or greater than 50 years and 125 (53.2%) with the initial diagnosis of tumor of colon. The risk of death and recurrence were higher in patients with stage IV (HR = 2.77; 95%CI = 1.57-3.85 and HR = 3.98; 95%CI = 1.15-13.79), tumor in the rectum (HR = 2.04; 95%CI = 1.24-3.38 and HR = 2.25; 95%CI = 1.40-3.60) and regional lymph node metastasis (HR = 2.26; 95%CI = 1.27-4.03 and HR = 2.15; 95%CI = 1.24-3.73). In addition, the risk of death was high in elderly with low weight Body Mass Index (HR =3.5; 95%CI = 0.9-75). Conclusions: at the time of diagnosis, tumor factors such as advanced staging, tumor in the rectum and the presence of metastasis are important predictors of mortality and recurrence of colorectal cancer, in addition, they indicate Body Mass Index as a potential variable of worse prognosis in the elderly population with colorectal cancer
Subject(s)
Humans , Male , Female , Adult , Middle Aged , Aged , Aged, 80 and over , Survival , MortalityABSTRACT
Objetivos: Comparar os desfechos clínicos e a sobrevida de pacientes adultos com COVID-19 expostos e não expostos a tratamento medicamentoso com cloroquina e hidroxicloroquina. Método: Trata-se de um estudo de coorte retrospectiva com dados coletados em um hospital de Vitória. Foram incluídos todos os pacientes de enfermarias e Unidade de Terapia Intensiva (UTI) com idade igual ou superior a 18 anos, com diagnóstico confirmado de COVID-19, ou seja, com PCR positivo para a infecção, atendidos no hospital entre 26 de fevereiro a 31 de dezembro de 2020, e com registro de alta hospitalar por motivo de óbito ou não óbito. Aplicou-se a estatística descritiva (frequência absoluta e relativa) e teste do Qui-quadrado e Exato de Fisher para verificar associação entre as variáveis dependentes e independentes, considerando o índice de confiança (IC) de 95%. As variáveis contínuas foram analisadas por meio de medidas de tendência central (mínimo, máximo, média, mediana e desvio padrão). Para avaliar a existência de diferença nas médias com relação ao desfecho do tratamento medicamentoso para as variáveis contínuas, utilizou-se o teste não paramétrico de Mann-Whitney. Aplicou-se o método de Kaplan Meier para comparar o tempo de tratamento e demais variáveis independentes de interesse. Por fim, para analisar o tempo de internação até a ocorrência de óbito, utilizou-se o modelo de regressão de Cox com os respectivos riscos bruto e ajustado. As análises foram realizadas no programa R versão 4.1.2. e, em todas, considerado o nível de significância de 5% e intervalo de confiança de 95% (IC95%). Resultados: A amostra foi composta por 896 indivíduos; a maioria com idade média de 53,4 anos, do sexo feminino, etnia parda, casada, com ensino médio completo, não tabagista. O tempo médio de internação foi de 9,77 dias e 7,13 dias de tratamento medicamentoso para COVID-19. Cerca de 42,1% apresentaram mais de duas comorbidades e as mais prevalentes foram diabetes mellitus tipo 2 (45%), hipertensão arterial (44,9%) e doença pulmonar obstrutiva crônica (14,6%). Durante a internação, 16,4% dos indivíduos precisaram de ventilação mecânica e 51,3% utilizaram cloroquina ou hidroxicloroquina durante a internação. Evoluíram para óbito 99 indivíduos. Ainda, houve a utilização de mais de três medicamentos por 873 pessoas. Na análise bivariada, estiveram associados ao tratamento com cloroquina ou hidroxicloroquina a idade (p=0,0045), ventilação mecânica (p=0,0010), parada cardiorrespiratória (p=0,0010), hipoglicemia (p=0,0310), polifarmácia (p=0,0010) e número de comorbidades (p=0,0010). A taxa de ocorrência de óbitos em pessoas divorciadas (OR: 2,4904; p=0,398; IC 95% 0,9125-0,4438) e viúvas (OR: 1,9823; p=0,0277; IC 95% 0,6842-0,3108) foi maior do que em pessoas casadas. A taxa de ocorrência de óbito entre pessoas com escore qSOFA positivo foi 2,70 (OR: 2,7018; p=0,0009; IC 95% 0,9939-0,2981) vezes maior do que as com escore qSOFA negativo. Na análise de associação entre ventilação mecânica e demais variáveis independentes, entre os indivíduos que não faziam o uso da ventilação mecânica, os viúvos e os que apresentavam qSOFA positivo apresentaram mais chance de óbito. O índice de massa corporal (IMC) elevado apresentou-se como fator protetor, tido que a chance de óbito reduziu em 10,97% para cada aumento de 1 unidade no IMC entre os indivíduos em ventilação mecânica. Por fim, no modelo completo do ajuste de efeitos principais com base nos estratos de ventilação mecânica, para analisar a homogeneidade dos grupos, os resultados encontrados acerca do risco em divorciados, viúvos e qSOFA positivo permaneceram conforme análises anteriores. Conclusão: dos 11% dos pacientes com COVID-19 que evoluíram para o óbito, 6,8% fizeram uso de cloroquina ou hidroxicloroquina. As taxas de sobrevivência apresentaram-se menores em pacientes indígenas, do sexo masculino, viúvos e que fizeram uso de ventilação mecânica. Ainda, o baixo IMC foi considerado fator de risco para a mortalidade em pacientes com COVID-19 em ventilação mecânica, já o estado civil destacou-se como fator protetor em pessoas casadas
Objectives: To compare clinical outcomes and survival of adult patients with COVID19 exposed and not exposed to drug treatment with chloroquine and hydroxychloroquine. Method: This is a retrospective cohort study with data collected in a hospital in Vitória. All patients in wards and Intensive Care Units (ICU) aged 18 years or over, with a confirmed diagnosis of COVID-19, that is, with a positive PCR for the infection, treated at the hospital between February 26th and December 31, 2020, and with a record of hospital discharge due to death or non-death. Descriptive statistics (absolute and relative frequency) and the Chi-square test and Fisher's exact test were applied to verify the association between the outcome and independent variables, considering the confidence index (CI) of 95%. Continuous variables were analyzed using measures of central tendency (minimum, maximum, mean, median and standard deviation). To assess the existence of a difference in means in relation to the outcome of drug treatment for continuous variables, the non-parametric Mann-Whitney test was used. The Kaplan Meier method was applied to compare treatment time and other independent variables of interest. Finally, to analyze the length of hospital stay until death, the Cox regression model was used with the respective crude and adjusted risks. The analyzes were carried out using the R program version 4.1.2. and, in all cases, a significance level of 5% and a confidence interval of 95% (95% CI) were considered. Results: The sample consisted of 896 individuals; the majority with an average age of 53.4 years, female, mixed race, married, with completed high school, non-smokers. The average length of stay was 9.77 days and 7.13 days of drug treatment for COVID-19. Around 42.1% had more than two comorbidities and the most prevalent were type 2 diabetes mellitus (45%), hypertension (44.9%) and chronic obstructive pulmonary disease (14.6%). During hospitalization, 16.4% of individuals required mechanical ventilation and 51.3% used chloroquine or hydroxychloroquine during hospitalization. 99 individuals died. Furthermore, more than three medications were used by 873 people. In the bivariate analysis, age (p=0.0045), mechanical ventilation (p=0.0010), cardiorespiratory arrest (p=0.0010), hypoglycemia (p=0.0310) were associated with treatment with chloroquine or hydroxychloroquine, polypharmacy (p=0.0010) and number of comorbidities (p=0.0010). The rate of death in divorced people (OR: 2.4904; p=0.398; 95% CI 0.9125-0.4438) and widows (OR: 1.9823; p=0.0277; 95% CI 0 .6842-0.3108) was higher than in married people. The rate of death among people with a positive qSOFA score was 2.70 (OR: 2.7018; p=0.0009; 95% CI 0.9939-0.2981) times higher than those with a negative qSOFA score. In the analysis of the association between mechanical ventilation and other independent variables, among individuals who did not use mechanical ventilation, widowers and those with a positive qSOFA were more likely to die. High BMI was a protective factor, as the chance of death reduced by 10.97% for each increase of 1 unit in BMI among individuals on mechanical ventilation. Finally, in the complete main effects adjustment model based on the mechanical ventilation strata, to analyze the homogeneity of the groups, the results found regarding the risk in divorced, widowed and positive qSOFA remained in line with previous analyses. Conclusion: The results demonstrate that the use of chloroquine and hydroxychloroquine by patients with COVID-19 may be related to the occurrence of deaths and did not reduce the chance of mechanical ventilation. Survival rates were lower in indigenous, male, widowed patients who used mechanical ventilation and drug treatment with chloroquine or hydroxychloroquine. Furthermore, the results indicate that chloroquine/hydroxychloroquine are not beneficial in the treatment of COVID-19, however, further studies are necessary
Subject(s)
Humans , Adolescent , Adult , Middle Aged , Aged , Aged, 80 and over , Survival Analysis , Chloroquine , COVID-19/therapy , HydroxychloroquineABSTRACT
ABSTRACT BACKGROUND: Patients with clinical stage IV gastric cancer may require palliative procedures to manage complications such as obstruction. However, there is no consensus on whether performing palliative gastrectomy compared to gastric bypass brings benefits in terms of survival. AIMS: To compare the overall survival of patients with distal obstructive gastric cancer undergoing palliative surgical treatment, using propensity score matching analysis. METHODS: Patients who underwent palliative bypass surgery (gastrojejunostomy or partitioning) and resection between the years 2009 and 2023 were retrospectively selected. Initial and postoperative clinicopathological variables were collected. RESULTS: 150 patients were initially included. The derived group (n=91) presented more locally invasive disease (p<0.01), greater degree of obstruction (p<0.01), and worse clinical status (p<0.01), while the resected ones (n= 59) presented more distant metastasis (p<0.01). After matching, 35 patients remained in each group. There was no difference in the incidence of postoperative complications, but the derived group had higher 90-day mortality (p<0.01). Overall survival was 16.9 and 4.5 months for the resected and derived groups, respectively (p<0.01). After multivariate analysis, hypoalbuminemia (hazard ratio — HR=2.02, 95% confidence interval — 95%CI 1.17-3.48; p=0.01), absence of adjuvant chemotherapy (HR=5.97; 95%CI 3.03-11.7; p<0.01), and gastric bypass (HR=3,28; 95%CI 1.8-5.95; p<0.01) were associated with worse survival. CONCLUSIONS: Palliative gastrectomy was associated with greater survival and lower postoperative morbidity compared to gastric bypass. This may be due to better local control of the disease, with lower risks of complications and better effectiveness of chemotherapy.
RESUMO RACIONAL: Pacientes com câncer gástrico estádio clínico IV podem necessitar de procedimentos paliativos para o manejo de complicações como a obstrução. Contudo, não há consenso se a realização de gastrectomia paliativa em comparação à derivação gástrica traz benefícios em termos de sobrevida. OBJETIVOS: Comparar a sobrevida global de pacientes com câncer gástrico obstrutivo distal submetidos a tratamento cirúrgico paliativo, empregando a análise com pareamento por escore de propensão. MÉTODOS: Foram selecionados retrospectivamente pacientes submetidos à cirurgia paliativa de derivação (gastrojejunostomia ou partição) e ressecção entre os anos de 2009 e 2023. Variáveis clínico-patológicas iniciais e pós-operatórias foram coletadas. RESULTADOS: Foram inicialmente incluídos 150 pacientes. O grupo derivado (n=91) apresentou mais doença localmente invasiva (p<0,01), maior garu de obstrução (p<0,01) e pior status clínico (p<0,01), enquanto os gastrectomizados (n=59) mais metástase à distância (p<0,01). Após o pareamento, restaram 35 pacientes em cada grupo. Não houve diferença na incidência de complicações pós-operatórias, mas o grupo derivado apresentou maior mortalidade em 90 dias (p<0,01). A sobrevida global foi de 16,9 e 4,5 meses para o grupo ressecado e derivado, respectivamente (p<0,01). Após análise multivariada, hipoalbuminemia (HR=2,02; IC95% 1,17-3,48; p=0,01), ausência de quimioterapia adjuvante (HR=5,97; IC95% 3,03-11,7; p<0,01) e bypass gástrico (HR =3,28; IC95% 1,8-5,95; p<0,01) foram associados a pior sobrevida. CONCLUSÕES: A gastrectomia paliativa esteve associada a maior sobrevida e menor morbidade pós-operatória quando comparada à derivação gástrica. Isto pode se dever a um melhor controle local da doença, com menores riscos de complicações e melhor efetividade da quimioterapia.
ABSTRACT
ABSTRACT OBJECTIVE: To describe the prevalence and factors associated with exclusive (EBF) and continued breastfeeding (BF) practices among Amazonian children. METHODS: Data from 1,143 mother-child pairs recorded on the Maternal and Child Health and Nutrition in Acre (MINA-Brazil) birth cohort were used. Information on EBF and BF was collected after childbirth (July 2015-June 2016) and during the follow-up visits at 1 and 6 months postpartum, 1, 2, and 5 years of age. For longitudinal analysis, the outcomes were EBF and BF duration. Probability of breastfeeding practices were estimated by Kaplan-Meier survival analysis. Associations between baseline predictors variables and outcomes among children born at term were assessed by extended Cox regression models. RESULTS: EBF frequencies (95% confidence interval [95%CI]) at 3 and 6 months of age were 33% (95%CI: 30.2-36.0) and 10.8% (95%CI: 8.9-12.9), respectively. Adjusted hazard ratio for predictors of early EBF cessation were: being a first-time mother = 1.47 (95%CI: 1.19-1.80), feeding newborns with prelacteals = 1.70 (95%CI: 1.23-2.36), pacifier use in the first week of life = 1.79 (95%CI: 1.44-2.23) or diarrhea in the first two weeks of life = 1.70 (95%CI: 1.15-2.52). Continued BF frequency was 67.9% (95%CI: 64.9-70.8), 29.3% (95%CI: 26.4-32.4), and 1.7% (95%CI: 0.9-2.8) at 1, 2 and 5 years of age, respectively. Adjusted hazard ratio for predictors of early BF cessation were: male sex = 1.23 (95%CI: 1.01-1.49), pacifier use in the first week of life = 4.66 (95%CI: 2.99-7.26), and EBF less than 3 months = 2.76 (95%CI: 1.64-4.66). CONCLUSIONS: EBF and continued BF duration among Amazonian children is considerably shorter than recommendations from the World Health Organization. Significant predictors of breastfeeding practices should be considered for evaluating local strategies to achieve optimal breastfeeding practices.
RESUMO OBJETIVO: Descrever a prevalência e os fatores associados às práticas de aleitamento materno exclusivo (AME) e continuado (AM) entre crianças amazônicas. MÉTODOS: Foram utilizados dados de 1.143 pares mãe-filho registrados na coorte de nascimento Materno-Infantil no Acre (MINA-Brasil). As informações sobre AME e AM foram coletadas após o parto (julho de 2015-junho de 2016) e durante as consultas de acompanhamento com 1 e 6 meses pós-parto e com 1, 2 e 5 anos de idade. A análise longitudinal considerou a duração do AME e AM como desfechos. A probabilidade das práticas de aleitamento materno foi estimada pela análise de sobrevida de Kaplan-Meier. As associações entre as variáveis preditoras basais e os desfechos entre crianças nascidas a termo foram avaliadas por modelos de regressão de Cox estendidos. RESULTADOS: As frequências de AME (intervalo de confiança de 95% [IC95%]) aos 3 e 6 meses de idade foram de 33% (IC95%: 30,2-36,0) e 10,8% (IC95%: 8,9-12,9), respectivamente. A razão de risco ajustada para preditores de interrupção precoce do AME foi: ser primípara = 1,47 (IC95%: 1,19-1,80), alimentar recém-nascidos com pré-lácteos = 1,70 (IC95%: 1,23-2,36), usar chupeta na primeira semana de vida = 1,79 (IC95%: 1,44-2,23) e apresentar diarreia nas duas primeiras semanas de vida = 1,70 (IC95%: 1,15-2,52). A frequência do AM continuado foi de 67,9% (IC95%: 64,9-70,8), 29,3% (IC95%: 26,4-32,4) e 1,7% (IC95%: 0,9-2,8) aos 1, 2 e 5 anos de idade, respectivamente. A razão de risco ajustada para preditores de cessação precoce do AM foi: sexo masculino = 1,23 (IC95%: 1,01-1,49), uso de chupeta na primeira semana de vida = 4,66 (IC95%: 2,99-7,26) e AME menor que 3 meses = 2,76 (IC95%: 1,64-4,66). CONCLUSÕES: A duração do AME e do AM continuado entre crianças amazônicas é consideravelmente menor do que as recomendações da Organização Mundial da Saúde. Preditores significativos das práticas de aleitamento materno devem ser considerados na avaliação das estratégias locais para alcançar práticas ideais de aleitamento materno.
Subject(s)
Male , Female , Breast Feeding , Survival Analysis , Child Health , Risk Factors , Cohort StudiesABSTRACT
Objective To analyze the clinical and sociodemographic characteristics and survival of individuals with severe acute respiratory syndrome due to COVID-19 according to the COVID-19 vaccination schedule, Brazil, 2021-2022. Methods This was a cohort study based on data from the Influenza Epidemiological Surveillance Information System; the Kaplan-Meier and Survival Tree methods were used to analyze survival. Results Among the 559,866 hospitalized cases, a higher proportion of vaccinated individuals was found among female (15.0%), elderly people aged ≥ 80 (34.5%), people from the Southeast region (15.7%), those who did not undergo respiratory support (21.2%) and those who did progress to death (15.2%); the survival curve showed that risk of death for unvaccinated individuals was higher in all age groups (p-value < 0.001); elderly people aged ≥ 80, who did not undergo mechanical ventilation and who had a booster dose had lower risk when compared to their peers who had two doses or were unvaccinated (hazard ratio = 0.64; 95%CI 0.62;0.67). Conclusion Lowest risk of death was found in vaccinated individuals, especially those who had two doses or a booster dose as well.
Objetivo Analizar las características clínicas, sociodemográficas y supervivencia de individuos con síndrome respiratoria aguda grave por COVID-19, según el esquema de vacunación contra COVID-19, Brasil, 2021-2022. Métodos Estudio de cohorte con datos del Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica de la Gripe; se utilizó el método de Kaplan-Meier y el árbol de supervivencia para analizar la supervivencia. Resultados Entre los 559.866 casos hospitalizados, se observó una mayor proporción de vacunados entre el sexo femenino (15,0%), ancianos ≥ 80 (34,5%), región Sudeste (15,7%), quienes no recibieron soporte ventilatorio (21,2%) y no fallecidos (15,2%); la curva de supervivencia mostró que los no inmunizados presentaron un mayor riesgo de óbito en todos los grupos de edad (p-valor < 0,001); los ancianos ≥ 80, que no recibieron ventilación mecánica, con dosis de refuerzo, tienen un menor riesgo en comparación con sus pares con dos dosis o no vacunados (HR = 0,64; IC95% 0,62;0,67). Conclusión El menor riesgo de óbito se observó en individuos vacunados, especialmente aquellos con dos dosis o refuerzo.
Objetivo Analisar as características clínicas e sociodemográficas e a sobrevida de indivíduos com síndrome respiratória aguda grave por covid-19, segundo esquema vacinal contra covid-19, Brasil, 2021-2022. Métodos Estudo de coorte, com dados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe; métodos de Kaplan-Meier e árvore de sobrevivência foram utilizados para analisar a sobrevida. Resultados Dos 559.866 casos internados, observou-se maior proporção de vacinados entre sexo feminino (15,0%), idosos ≥ 80 anos (34,5%), na região Sudeste (15,7%), entre os que não receberam suporte ventilatório (21,2%) e os não evoluídos a óbito (15,2%); na curva de sobrevida, não imunizados apresentaram maior risco de óbito, independentemente da faixa etária (p-valor < 0,001); idosos que não realizaram ventilação mecânica, com dose de reforço, apresentaram menor risco, comparados a seus pares com duas doses ou não imunizados (hazard ratio = 0,64; IC95% 0,62;0,67). Conclusão Observou-se menor risco de ocorrência de óbito nos indivíduos vacinados, especialmente com duas doses ou reforço.
ABSTRACT
Resumo Fundamento As doenças oro-valvares têm prevalência mundial expressiva, e a cirurgia de troca valvar melhorou a sobrevida dos pacientes. Objetivos Descrever aspectos clínico-laboratoriais dos pacientes submetidos a implante valvar mecânico e determinar a incidência de trombose de próteses valvares (TPV). Métodos Estudo de coorte retrospectivo com seguimento até nove anos; as variáveis de estudo foram buscadas em prontuários físicos e eletrônicos. Os cálculos foram realizados pelo programa Jamovi 1.2.2.; p<0,05 foi considerado estatisticamente significante. Foram construídas curvas de Kaplan Meier, e realizada análise de regressão de Cox para fatores relacionados à mortalidade. Resultados Foram incluídos 473 pacientes com média de idade de 46,9 ±11,3 anos. A doença reumática foi a principal etiologia. Em média de acompanhamento de 4,43 anos, a mortalidade foi de 16,1%. Pacientes com implantes de próteses na posição aórtica tiveram sobrevida melhor que os portadores em posição mitro-aórtica (p=0,026). Entre os fatores ajustados para mortalidade, apenas classe funcional e insuficiência renal crônica apresentaram significância estatística. A incidência de TPV foi de 0,24/100 pacientes/ano, com primeiro evento após 1000 dias da cirurgia. Tabagismo e pannus foram estatisticamente associados a TPV. Não houve diferenças na variabilidade de INR entre pacientes com e sem trombose por posição protética, mas houve diferença estatística no INR pré-evento trombótico comparado aos que não apresentaram trombose (INR= 2,20[1,80-2,20] vs 2,80[2,20-3,40]; p= 0,040). Identificamos 4,4% de acidentes vasculares cerebrais e 5,2% de sangramentos. Conclusões A população mostrou-se jovem e valvopatia reumática foi frequente. A frequência de TPV foi semelhante à descrita na literatura, apesar da baixa renda e escolaridade da amostra.
Abstract Background Valvular heart diseases are highly prevalent in the world, and surgical valve replacement has improved patients' survival. Objectives To describe clinical and laboratory data of patients undergoing mechanical valve replacement, and to determine the incidence of prosthetic valve thrombosis (PVT). Methods Retrospective cohort study with a follow-up of up to nine years. The study variables were collected from conventional and electronic medical charts. Statistical calculations were performed using the Jamovi software version 1.2.2.; a p<0.05 was considered statistically significant. Kaplan Meier curves were constructed, and Cox regression analysis was performed for analysis of factors related to mortality. Results A total of 473 patients were included, mean age of 46.9 ±11.3 years. Rheumatic disease was the most common etiology. In a mean follow-up period of 4.43 years, mortality rate was 16.1%. Patients with aortic prosthesis showed higher survival than patients with double implant (mitral and aortic) (p=0.026). Of the factors adjusted for mortality, only functional class and chronic renal failure showed statistically significant association. The incidence of PVT was 0.24/100 patients/year, and the first event occurred more than 1000 days after the implant. Smoking and pannus formation were significantly associated with PVT. No differences were found in INR variability between patients with and without thrombosis by prosthetic position, but significant differences were found in INR before thrombosis as compared with patients without thrombosis (INR= 2.20 [1.80-2.20] vs. 2.80 [2.20-3.40]; p= 0.040). The incidence of stroke and bleeding was 4.4% and 5.2% respectively. Conclusions The study population was young, and rheumatic valve disease was common in this group. The prevalence of PVT was similar to that described in the literature, despite the low income and low educational level of our sample.