ABSTRACT
A escuta clínica de crianças em contextos institucionais, como os serviços de acolhimento, tem suscitado debates no campo do Sistema Único de Assistência Social. Assim, o objetivo do presente estudo é relatar a experiência de atendimento à criança em acolhimento institucional. Reflete-se, pois, sobre a possibilidade da escuta clínica, a partir da utilização do conto de fadas como recurso terapêutico. Para tanto, apresenta-se fragmentos de um caso atendido, pela primeira autora, em uma instituição de acolhimento para crianças e adolescentes em um município do estado do Pará. Compreende-se que é possível a criação de espaços de falas, a partir de recursos favorecedores da expressão da criança (conto de fadas) em outros campos de atuação do psicólogo (acolhimento institucional), flexibilizando o enquadramento de atendimento na perspectiva da clínica psicanalítica e ampliada
La escucha clínica de los niños en contextos institucionales, como las guarderías, ha suscitado debates en el ámbito del Sistema Único de Asistencia Social. Así, el objetivo de este estudio es reportar la experiencia del cuidado de niños en instituciones de cuidado. Por tanto, reflexiona sobre la posibilidad de la escucha clínica, a partir del uso del cuento de hadas como recurso terapéutico. Por tanto, fragmentos de un caso atendido por el primer autor se presentan en un albergue para niños y adolescentes de un municipio del estado de Pará, favoreciendo la expresión del niño (cuento de hadas) en otros campos de trabajo del psicólogo (atención institucional), flexibilizando el encuadre del cuidado en la perspectiva de la clínica psicoanalítica y ampliada
The clinical listening of children in institutional contexts, such as childcare services, has raised debates in the field of the Unified Social Assistance System. Thus, the aim of this study is to report the experienceof caring for children in institutional care. Therefore, it reflects on the possibility of clinical listening, from the use of the fairy tale as a therapeutic resource. Therefore, fragments of a case attended by the first author are presented in a shelterfor children and adolescents in a municipality in the state of Pará. It's understood that it is possible to create spaces for speech, from resources that favor the child's expression (fairy tale) in other fields of activity of the psychologist (institutional care), making the framing of care in the perspective of psychoanalytic clinic and extended
L'écoute clinique des enfants dans des contextes institutionnels, tels que les services de garde d'enfants, a soulevé des débats dans le domaine du Système Unifié d'Assistance Sociale. Ainsi, le but de cette étude est de rapporter l'expérience de prise en charge d'enfants en institution. Dès lors, il réfléchit à la possibilité d'une écoute clinique, à partir de l'utilisation du conte de fées comme ressource thérapeutique. Par conséquent, des fragments d'un cas assisté par le premier auteur sont présentés dans un foyer pour enfants et adolescents dans une municipalité de l'État du Pará favorisant l'expression de l'enfant (conte de fées) dans d'autres domaines de travail du psychologue (soins institutionnels ), assouplir le cadrage des soins dans la perspective de la clinique psychanalytique et étendue
Subject(s)
Humans , Female , Child , Child, Institutionalized/psychology , Legendary Creatures , Child, Foster/psychology , Psychoanalysis , Child WelfareABSTRACT
É consenso considerar-se que Freud realizou uma primeira auto(?)análise através de cartas dirigidas ao seu amigo W. Fliess. A mesma já foi objeto de inúmeros trabalhos e livros. O autor não irá discuti-la em profundidade, pois, sua proposta/conjetura fundamental é a de que Freud realizou uma segunda (auto?) analise através de cartas ao escritor vienense Arthur Schnitzler. Essa segunda auto (?) análise referiu-se a dois temas fundamentais, praticamente não tocados em sua primeira auto (?) análise com Fliess. São eles: sua ambivalência quanto à sua condição de escritor, exposta claramente nas cartas à Schnitzler, e seu sofrimento frente ao seu câncer e frente às diferentes e terríveis perdas que se somaram, especialmente, a partir da 1ª guerra mundial e no começo dos anos vinte do século passado. Afirma-se que o tema da morte em sua obra teve como fundamento as questões teórico/clinicas e sociais vivenciadas por Freud, que coincidiram com as perdas antes mencionadas. Estudiosos renomados da obra freudiana tendem a não considerar as terríveis perdas pessoais de Freud como tendo algum papel na construção de sua ultima teoria pulsional. Assim como no nascer da psicanálise, acho muito difícil estabelecer uma separação nítida entre as questões teórico/clinicas, sociais e pessoais. Existe aí um ponto de indecidibilidade. O inconsciente freudiano começa com o próprio inconsciente de Freud. Essa é a sua genialidade. Essa é a nossa herança.(AU)
Es un consenso considerarse que Freud ha realizado un primero auto(¿)análisis a través de cartas dirigidas a su amigo W. Fliess. La misma ha sido objeto de inúmeros trabajos y libros. El autor no va a discutirla en profundidad ya que su propuesta/conjetura fundamental es la de que Freud ha realizado un segundo (auto?) analisis a traves de cartas al escritor vienense Arthur Schnitzler. Este segundo (auto?) analisis se ha referido a dos temas fundamentales, practicamente no tocados en su primero (auto?) analisis con Fliess. Son ellos: su ambivalencia cuanto a su condición de escritor, expuesta con claridad en las cartas a Schnitzler, y su sufrimiento frente a su câncer y frente a las diferentes y terribles perdidas que se sumaron, en especial, a partir de la 1ª guerra mundial y al comienzo de los años veinte del siglo pasado. Se afirma que el tema de la muerte en su obra tuvo como fundamento las cuestiones teórico/clinicas y sociales vivenciadas por Freud, que coincidieron con las perdidas antes mencionadas. Estudiosos renomados de la obra freudiana tienden a no considerar las terribles perdidas personales de Freud como teniendo algun rol en la construción de su ultima teoria pulsional. Así como en el nacer del psicoanálisis, creo muy difícil establecer una nítida separación entre las cuestiones teórico/clinicas, sociales y personales. Existe allí un punto de indecidibilidad. El inconciente freudiano empieza con el propio inconciente de Freud. Esta es su genialidad. Esta es nuestra herencia.(AU)
ABSTRACT
Este artigo investiga, por meio da psicanálise, como um conto de fadas ("Branca de Neve") possibilita, à maneira de um sonho, evocar fantasias inconscientes geradoras de angústias próprias ao complexo de Édipo, permitindo, assim, sua elaboração psíquica. Parte-se das seguintes perguntas: por que as crianças se interessam pelo conto? E por que os adultos se emocionam frente a ele? Valendo-se da simbologia que permeia o conto, além de sua forma e conteúdo específicos, evidencia-se o combate de vida e morte presente naquele que se vê sujeito de seus próprios desejos e de suas respectivas realizações alucinatórias, particularmente quando dirigidos à imagem materna, como no caso de Branca de Neve.
This article investigates, by means of psychoanalysis, how a fairy tale ("Snow White") enables one, in the same way as a dream, to evoke unconscious fantasies which generate anxieties pertaining to the Oedipus complex, allowing, as such, psychic elaboration. The following questions are taken as starting points: why are children interested in the story? And why are adults moved by it? Taking the symbolism which permeates the story, as well as its shape and specific contents, the battle of life and death, present in he who sees himself as subject of his own desires and respective hallucinatory realizations, is brought to light. Especially when such desires and realizations are directed to the maternal image, as is the case in Snow White.
Este artículo investiga, mediante el psicoanálisis, cómo un cuento de hadas ("Blanca Nieves") permite, en forma de sueño, evocar las fantasías inconscientes que generan angustias propias del complejo de Edipo, posibilitando, de esta forma, su elaboración psíquica. Se parte de las siguientes preguntas: ¿por qué los niños se interesan por el cuento?, y ¿por qué los adultos se emocionan ante él? Valiéndose de la simbología que impregna el cuento, además de su forma y contenido específicos, se evidencia el combate de vida y muerte presente en aquel que se ve sujeto de sus propios deseos y de sus respectivos logros alucinatorios, particularmente cuando están dirigidos a la imagen materna, como en el caso de Blanca Nieves.
ABSTRACT
O corpo extremo pode deixar o pensamento e a palavra siderados diante da surpresa que oferece ao olhar. Com a criança, o conto de fadas, ao tomar a infância como mediação entre o adulto e a criança, pode ajudar a reencontrar ou a inventar espaço para uma palavra que não sature a realidade corporal, uma palavra capaz de acolher a cena do corpo e seu acontecimento. É isto o que acreditamos ter ocorrido com Antony e Alicia, pacientes gravemente mutilados e hospitalizados em um serviço cirúrgico. Já com relação ao adulto, no entanto, que palavra poderia se transformar em recurso e mediação? (AU)
The extreme body can leave the speech and the thought stuned by the frontal surprise catching the look. With a child, the fairy tale making «childhood as a mediation between the adult and the child» can help to find or create all over again some space for a word not overfilled by the bodys reality, some space able to be a place which can receive the stage and the issue of the body. This kind of thing seems to have happened with the little Antony and the young Alicia, both severely mutilated and then hospitalized in a restoring surgery department. But, with an adult, what kind of word can become a resource and a mediation? (AU)
