ABSTRACT
Introdução - A meningite é um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal. Sua etiologia é variada, podendo ser causada por diversos agentes infecciosos, como bactérias, vírus, parasitas e fungos, ou também por processos não infecciosos. As meningites bacterianas e virais são as mais importantes do ponto de vista de saúde pública, devido sua magnitude, capacidade de ocasionar surtos, e, no caso da meningite bacteriana, a gravidade dos casos. Objetivos - Conhecer o perfil clinico-epidemiológico dos casos atendidos e notificados de meningites pelo Instituto de Infectologia Emílio Ribas (IIER), no período de 2010 a 2014. Métodos - Estudo transversal descritivo com abordagem quantitativa dos casos confirmados de meningites notificados pelo IIER no período de 2010 a 2014, obtidos do banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), contendo os registros das Fichas Individuais de Notificação e Investigação Epidemiológica de Meningites. Para informações adicionais foram utilizados o prontuário digital do Sistema de gestão hospitalar do IIER (S4SP); pesquisas no sistema digital de laudos do laboratório do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCmed) utilizado pelo IIER no período analisado e no sistema de resultados de exames (SIGWEB) do Instituto Adolfo Ltuz (IAL). Resultados De 2010 a 2014 foram confirmados 494 casos de meningites notificadas pelo Serviço de Epidemiologia do IIER. Nesta casuística houve predomínio das meningites bacterianas; a doença meningocócica (DM), meningite pneumocócica (MP) e a meningite por hemófilo (MH) correspondeu a 281 (56,8%) casos confirmados; já as meningites assépticas/virais (MV) representaram a segunda maior causa com 104 (21,05%) casos. A média de idade foi de 16 anos variando de 1mês a 77 anos, a mediana esteve em 21 anos e a faixa etária com maior frequência foi a 20 a 59 anos com 244 casos (49,39%), sendo que a maioria dos casos ocorreu no sexo masculino 63,80% (n=315). Cerca de 55,47% (274) dos pacientes foram procedentes do município de São Paulo, capital do ESP. Os principais critérios diagnósticos utilizados para confirmação dos casos neste estudo foram: Reação da Cadeia de Polimerase (PCR), avaliação do quimiocitólogico do líquor (LCR) e a cultura (padrão ouro). O tempo de internação variou de 1 a 557 dias (média=18 dias, mediana=26 dias e a moda=8). Dos 494 casos confirmados, 45 evoluíram para óbito, tendo uma letalidade total de 9,11%, variando de 6,84 a 12,40% durante período estudado. Conclusões As meningites bacterianas foram as mais frequentes neste estudo, sendo que as meningites virais ocuparam o segundo lugar. A maioria dos casos notificados pelo IIER são procedentes da capital do Estado. Houve predomínio do sexo masculino e da faixa etária de 20 a 59 anos. A PCR tem se mostrado um método eficaz no diagnóstico das meningites, de modo que, neste estudo, se sobressaiu a cultura. O tempo médio de internação hospitalar foi de 18 dias, a mediana de 26 dias e a moda 8 dias, tendo variado de 1 a 557 dia de internação hospitalar. A letalidade foi maior no gênero feminino com média de 10,61 % e na faixa etária dos maiores de 60 anos (20,00%)
Subject(s)
Humans , Epidemiological Monitoring , Meningitis/epidemiology , Brazil/epidemiology , Disease NotificationABSTRACT
O objetivo deste artigo é descrever as internações por varíola no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, no período de 1898 a 1970, evidenciando-se a origem da residência dos pacientes da região metropolitana de São Paulo. Trata-se de um estudo descritivo retrospectivo, mediante coleta de dados secundários nos livros de registro de internação do IIER no período de 1898 a 1970. As internações foram analisadas segundo variáveis de tempo, lugar e pessoa e agrupadas em períodos de dez anos. Foram registradas 11.393 internações, com 533 óbitos, sendo 251 de pacientes do sexo feminino, 280 do masculino e dois óbitos com sexo ignorado. Esses pacientes residiam em 139 localidades diferentes. O município de São Paulo contribuiu com 7.915 69,5 por cento do total, seguido de Santo André, Mogi das Cruzes, Guarulhos, São Caetano do Sul, Osasco e Suzano. Foram atendidos em trânsito 237 pacientes. Para 994 internações ignora-se o município, apesar de indicações nos prontuários.
The objective of this article is to describe the admissions for smallpox at the Institute of Infectious Diseases Emilio Ribas, during the period from 1898 to 1970, showing the origin of the patients' residence in the metropolitan region of São Paulo. It is a descriptive study which used secondary data collected from the record books for admissions at the Institute during the period of 1898 to 1970. The hospital records were counted and grouped into periods of 10 years. The total amount of admissions were 11,393. From the total of 533 deaths, 251 of the patients were female, 280 male and two unknown. These patients resided in 139 different locations. The city of São Paulo contributed with 7915 or 69.5 percent of the total, followed by Santo André, Mogi das Cruzes, Guarulhos, São Caetano do Sul, Osasco and Suzano. It was seen 237 patients in transit. For 994 admissions the municipality of origin was ignored, despite indications in the records.
