RESUMO
Objetivo. Entre os fatores de risco cardiovascular ainda não devidamente estudados em nosso meio, tem-se, por exemplo, o estresse, que poderia atuar como modificador de efeito da relação dieta e morbidades. Nesse sentido, realizou-se estudo com objetivo de investigar as relações entre padrões de dieta, estresse psicossocial, pressão arterial e os indicadores do estado nutricional. Metodologia. Estudo transversal, em amostra aleatória, de 311 mulheres acima de 20 anos de idade, de cinco bairros do município de Cotia, São Paulo. O consumo alimentar foi avaliado por meio de um questionário de freqüência alimentar, validado concomitantemente à pesquisa. A presença de estresse foi verificada por meio da aplicação de um teste elaborado e validado para a população brasileira (Inventário de Sintomas de Stress para Adultos). Em uma única ocasião, foram realizadas medidas de pressão arterial e coletados dados de peso, estatura, cintura, quadril, para o cálculo do índice de massa corporal (IMC) e razão cintura quadril (RCQ), indicadores de obesidade periférica e centralizada, respectivamente. A atividade física foi avaliada por meio do Questionário Internacional de Atividade Física. Foi realizada uma análise descritiva das variáveis demográficas e socioeconômicas. O consumo alimentar foi analisado por meio da análise fatorial por componentes principais. As variáveis independentes (padrões alimentares) foram testadas com variáveis dependentes (estresse, pressão arterial, IMC, RCQ) por meio de análise multivariada, no modelo linear generalizado. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da FSP/USP. Resultados. A análise fatorial por componentes principais identificou três padrões de consumo alimentar: padrão fast-food, incluindo salgadinhos, pizza, refrigerantes, massas, doces, bebidas alcoólica; padrão monótono, incluindo arroz, feijão, carne bovina e café; padrão saudável com peixes, leite e derivados, frutas e hortaliças. O padrão consumo saudável mostrou-se inversamente relacionado com os níveis de estresse e não se mostrou relacionado com os níveis de pressão arterial e obesidade. Por outro lado, o padrão monótono mostrou-se positivamente relacionado aos níveis de estresse. Ambos os padrões, monótono e fast-food apresentaram relação positiva com os níveis de pressão arterial. A dieta monótona apresentou-se positivamente relacionada à obesidade periférica, enquanto que o padrão fast-food, mostrou-se...
Assuntos
Feminino , Adulto , Humanos , Dieta , Hipertensão , Comportamento Alimentar , Obesidade , Estresse Psicológico , Ingestão de Alimentos , Estilo de Vida , Estado NutricionalRESUMO
Objetivos: Avaliar o comportamento da pressäo arterial em hipertensos leves (estágio 1) com tratamento dietético exclusivo. Metodologia: Participam do estudo 40 pacientes que compareceram voluntariamente à unidade básica de saúde e foram diagnosticados como hipertensos (estágio 1 - JNC VI 1997). Os pacientes foram orientados, individualmente, para reduçäo do consumo de sal e de alimentos salgados. A pressäo arterial foi medida em todas as consultas. O peso e a altura foram medidos na primeira e na última consulta para o cálculo do índice de massa corporal (IMC). Foi utilizado questionário de freqüência de consumo de alimentos salgados, além do método recordatório de 24 horas a fim de conhecer os hábitos alimentares dos pacientes. Resultados: Dos 40 pacientes, 9 eram homens e 31 mulheres. A média de idade foi de 45 anos. Näo houve alteraçäo estatisticamente significativa no IMC. A pressäo arterial apresentou tendência de declínio, sendo que a diferença entre a pressäo arterial média (sistólica e diastólica) no início e no final do estudo foi estatisticamente significativa. 45 por cento dos pacientes tiveram sua pressäo arterial (sistólica e diastólica) reduzida ou normalizada e 20 por cento mantiveram ou aumentaram os níveis pressóricos iniciais. Os alimentos com maior freqüência do consumo foram o päo, molho de tomate, pizza, queijos, entre outros. Näo foi possível realizar análise estatística entre a hipertensäo arterial e a freqüência de consumo de alimentos salgados pois o número de observaçöes foi pequeno. Conclusöes: A pressäo arterial de indivíduos com hipertensäo arterial leve pode ser reduzida e atingir valores normais com tratamento dietético, baseado na restriçäo de sódio, sem uso de medicamentos. Programas de intervençäo devem ser realizados para confirmar a eficácia do tratamento dietético exclusivo da hipertensäo arterial