RESUMO
A pandemia da COVID-19 impôs desafios importantes para a formação dos futuros enfermeiros no que tange aos conhecimentos e habilidades necessárias sobre as medidas de biossegurança dos equipamentos de proteção individual. Diante disto, neste estudo objetivou-se avaliar a efetividade da intervenção educativa no conhecimento e habilidade técnica de estudantes de enfermagem sobre paramentação e desparamentação e medidas preventivas no contexto da COVID-19 antes e após intervenção educativa. Trata-se de um estudo misto, composto de duas etapas. Na primeira etapa, foi conduzido um estudo metodológico de junho a setembro de 2021 com a construção e validação Exame Clínico Objetivo Estruturado (OSCE) por 22 juízes, foram convidados via e-mail através do Google Forms para validar os instrumentos. E a segunda etapa, consistiu em um estudo quase-experimental tipo antes e depois, de junho a agosto de 2022, constituído por 80 estudantes de enfermagem regularmente matriculados em uma instituição de ensino superior do interior de São Paulo, do segundo ao quarto ano, aplicando teste de conhecimento (pré e pós teste), intervenção educativa, OSCE sobre paramentação e desparamentação, uso de escalas acerca de precauções padrão e medo da COVID-19, dados analisados por meio de estatística descritiva e inferencial. Para verificar se houve diferença entre pré e pós-teste das escalas CSPS, SPQ-PB e escala de Medo, além de verificar se houve associação entre as variáveis sociodemográficas e o conhecimento, foi realizado o Teste de Wilcoxon. Para comparar possíveis diferenças nos acertos no teste de conhecimento entre pré e pós, foi utilizado o Teste de Mcnemar, em todos adotou-se um nível de significância de α ≤0,05. Na etapa I, obteve-se a validação do OSCE por juízes/especialistas, onde o IVC relativo à objetividade e conteúdo foi de 0,95 e 1; IVC de 0,82 e 0,95 referente à clareza e avaliação geral. A intervenção educativa mostrou-se efetiva sobre o aumento do conhecimento dos estudantes, as variáveis com associações significantes foram: sexo feminino, pertencer ao Curso de Bacharelado em Enfermagem. Houve aumento nos acertos em 14 questões, onde em sete identificou-se diferença estatisticamente significante. Quanto ao desempenho dos estudantes observou-se que os estudantes tiveram maiores acertos nas etapas da paramentação comparado a desparamentação, em nenhuma das etapas da desparamentação foi alcançado 100% de acertos. Observou-se que 78 (97,5%) se autocontaminaram durante a realização da desparamentação dos EPI e apenas 2 (2,5%) não se autocontaminaram. Quanto a avaliação do cumprimento às PP por meio da escala CSPS tanto no pré-teste como no pós-teste, encontrou-se que oito itens obtiveram taxas de cumprimento acima de 80%. Entre os fatores que facilitam a adesão às PP, 77 (96,3%) dos estudantes afirmaram ser totalmente eficaz estar capacitado no que se refere às precauções-padrão tanto no pré como no pós-teste e redução do medo de morrer de COVID-19 para 17,5%. Assim, foi percebida a melhora conhecimento e habilidades acerca da paramentação e desparamentação de EPI, das medidas preventivas sobre COVID-19 pelos estudantes de enfermagem, além de esmiuçar as áreas com maiores presenças de autocontaminação simulada após a desparamentação
The COVID-19 pandemic has imposed significant challenges for the education of future nurses regarding the necessary knowledge and skills regarding biosafety measures and personal protective equipment. Therefore, this study aimed to evaluate the effectiveness of an educational intervention on the knowledge and technical skills of nursing students on donning and doffing, as well as preventive measures in the context of COVID-19, before and after the intervention. This mixed-methods study consisted of two stages. In the first stage, a methodological study was conducted from June to September 2021, involving the construction and validation of the Objective Structured Clinical Examination (OSCE) by 22 judges. The judges were invited via email using Google Forms to validate the instruments. The second stage consisted of a quasi-experimental pre- and post-test study conducted from June to August 2022, involving 80 nursing students regularly enrolled in a higher education institution in the interior of São Paulo, Brazil. The students were in their second to fourth year of study. The study included a knowledge test (pre- and post-test), an educational intervention, OSCE donning and doffing, the use of scales regarding standard precautions and fear of COVID-19. The data were analyzed using descriptive and inferential statistics. The Wilcoxon test was used to verify if there was a difference between the pre- and post-test scores of the scales CSPS (Compliance with Standard Precautions Scale), SPQ-PB (Standard Precautions Questionnaire-Perceived Barrier Scale), and Fear Scale. The association between sociodemographic variables and knowledge was also examined. The McNemar test was used to compare possible differences in knowledge test scores between the pre-and post-tests. A significance level of α ≤0.05 was adopted for all analyses. In Stage I, the OSCE was validated by judges/experts. The Content Validity Index (CVI) for objectivity and content was 0.95 and 1, respectively. The CVI for clarity and overall evaluation was 0.82 and 0.95, respectively. The educational intervention was effective in increasing students' knowledge. The variables with significant associations were female gender and enrollment in the Bachelor of Nursing program. There was an increase in correct answers for 14 questions, with statistically significant differences observed in seven questions. Regarding student performance, it was observed that students had higher scores in the donning stages compared to the doffing stages. None of the doffing stages achieved 100% accuracy. It was observed that 78 (97.5%) students self-contaminated during the doffing, while only 2 (2.5%) did not self-contaminate. Regarding compliance with standard precautions, as evaluated by the CSPS scale in both the pre- and post-tests, eight items achieved compliance rates above 80%. Among the factors that facilitate adherence to standard precautions, 77 (96.3%) students reported that being trained in standard precautions was fully effective, both in the pre- and post-tests. The fear of dying from COVID-19 decreased by 17.5%. Thus, an improvement in knowledge and skills on donning and doffing, as well as preventive measures for COVID-19, was observed among nursing students. The areas with the highest presence of simulated self-contamination after doffing were also identified
Assuntos
Humanos , Estudantes de Enfermagem , Contenção de Riscos Biológicos , Pandemias , Equipamento de Proteção Individual , COVID-19RESUMO
A COVID-19 impactou todos os países do mundo, causando transtornos em diversos segmentos da saúde, economia, entre outros. Nesse contexto, os profissionais de saúde, especialmente os de enfermagem, passaram por diversos momentos críticos desde o desconhecimento sobre a causa e a transmissão da doença, além da escassez e qualidade de insumos, como os equipamentos de proteção individual e do despreparo e desconhecimento sobre a correta paramentação e desparamentação desses materiais. Os protocolos de biossegurança em saúde e as precauções frente a pandemia do vírus da COVID-19 foram sendo reajustadas conforme os estudos foram sendo conduzidos, a fim de garantir conhecimento e preparo técnico científico a estes profissionais de saúde. Objetivou-se analisar os fatores associados à adesão aos protocolos de paramentação e desparamentação dos equipamentos de proteção individual no contexto da pandemia da COVID-19. Trata-se de um estudo transversal, analítico, tipo inquérito online, multicêntrico, ocorrido no período de outubro a dezembro de 2020. Convocou-se para o estudo um total de 12.086 profissionais da saúde da assistência direta ao paciente nos diferentes níveis de atenção à saúde. Assim foram elegíveis 9.039 profissionais de enfermagem que fizeram uso de protocolos de paramentação e desparamentação dos equipamentos de proteção individual em sua prática assistencial. Observou-se que os profissionais de enfermagem do sexo masculino adotaram com maior frequência a sequência correta do uso de equipamentos de proteção individual (42,9%), estando a sequência correta de paramentação pelos profissionais de enfermagem associada ao sexo (p=0,015), idade (p=0,008), categoria profissional (p=0,011), unidade de terapia intensiva como setor de atuação (p=0,002), capacitação sobre a COVID-19 (p < 0,001), fornecimento de equipamentos de proteção individual suficiente (p < 0,001) e de qualidade (p=0,007). Além disso, os profissionais de enfermagem que receberam capacitação ou curso sobre a COVID-19 apresentaram maior frequência no seguimento correto da paramentação. Em uma análise de frequência, observa-se que profissionais de enfermagem do sexo feminino adotaram com maior frequência a sequência correta de desparamentação (37,3%). Os principais fatores que interferiram nos protocolos foi o sexo, a idade, a experiência e a ausência de treinamento, os quais colaboram para errosna sequência correta da paramentação e desparamentação dos equipamentos de proteção individual. Diante dos resultados, a adesão aos protocolos para a paramentação e desparamentação dos Equipamentos de Proteção Individual pode facilitar a capacitação dos profissionais de enfermagem que atuam na assistência direta aos pacientes com suspeita ou confirmados com COVID-19 e com isso fornecer evidências para otimizar protocolos padronizados para reduzir a contaminação
COVID-19 has impacted all countries in the world, causing disorders in various segments of health, economy, among others. In this context, health professionals, especially nurses, have gone through several critical moments due to the lack of knowledge about the cause and transmission of the disease, in addition to the scarcity and quality of supplies, such as personal protective equipment and the lack of preparation and lack of knowledge about the disease. The correct dressing and undressing of these materials. Health biosecurity protocols and precautions against the COVID-19 virus pandemic were being readjusted as studies were being conducted, in order to guarantee scientific technical knowledge and preparation for these health professionals. The objective was to analyze the factors associated with adherence to protocols for dressing and undressing personal protective equipment in the context of the COVID-19 pandemic. This is a cross-sectional, analytical, online survey, multicenter study, carried out from October to December 2020. A total of 12,086 health professionals from direct patient care at different levels of health care were invited to the study. health. Thus, 9,039 nursing professionals who used protocols for dressing and undressing of personal protective equipment in their care practice were eligible. It was observed that male nursing professionals more frequently adopted the correct sequence of use of personal protective equipment (42.9%), with the correct sequence of vestments by nursing professionals associated with sex (p=0.015) , age (p=0.008), professional category (p=0.011), intensive care unit as a sector of activity (p=0.002), training on COVID-19 (p < 0.001), supply of sufficient personal protective equipment ( p < 0.001) and quality (p=0.007). In addition, nursing professionals who received training or a course on COVID-19 showed a higher frequency in the correct follow-up of the attire. In a frequency analysis, it is observed that female nursing professionals more frequently adopted the correct undressing sequence (37.3%). The main factors that interfered in the protocols were sex, age, experience and lack of training, which contribute to errors in the correct sequence of dressing and undressing of personal protective equipment. In view of the results, adherence to protocols for putting on and undressing of Personal Protective Equipment can facilitate the training of nursing professionals who work in direct care for patients with suspected or confirmed COVID-19 and thereby provide evidence to optimize standardized protocols to reduce contamination
Assuntos
Humanos , Contenção de Riscos Biológicos , Pandemias , Equipamento de Proteção Individual , COVID-19 , Profissionais de EnfermagemRESUMO
The effects of surgical garment of surgeon and auxiliary and the use of antibiotic were evaluated for the occurrence of postoperative complications in 28 cows submitted to rumenotomy the cours were equally allotted to the following groups: Group I (GI) and II (GII), rumenotomy performed following standard surgery garment procedures for both surgeon and auxiliary; groups III (GIII) and IV (GIV) rumenotomy performed without garment. On the postoperative, parenteral antibiotic with oxytetracycline was used on groups I and III. The main complications observed were: edema, subcutaneous emphysema, wound dehiscence and peritonitis. Surgical garmenting contributed positively to reduce healing time. The antibiotic tused did not influence recovery time within groups without surgical garmenting of surgeon and auxiliary.
Utilizou-se a paramentação e a oxitetraciclina parenteral na profilaxia de complicações pós-operatórias em 28 bovinos fêmeas submetidos à rumenotomia, distribuídos em quatro grupos de sete animais. Nos bovinos dos grupos I (GI) e II (GII), as rumenotomias foram realizadas seguindo normas de paramentação do cirurgião e do auxiliar, enquanto que, nos animais dos grupos III (GIII) e IV (GIV) essa conduta não foi adotada. No pós-operatório, utilizou-se antibiotico parenteral à base de oxitetraciclina nos animais do GI e GIII. As principais complicações observadas no pós-operatório foram: edema, enfisema subcutâneo, deiscência de pontos da ferida de sutura e peritonite. Verificou-se que a paramentação contribuiu positivamente na redução do tempo de cicatrização. O uso parenteral de antibiótico não influenciou no tempo de recuperação dos animais, quando o cirurgião e o auxiliar não se paramentaram.
RESUMO
The effects of surgical garment of surgeon and auxiliary and the use of antibiotic were evaluated for the occurrence of postoperative complications in 28 cows submitted to rumenotomy the cours were equally allotted to the following groups: Group I (GI) and II (GII), rumenotomy performed following standard surgery garment procedures for both surgeon and auxiliary; groups III (GIII) and IV (GIV) rumenotomy performed without garment. On the postoperative, parenteral antibiotic with oxytetracycline was used on groups I and III. The main complications observed were: edema, subcutaneous emphysema, wound dehiscence and peritonitis. Surgical garmenting contributed positively to reduce healing time. The antibiotic tused did not influence recovery time within groups without surgical garmenting of surgeon and auxiliary.
Utilizou-se a paramentação e a oxitetraciclina parenteral na profilaxia de complicações pós-operatórias em 28 bovinos fêmeas submetidos à rumenotomia, distribuídos em quatro grupos de sete animais. Nos bovinos dos grupos I (GI) e II (GII), as rumenotomias foram realizadas seguindo normas de paramentação do cirurgião e do auxiliar, enquanto que, nos animais dos grupos III (GIII) e IV (GIV) essa conduta não foi adotada. No pós-operatório, utilizou-se antibiotico parenteral à base de oxitetraciclina nos animais do GI e GIII. As principais complicações observadas no pós-operatório foram: edema, enfisema subcutâneo, deiscência de pontos da ferida de sutura e peritonite. Verificou-se que a paramentação contribuiu positivamente na redução do tempo de cicatrização. O uso parenteral de antibiótico não influenciou no tempo de recuperação dos animais, quando o cirurgião e o auxiliar não se paramentaram.
RESUMO
A prática da utilização de máscaras cirúrgicas durante a realização dos procedimentos cirúrgicos, como uma medida de prevenção da infecção do sítio cirúrgico (ISC), vem sendo questionada nos últimos tempos. Com o intuito de produzir evidências científicas, foi desenvolvida a presente investigação, com delineamento experimental, controlado, que teve como objetivo avaliar a eficácia da barreira microbiana das máscaras cirúrgicas descartáveis (Eficácia de Filtração Bacteriana - BFE- de 95%), segundo o seu tempo de utilização (1 hora, 2 horas, 4 horas e 6 horas). Os dados foram coletados em uma sala de operação de uma unidade de centro cirúrgico de um hospital privado do município de São Paulo cuja estrutura física atende às recomendações atuais propostas pelo Ministério da Saúde (RDC-50 - MS/2002). Para os experimentos, constituíram-se 2 grupos denominados controle e experimental. O primeiro sem utilização de máscaras cirúrgicas e o segundo com elas. A fim de reproduzir as conversações que normalmente ocorrem entre a equipe cirúrgica durante o ato operatório, uma variável que interfere no período de validade das máscaras cirúrgicas descartáveis, manteve-se o controle de palavras emitidas pelos colaboradores da coleta de dados, nos dois grupos, em todos os tempos estudados. Para controlar a influência do ambiente, foram mantidas placas de Petri no ambiente de sala de operações, próximas à entrada do ar condicionado. Realizou-se a contagem das Unidades Formadoras de Colônia (UFC) das unidades de análise das simulações em ambos os grupos, nos intervalos de tempo pré-estabelecidos (1, 2, 4 e 6 horas), por meio das placas de Petri com meio de cultura (Agar Triptona Soja -ATS) dispostas sobre a mesa cirúrgica. Foram identificados os microrganismos mais freqüentes encontrados nas simulações. Os dados foram submetidos à análise estatística e os resultados mostraram que a utilização da máscara cirúrgica diminuiu ) diminuiu (coeficiente de regressão = -20,10) a média de UFC das placas da mesa cirúrgica que simulou o campo operatório, em todos os tempos testados. Verificou-se que a sua utilização além de 2 horas aumentou a contaminação das placas da mesa cirúrgica. Nas análises estatísticas foram consideradas as interferências da contaminação ambiental e constatou-se que existiu uma correlação positiva alta (coeficiente de correlação = 0,886) entre as médias de UFC da mesa cirúrgica e do ambiente, estatisticamente significante (P< 0,001). Concluiu-se que as máscaras cirúrgicas descartáveis (BFE 95%) demonstraram constituir barreiras microbianas eficazes em todos os tempos estudados, diminuindo sua eficácia de filtração após 2 horas de sua utilização
The practice of the use of surgical masks during surgical procedures as a preventive measure against Infection of the Surgical Site (ISS) has been questioned lately. With the aim of producing scientific evidence, the present investigation was developed - with an experimental controlled basis - in order to evaluate the effectiveness of microbial barriers of disposable surgical masks (Bacterial Filtration Effectiveness - BFE - 95%) in relation to their usage time (one, two, four and six hours). Data were collected inside an operating room of the operation theatre unit of a private hospital in the city of São Paulo, whose physical structure meets the recommendations currently proposed by the Health Ministry (RDC - 50 - MS/2002). Two groups were formed for the carrying out of these experiments, respectively denominated control group and experimental group: in the first group no surgical masks were used; in the second surgical masks were used. In order to reproduce conversations that usually take place among the surgical team members during surgeries - a variable which interferes in the validity period of disposable surgical masks - control was kept of words uttered by those collaborating in the gathering of the data, in the two groups, for all the times studied. In order to control the influence of the environment, Petri dishes were maintained in the operating room environment, close to the air conditioning inlets. A count was taken of the Colony Forming Units (CFU) of the units of simulation analysis in both groups, at pre-established time intervals (1,2,4 and 6 hours), through Petri dishes with culture medium (Agar Trypton Soybean - ATS) placed on the surgical table. Identification was made of the most frequent micro organisms found in the simulations; these data were submitted to statistical analysis and the results demonstrated that the use of surgical masks decreased (regression coefficient = -20,10) the the average count of CFU in the Petri dishes placed on the surgical table which simulated the surgical field in all of the times tested. It was verified that their use beyond 2 hours increased contamination of the dishes placed on the surgical table. In the statistical analyses, the interferences of milieu contamination were considered and it was found that there was a high positive correlation (correlation coefficient = 0,886) between the average count of CFU in the surgical table and in the environment, which was statistically significant (P<0,001). The final conclusion was that disposable surgical masks (BFE 95%) proved to be effective microbial barriers in all of the times studied. Their BFE decreased after two hours of use